- Tem alguma substância errada nessa água... Eu tenho quase certeza. - Jonatan comentou e eu continuava olhando pra ele como se fosse um louco que precisava ser urgentemente internado.
- De onde você tirou isso?
- Aquela que te entregou a garrafa de água, ela tava falando com a Brenda.
- E? Por acaso você sabe do que elas estavam falando?
- Olha, eu ouvi a a Brenda falando com uma oxigenada que você ia se arrepender do que fez à ela, alguns minutos atrás. Logo depois, ela foi até essa garota com a qual você estava falando e ela vem te trazer uma garrafa logo em seguida. É estranho!
- Fui eu quem falei que estava com sede, não foi como se ela oferecesse a garrafa d'água pra mim do nada. Você ouviu a conversa delas?
- Não.
- Elas pareciam conversar como se estivessem fazendo um plano contra mim?
- Não exatamente.
- Eu vou voltar pra aula então, isso é paranóia da sua cabeça, entrego a garrafa pra ela e não tomo a água apesar de não ter nada nela, fechou?
- Ah não, mas não mesmo! Eu vou te provar que dentro dessa garrafa tem alguma coisa, pode ter um veneno, um medicamento pra você dormir, não sei... Mas alguma coisa tem! Vem comigo. - Ele começou a caminhar, mas eu não o segui, então ele voltou e me puxou pela mão, mas eu fiquei parada.
- Esquece isso! Ela não é minha amiga como Chloe ou Fernanda, mas é mais minha amiga do que as outras colegas da sala. Eu quase nunca vi ela falando com a Brenda na vida, mas eu vou ficar atenta e desconfiar. Agora eu tenho que voltar pra aula.
- Você não vai voltar naquela sala de aula, enquanto eu não confirmar a minha suspeita!
- É? E como pretende fazer isso? Beber a água que você acha que está envenenada não vai.
- Eu tenho um amigo que trabalha em laboratório fazendo experiências química, vamos até lá agora.
- Vai me deixar em paz depois?
- Talvez. Vamos!
Quando chegamos ao estacionamento me surgiu uma dúvida.
- Cada um vai com o seu carro?
- É... Não. Não confio em você pra me seguir até o caminho do laboratório, ía acabar desistindo e feito eu dirigir como um idiota. Vamos no seu carro e eu dirijo.
- Pra eu ganhar multa e morrer? Duvido. - Ele revirou os olhos e suspirou.
- Ok, vamos no meu carro.
Não sei o que me deixava mais desconfortável, ele ou o carro dele. Ele estava dirigindo no limite da velocidade permitida, como a rua quase não tinha carros e eu não estava reclamando, ele ultrapassou a velocidade permitida. Eu adoro essa velocidade acima do normal do carro, claro no carro dele e não no meu. Até por que eu não quero ganhar uma multa maior que o meu salário né?
O silêncio entre nós estava desconfortável, às vezes nossos olhares se encontravam e parecia que cada um ficava em dúvida se deveria quebrar o gelo. Eu evito pensar demais, mas nesse momento era tudo que eu fazia. Posso confiar nele? Ele está me fazendo perder aula atoa? Como a minha colega podia fazer isso comigo? E o principal... Por que ele se importa depois de tudo o que aconteceu entre nós?
- Jonatan... - Ele virou pra me olhar e voltou sua atenção na estrada. - Por que me contou isso? - Ele diminui a velocidade e me olhou como se não soubesse o que falar.
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O Babaca da Cobertura
RomanceLia divide a moradia do apartamento com Chloe, elas são ótimas amigas, mas são bem diferentes entre si. Jonathan vive na cobertura desse mesmo prédio e é todo cheio si porque seus pais são donos desse e varios prédios, incluindo esse edifício, e ele...