Capítulo 36 - Jonatan

127 14 0
                                    

Estava a caminho do restaurante, Chloe mandou mensagem dizendo que tinha convencido a Lia para ir em um almoço com a mãe da Chloe, e claro, Lia queria conhecer a mãe do Arthur. Estava ansioso para vê-la, não posso negar que já estou apaixonado por ela e logo logo pretendo contar, mas preciso ter mais intimidade com ela. Não vou mais me gabar, tenho que ser modesto e saber ouvir. Cheguei no restaurante e Chloe me encontrou do lado de fora.

- Ah Lia acabou de sentar em uma das mesas, eu disse pra ela que eu teria que ir embora para trabalhar, embora seja verdade que eu trabalho a minha "mãe" não chegaria.

- Muito obrigado, Chloe.

- Olha quem está pedindo muito obrigado, o que deu em você em?

- Que foi? Não posso pedir "muito obrigado"?

- Pode, mas não é de costume seu.

- Então se acostume com isso. Sinto que vou depender muito de você e quando você quiser algo em troca pelo favor que me fez, pode me pedir. Estou devendo chocolate e brinquedo para o Arthur, o que você quer em troca?

- Não seria má ideia, mas eu não quero nada não, faço de coração.

- Eu sei, mas deixe-me recompensa-la uma vez, o que você quer pelo favor que acabou de me fazer?

- Hmm... Lia está planejando fazer uma festa surpresa para o Arthur, já falei que não precisava mas ela quis, eu quero que você esteja na festa.

- Não precisa nem pedir, se a Lia quiser, eu a ajudo com o que precisar.

- É? Até cozinhar as batatas-fritas e os salgadinhos?

- Isso não, mas as outras coisas que eu saiba fazer, sim.

- Ok então, o Arthur vai ficar muito feliz. Tchau, Jonatan.

- Tchau Chloe.

Entrei no restaurante e caminhei até onde Lia estava sentada, logo percebi que ela estava cabisbaixa, hoje não deve ter sido um bom dia pra ela.

- Boa tarde. - Eu disse à ela.

- Para mim é só tarde. - Ela me respondeu triste, o que me incomodou mais do que o seu tom agressivo rotineiro.

Me sentei perto dela e fiquei olhando para ela.

- O que faz aqui? Por que está me encarando? - Sua expressão era triste e a voz angustiada.

- Isso me machuca.

- O que?

- Ver você assim, dói.

- Está doendo em mim, em você não. E eu peço por favor para que você saia, estou esperando a mãe do Arthur e da Chloe.

- Você ainda não entendeu, não é mesmo? A mãe deles não virá, a Chloe mentiu pra você para me ajudar, para que eu pudesse conversar com você.

- Ela não devia ter feito isso, eu vou embora. - Seu tom de voz não demonstrava raiva, nenhuma vontade de matar a Chloe ou a mim, o que realmente é estranho. Ela está muito triste, mesmo que não esteja chorando, essa deve ser a vontade dela.

- Fica por favor, eu preciso falar com você. - Ela pensou por um tempo.

- Está bem, mas só porque eu preciso almoçar e já estou aqui, depois tenho que ir para o trabalho.

- Obrigado. - Ela olhou hoje pela primeira vez nos meus olhos e eu aproveitei para olhar nos dela. Acho que é a primeira vez que vejo o olhar dela tão triste e vazio... O brilho, a determinação no olhar se foram.

O Babaca da CoberturaOnde histórias criam vida. Descubra agora