Desde que Cambriel pediu para que deixássemos Ra’s descansar, algumas coisas aconteceram o clima na mansão tenso por 2 dias. Ao que parece houve um ataque a mansão Dragomir na Rússia, mas não houve perda de nada insubstituível, apenas algumas crias; já os demais Victor, o chefe de segurança e braço direito da família conseguiu extrair em segurança. Estava mantendo a todos escondidos num abrigo auxiliar para emergências, aguardando as ordens de seu superior. Devido ao ataque, todos ficamos tensos, e na expectativa de um novo ataque, fora o mais recente que havíamos sofrido. Em menos de um mês, metade da nossa família tinha morrido e ressuscitado, e a mansão Dragomir virou cinzas.
Tio Damon, Cambriel e Jacob passam quase todos os dias reunidos, traçando estratégias de batalha e preparando as crias para luar. Não queiramos mortes, mas pelo visto teríamos que nos livrar de algumas cartas do baralho se quiséssemos sobreviver, e isso poderia virar um massacre em massa. Infelizmente isso era inevitável, a questão que permaneceria era como encobriríamos essas mortes; desde que um Andarilho varreu da face da terra uma pequena aldeia local de lobos, todos os focos estavam em nós. Os inimigos à espreita estavam apenas esperando por um momento de fraqueza para nos atacar publicamente, talvez tentassem dar um golpe na empresa, ou até mesmo destruí-la fisicamente.
Quanto mais planejávamos, mais as coisas ficavam estranhas, e mais estranho ainda foi o despertar de Ra’s, o vi de uma maneira que jamais tinha imaginado sonhar, observando-o na floresta com Ariane.
Ele parecia inocente e inofensivo.
Decidi dar privacidade a eles, e fui para casa, ficar novamente com meu pai. Estava aproveitando cada segundinho, depois de perde-lo por alguns momentos, eu tinha ficado completamente sem chão. Minha mãe estava desconfiada, mas preferiu não fazer nada a respeito.
Uma coisa que jamais poderia revelar a ela, era o plano de Damon. Caso fossemos atacados, Caleb, tio Draco, Jacob e meu pai iriam recuar com as mulheres, levariam Sansara, Safira, Anya, Ariane, Ella, minha mãe e minha tia para um abrigo, e se jamais retornássemos, Draco nos apagaria da memória deles e seguiriam a vida normalmente.
Lutaríamos até o fim, por nossas vidas e pelas vidas deles. Apenas os guerreiros ficariam para trás... Cambriel, tio Damon, Jhonatan, eu, Enzo e Ra’s, infelizmente nem todos os guerreiros ficaram para lutar, pois não podíamos deixar parte da família desprotegida. Era um dilema muito grande, e com a eminencia desses acontecimentos, eu estava aproveitando o máximo possível de minha mãe e meu pai.
Enquanto aproveitava esses momentos, não pude deixar de notar o desaparecimento de Ra’s da mansão, por três dias ele sumiu, e ninguém parecia notar sua ausência. No quarto dia, minha mãe e tia Safira resolveram levar todas as mulheres da casa para um dia no Shopping, para amenizar a tensão e assim fomos; porém o sumiço do Dragomir não saia de minha cabeça, alguma coisa estava acontecendo, e eu não sabia o que exatamente, e parecia que ninguém falaria nada a respeito. Assim que chegamos do Shopping, após um belo e relaxante banho, todos fomos para a sala de jantar.
Foi então que o encontrei, sentado ao lado do pai, com um sorriso de canto nos lábios, era pequenino, sexy e frio, parecia maldoso, e quando seus olhos fitaram-se, estremeci dos pés à cabeça, parecia que ele queria me devorar viva.
_Ra’s! – tio Draco exclamou – que surpresa, vê-lo... Estávamos preocupados com seu sumiço!
_estou bem Draco! – respondeu neutro – estive resolvendo pendencias...
_com tão pouca idade, já tendo pendencias para resolver... – tio Damon comentou, e Ra’s o ignorou com sucesso.
_a vida é cheia de pendencias para resolver, Damon! – respondeu por fim.
_vamos todos jantar! – Safira cantarolou animada – faz tempo que não nos reuníamos para jantar juntos!
Nos sentamos todos a mesa, e fizemos a refeição num clima um pouco estranho. Observei atentamente Ra’s que mal tocou na comida, e parecia pensativo, diria que até demais, e sem mais nem menos ele pediu para retirar-se da mesa, e foi para a cozinha. Vi pelo canto de olho que ele passou com um copo grande, e carregando o que parecia ser um sanduiche, rumo ao seu quarto. Ainda não tinha tido a oportunidade de agradecê-lo por ter salvado meu pai, e todos os outros, pois nem éramos parentes tão próximos assim, e morávamos em países diferentes, no fundo algo me dizia que ele tinha feito isso apenas para salvar seu tio e sua mãe, a desconfiança teimava em afirmar tal coisa, porém eu tentava me convencer de que ele realmente preza a família. Tinha minhas dúvidas em relação a ele, o treinamento com Arthur deixou-me preparada para muitas coisas, e uma delas, é desconfiar de tudo e todos o tempo todo.
