Doía

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- As senhoras podem me dizer quanto tempo ficaram lá dentro? - me joguei para atrás de Natasha quando um irritado, sujo e ensaguentado Capitão America, não Steve, o Capitão America!, nos perguntou. - Por causa da interferência de sinal não podemos nos comunicar, mas caso não esteja mais claro para as duas, houve um probleminha. 

- Do tipo? - ousei perguntar diante do meu medo, esse cara com certeza não era o mesmo bravo. E senti Natasha se afastar de mim. 

- Um pequeno e simples desabamento, uma lutinha, nada demais. - disse, suas palavras se afogando no sarcasmo raivoso dele. E ele respirou fundo, fundo o suficiente para o peito inflar tanto que parecia a beira de explodir. - Fiquei preocupado. - admite por fim.

- Não aconteceu nada por aqui. - disse Natasha. - E a proposito, não ouvimos nada, mas achamos o que procurávamos, vamos apenas voltar, ok? 

Enquanto agradecia pelo olhar a Natasha pela aquela ajuda, mesmo que ele já parecesse mais calmo, nos três fomos voltando ao Quinjet. Natasha não mentiu, do subsolo do armazém não pudemos ouvir nada que acontecia de fora, até por isso fomos quase, e só quase graças a Nah, atacadas de surpresa.

Quando entramos no Quinjet já estavam todos lá, sujos de poeira e alguns de sangue, embora eu não soubesse dizer de quem era. Alguns estavam melhores que outros, enquanto eu e Natasha parecíamos as únicos inteiras. Nos sentamos enquanto os garotos se arrumavam, o Steve, já mais calmo, agora sem a blusa mostrava um monte de hematomas escuros, e estranhei isso, o quão forte era o adversário que enfrentaram? Natasha pareceu ter a mesma reação, ela se levantou e foi até ele, e ficaram conversando aos cochichos, enquanto eu tentava entender o teor da conversa de Parker, atrás de mim. Aos poucos percebi que se ele conversava com o Clint e Bucky, que respondiam desinteressados com poucos sons e Parker parecia se irritar com isso. Mas me alertei nas primeiras palavras quando a voz de Parker saiu realmente irritadiça.

- Beijei a... -  e em uma reação realmente muito impensada me joguei entre os dois bancos e bati nele, voltando antes de, acredito eu, de ser notada pelos outros dois. E quando me sentei certo de novo Natasha me encarava com uma alhar aguçado, que continuava conversando com Steve, e foi quando realmente prestei atenção na conversa deles.

- Vamos voltar mais rápido agora, não demos conta de todos, e imagino que aqueles não eram os últimos. - disse Steve, se enfaixando. - E como agora o grupo esta meio debilitado, não podemos lutar tanto. - e respondeu a uma pergunta de Natasha, que não ouvi. - Uma viga me acertou, foi calculado, eles são inteligentes.

Passaram todos alguns momentos conversando e a nave foi se preparando para voar, mas um estrondo invadiu junto a um abalo. A cabine de controle não se pronunciou por uns momentos, até parecerem finalmente encontrarem o causador, mas claro que até lá todos os vingadores estavam preparados. 

- Estamos sendo atacados senhores, alguém subiu no Quinjet. - disse um homem. 

A porta entreaberta do Quinjet, que deveria estar fechando foi sendo aberta, uma unica mão agarrada ao topo dela, e a figura apareceu, um homem grotesco de aparência retorcida, como se tivessem derretido uma pele feita de cera. Forçaram voo, mas não adiantou, a nave foi travada de surpresa, e assim meu corpo foi tacado ao chão, e pelo baque pude perceber que não fui a unica a desequilibrar. Pude ver Steve atacar, junto de Natasha e Clint atirando uma flecha. Uma mão segurou meu braço e me sentou, ainda com a nave torta, a minha visão escurecia e voltava, e um zombido se tornou persistente.

- Gi, você está bem? - perguntou Bucky, bem na minha frente, mas brilhava demais, com pontos luminosos por toda a parte. - Gi? 

Balancei a cabeça em resposta, ao ver que não respondi de primeira, o brilho me cegava, e eu podia ouvir meu próprio coração quando fechava os olhos, e doía, as batidas doíam. 

Avengers Lovers - Soldado InvernalOnde histórias criam vida. Descubra agora