Não lembro de ter pego no sono durante a viagem, apenas me encontrava ali parado, no meio do corredor do tempo, em uma ala mais sombria, onde Daisuke se encontrava.
_que bom que você veio! – falou sorrindo, mas seu sorriso causava-me arrepios na espinha e calafrios pelo corpo – venha, tenho algo para lhe mostrar!
Daisuke tinha cabelos longos e negros, chegavam até seus joelhos, um olho azul e o outro vermelho, sua pele brilhava com a aurora boreal mais bela, a parecia translucida, fantasmagórica, apesar de eu já ter sentido a textura de sua pele macia e fria. Estava sempre vestido de branco, mas seus pés eram negros, e suas roupas estavam sempre manchadas de sangue.
Ciente de que eu não era seu alvo, o acompanhei para dentro de uma porta, parando momentaneamente perplexo com o que se encontrava ali dentro. Havia uma forma grotesca de um ser metade urso e metade humano que estava sem sua pele, expondo todos os seus músculos, ele gemia pendurando através de ganchos na parede. Outro estava crucificado de cabeça para baixo e debatia-se em agonia, sangrando lentamente por pequenos furos em seu corpo. Havia mais a esquerda uma pessoa sentada, acorrentada na parede, parecia estar mumificada, pois seus ossos apareciam por sua pele, e seu corpo estava coberto por uma camada expeça de poeira. Porém Daisuke, parou no centro da sala, ao lado de um homem, que estava sentado em uma cadeira, preso por correntes que mexiam-se por todo seu corpo, aquela coisa aparentava estar viva.
_este, meu pupilo, é um dos muitos segredos, que você levará para o túmulo consigo! – falou tranquilamente enquanto puxava o capuz que cobria o rosto do homem.
_Arthur? – perguntei incrédulo, mas ao olhar melhor, não era ele, mas uma versão selvagem dele – mas que merda é essa? Quem é ele?
_ele é o gêmeo bastardo que seu avô jamais conhecerá! – explicou-me – minha amada Lise, o escondeu quando nasceu, não estava presente na hora do parto, e quando cheguei, em seu colo estava apenas Arthur, o caçula!
_que loucura...
_de fato! Por incontáveis anos ele tentou sabotar todos seus irmão caçula, por ciúme... Orquestrou a morte de sua avó, sussurrou nas sombras as palavras certas para Alexus, que matou seu próprio irmão, forçou Logan Benjamin War a se descontrolar inúmeras vezes, e numa dessas, acabou matando meu pequeno Jaden... Quando descobriu sobre Sansara, usou um clã inimigo para sequestra-la e tortura-la até a morte, pagou para que sabotassem o carro dos pais das Bennet para que ambas morressem no acidente... No momento que percebi que os ataques não estavam acontecendo simultaneamente, afastei-me de Lise, e afastei Arthur dos irmãos, pois sabia que somente ele poderia achar esse maldito bastardo!
_e eu teria conseguido tudo... – murmurou a versão selvagem de meu avô – mas isso não é tudo, meu amado pai...
_sei que você violou as sepulturas da familia! Lise, Lilian, Eleonnor, Jaden, Alex... Todos sumiram!
_não apenas sumirão, mas os trouxe a vida! Todos eles... – o outro murmurou sádico – eles estão nas mãos de Belial, e irão sofrer pela eternidade...
_é o que você pensa... – Daisuke rebateu tranquilamente frio – Ra’s... O trouxe aqui, pois você deve ter conhecimento desses fatos... E para que você o mate, como um traidor merece morrer... – puxou do bolso de sua calça, um pequeno punhal.
O peguei sem hesitar e me aproximei de quem seria o irmão mais velho de meu avô.
_qual o seu nome? – perguntei firmando o punhal em minhas mãos.
_Aron! – falu enchendo o peito.
_por seus crimes contra a família, eu o setencio a morte, Aron! – declarei antes de perfura-lo a primeira vez – arrependa-se de seus pecados! – o furei novamente – você será purificado – o furei novamente – até seu ultimo suspiro! – o perfurei de novo – sofrera sua punição... – o furei novamente – até que seu corpo imortal se esvazie de sua alma...
Conforme ia lhe furando, mais a loucura o consumia, ele sorria e gritava injurias e blasfêmias, completamente fora de si. Quando terminei, seu corpo estava completamente retalhado, e eu banhado por seu sangue. Ambos maculados.
_seu tempo aqui acabou! – Daisuke falou.
Eu acordei contorcendo-me por dentro. Abri lentamente os olhos, dando de cara com minha estupida irmã. Aquilo tudo tinha acontecido momentos antes de encontra-la com seu namoradinho.
_ja pousamos há ums 5 minutos! – ela falou desconfortável.
_que seja... – tirei o cinto e levantei-me, indo direto para fora do jato. O vento frio de Londres atingiu-me em cheio, trazendo uma sensação ótima.
