O Babaca da Cobertura

Capítulo 10 - Lia

Acordei, tomei um banho e estudei. Mas, voltei a dormir porque estava morrendo de sono. Quando acordei de novo, já era meio dia. Como eu dormi até essa hora? Pelo menos eu estou descansada. Fui até a sala e não encontrei Chloe, procurei pelo restante do apartamento e também não a encontrei. Peguei um copo com suco de laranja e três fatias de bolo para comer. Como essa casa está silenciosa...

Dois minutos depois, a porta se abre e uma criança pequena entra correndo no apartamento e a sua irmã também.

- Parem de correr os dois! - Eu grito.

- Calma Lia, não acordou de bom humor depois de uma ótima noite?

- Nem me lembre disso. - A criança tinha parado de correr e me encarava com expressão indecifrável.

- Que foi? Vai ficar me encarando ao invés de se apresentar e falar o que está fazendo aqui? - Eu disse com uma voz autoritária e o garoto me olhou assustado.

- Lia, por favor... - Chloe pediu.

- Eu não mordo, estou brincando, está bem. Você é o Arthur não é? - Ele balançou a cabeça positivamente, mas não parecia convencido que eu estava brincando.

- Lia, me desculpa não ter te avisado que horas ele ia chegar. Eu recebi a ligação da minha mãe ontem a noite, quando fui te avisar, você já estava dormindo e eu não queria te acordar. Tem problema ele ficar aqui por algumas semanas?

- Claro que não, só não achava que ia ter que correr atrás de uma babá tão rápido.

- Minha mãe me recomendou uma que não é cara e dizem que ela cuida bem das crianças. - Chloe pegou o cartãozinho da babá e me entregou.

- Obrigada. Eu ainda não ouvi sua voz Arthur, como você está?

- Eu tô bem - ele respondeu um pouco inseguro.

- Foi só uma brincadeirinha, não leva a sério. O que você quer fazer? - Ele esboçou um mínimo sorriso, porém ficou sério depois. - O quê? Pode falar, eu faço o que você quiser. 

- Lia, não dê falsas esperanças ao meu irmão - ela sussurrou.

- Eu quero ir no parque e ir em um lindo restaulante japonês. - Sorri para ele.

- Você tem quantos anos Arthur? - Perguntei.

- Quatro.

- Para um menininho de quatro anos, seu pedido é bem interessante... restaurante japonês, eu nunca fui.

- Então vamos pela pimeira vez.

Arthur é loirinho de cabelos lisos, olhos cor de mel e muito fofinho.

- Lia, você não devia ter falado que fazia o que ele quisesse, agora ele vai ficar muito chateado porque você não vai levar ele ao restaurante - Chloe sussurrou pra mim.

- E quem disse que não? - Sussurrei de volta.

- Vai me levar? - Arthur perguntou. 

- Claro, se a sua irmã deixar, eu te levo para onde você quiser.

- Oba! Imã, você deixa né?

- Arthur, é irmã, quando você fala "imã", a pessoa imagina uma coisa bem diferente - tentei corrigi-lo.

- Imã. Ir... mã, irmã. Pronto consegui - Arthur disse com um grande sorriso no rosto.

- Se a tia Lia quer te levar, não tenho motivos para não deixar você ir, ela é responsável e vai cuidar bem de você - Chloe permitiu. Arthur foi correndo abraçá-la e depois veio me dar um abraço também.