Quando terminamos o jantar, os demais foram para a sala de estar, socializar, tentar amenizar o clima tenso, conversando trivialidades, e eu me aproveitei da distração dos demais, e escapei sorrateiramente pela escada, para o segundo andar, iria agradecer Ra’s pessoalmente pelo que tinha feito, independente do motivo que o levou a fazê-lo. Com passos cuidadosos me aproximei do quarto e bati na porta.
_entre! – sua voz soou inexpressiva, e eu entrei, dando de cara com uma cena que me deixou um tanto sem chão.
Havia uma garota ali, sentada na cama dele, usando uma camisa dele, ruiva, com olhos verdes, enquanto comia um sanduiche. Quem era aquela garota? Porque está ali? Se ele iria se casar comigo, porque raios iria trazer uma peguete para minha casa? Estavam dormindo juntos? Porque era o que parecia ao meu ver.
_diga, Amelie, o que você quer? – perguntou seco, sentando-se numa poltrona ao lado da cama, fitando-me indiferente. Quem era aquele maldito na minha frente? Pois estava longe de ser a pessoa que eu conheci dias atrás. Até seu jeito ignorante havia mudado, e ele parecia mais frio do que antes.
_vim, te agradecer... – falei, quando na verdade queria perguntar quem era a vadia na cama – por ter salvado meu pai... Ella e Jacob... Anya... – murmurei dispersamente.
_somos família, eu jamais os deixaria morrer! Não precisa agradecer! – respondeu simplesmente – era só isso?
_não vai me apresentar? – perguntei deixando transparecer um pouco da irritação que eu estava sentindo.
_essa é... – parou por um momento para pensar. Filho da puta, sequer lembrava o nome da dona do buraco que estava fodendo – Aria!
_olá! – falei seca, e a putinha limitou-se a me olhar apenas.
_ela não fala inglês... Apenas russo. – comentou tranquilamente parecendo não se importar. O que me deixava mais possessa ainda, aquele cretino tinha trazido ela da Rússia? O quão filho da puta ele ainda podia ser.
_ah, não lembro de ter mais alguém na sua família... – comentei fazendo-me de sonsa.
_e não há! – falou – ela é parte da minha vida, única e exclusivamente! É melhor se acostumar com a presença constante dela, Amelie! – declarou, e eu o fuzilei com os olhos, completamente revoltada.
_não seja ridículo! – rosnei e ri com escarnio – não sou mulher de dividir homem! Se você vai se casar comigo, ao menos tenha a decência de não me trair na minha própria casa!
_Aria não irá embora, e é melhor você se acostumar! – respondeu, ignorando tudo o que eu falei, deixando-me ainda mais irada.
_você é um cretino... – resmunguei.
_e você é muito imatura! – rebateu – insegura! Se apenas a presença de outra competidora, deixa você assim, significa que não aprendeu nada com meu avô! Uma pena realmente... Pensei que ele poderia te ensinar algumas coisas, mas pelo visto, nem todos são capazes de aprender!
_o que você quer dizer com isso? – indaguei encarando-o diretamente.
_quero dizer, que você deveria ter aprendido algo com meu avô, amadurecido, mas ainda se comporta como uma garotinha mimada e territorialista! – cuspiu as palavras como se não significasse nada.
_seu...
_percebe o qual infantil você é? – perguntou-me dando de ombros – estou apenas expondo a situação e você está ai toda irritada, porque não consegue nem ao menos argumentar comigo! – então ele levantou-se e andou até mim – vá aproveitar seu pai, sua mãe... Aproveite o seu tempo, pois ele está correndo... E quando nos casarmos, você não terá mais tempo ao lado de ninguém que não seja, eu! – declarou assustando-me um pouco, mas a raiva me manteve firme.
_não vou casar com você, seu cretino! – rosnei entre dentes, e o maldito apenas acariciou meu rosto.
_oh, sim, você vai, criança! – sorriu maldoso para mim.
_Neko-neko... – a voz da vadia irritante soou pelo quarto, ela havia parado de comer e nos observava!
Ele fechou o semblante e bradou algo em russo para ela, que se encolheu e prontamente voltou a comer de cabeça baixa. Por uma fração de segundo, senti pena daquela desconhecida.
_aproveite seu tempo... – falou sério para mim.
_isso não vai ficar assim! – rebati e virei-me para sair dali, antes que algo mais sério acontecesse.
Meus instintos estavam todos despertos e alertavam-me do perigo que era permanecer naquele quarto, diante daquele predador poderoso e perigoso. Aquele não era apenas Ra’s... Algo tinha acontecido.Hey Pandinhas, digam para mim qual é o casal favorito de vocês!?!
Deixem a estrelinha e comentem!
desculpem a demora! Rsrs
Bjinhos
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A Cabeça do Dragão - Série IMORTAIS - Livro 5 (final)
FantasyImortais destinados a grandes feitos irreconhecidos à margem da sociedade! Divididos numa linha ténue entre o mundo humano e o sobrenatural. Ra's Desde pequeno fora sempre muito entendido, obedecia meus pais sem questionar e nutria uma profunda admi...