_idiota... – resmungou atrás de mim.
Desci a pequena escada e andei em direção aos carros, que nos aguardavam. Duas BMW pretas, idênticas, Damon e Dante Valerian estava ali para nos receber.
_bem-vindos! – Damon nos saudou.
_é um prazer estar de volta, em circunstancias normais! – tio Caleb comentou sorrindo.
_vamos logo, as meninas estão loucas para conhecerem as primos! – Dante falou abrindo a porta do carro para minha mãe, que entrou junto com Ariane no banco do carona atrás – Ra’s, venha comigo!
Entrei no carro sem discutir e observei meu pai e meu tio entrarem no carro com Damon e seguirem por outro caminho. Parece que os homens estão tendo problemas, se eles chegassem com Jace e Jacob juntos, e Arthur aparecesse, eu saberia que Daisuke estava agindo. Demoramos um pouco para chegar até a mansão, porém antes mesmo de descer do carro, já conseguia ouvir as vozes enjoativas das garotas daquela casa. Descemos todos, e Dante abriu a porta para nós. Estavam todos ali, Safira, Anya, Grazzi, Ella, Lary, Amelie e por fim o garoto, Enzo. Draco provavelmente estava para onde os irmãos tinham ido.
_é um prazer tê-los de volta! – Safira nos saudou.
Apenas enfiei as mãos no bolso e vislumbrei toda aquela cerimonia desnecessária de boas-vindas, e cumprimentos, abraços etc. Ariane sumiu na mansão, imediatamente com Anya, Ella, e Amelie, esta ultima sendo a mais espivitada. O garoto se aproximou a passos firmes e me estendeu a mão.
_eu sou Enzo D’Nobre Valerian! – apresentou-se, peguei em sua mão o saudando.
_ Ra’s Al Ghul D’Ângelo Dragomir! – devolvi do mesmo modo, vendo-o me olhar como se seu fosse algum alienígena, seus olhos brilhavam e sua boca estava num perfeito ‘o’ – o que foi?
_cara, tipo, seu nome é assim mesmo? – perguntou indiscreto.
Claro que eu sabia o significado do meu nome, traduzindo literalmente significava “A cabeça do Dragão”, em algumas traduções fazia alusão ao demônio, portanto era “A Cabeça do Demônio”, embora ninguém nunca tenha tido coragem o suficiente para me encarar e perguntar sobre isso.
_sim! – falei por fim – meu nome é exatamente assim!
_que foda! – exclamou – queria que o meu também fosse uma parada top assim!
_você também tem um nome poderoso! – falei, sem nem entender o porque de ter dito.
_gostei de você! – falou por fim – vem, vou te mostrar seu quarto, e tentar fugir ao máximo daquelas garotas escandalosas! – sem esperar por uma resposta, saiu me puxando pelo ombro – aliais, poderíamos sair hoje, o que você acha? Tio Draco ficou de nos levar na Sangre Real, uma das boates do namorado do Jace!
_Arlekin? – perguntei, apenas para manter o assunto. Estava gostando da companhia de Enzo, sem nem entender o porque.
_esse mesmo! Cara ele é super foda, sem falar que é lindo pra porra! Sinceramente, ele na forma original dele, fica muito lindo! Quer dizer, não é vergonha achar outro homem lindo, até porque ele fica surreal, parece que saiu de um filme! Os efeitos especiais na vida real! – tagarelou enquanto subíamos as escadas.
_de fato eu ouvi falar bastante da beleza excêntrica do rei das fadas! – comentei, assim que paramos em frente a um quarto no final do corredor.
_é aqui! – abriu a porta, entrou e me puxou para dentro – ah, esqueci... – ele saiu correndo em sua velocidade sobre humana e voltou logo em seguida com minhas malas – pode descansar e tals, se quiser ir na boate com a gente, vamos depois do jantar, as 23:00!
_obrigada! – ele só sorriu e deu de ombros, saindo do quarto.
Enzo era uma figura cheia de personalidade, mas eu reconhecia alguém forte quando o via, e ele, possuía uma força descomunal. Conseguia ver em seus olhos o poder que ele escondia... Seria um aliado excelente. E eu o teria como meu braço direito, mais cedo ou mais tarde.
Estava absorto em meus pensamentos quando ouvi chamarem meu nome e fui atrás de quem me chamava, encontrando Amelie, filha de Dante, perdida em seus pensamentos, parada na porta do quarto onde minha irmã estava. Fui até ela, sem que ela percebesse minha aproximação, fazendo a mesma trombar em mim._você me chamou? - perguntei direto.
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A Cabeça do Dragão - Série IMORTAIS - Livro 5 (final)
FantasyImortais destinados a grandes feitos irreconhecidos à margem da sociedade! Divididos numa linha ténue entre o mundo humano e o sobrenatural. Ra's Desde pequeno fora sempre muito entendido, obedecia meus pais sem questionar e nutria uma profunda admi...