5 Amelie

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Fiquei sentada na janela pensando, as horas passaram-se sem que eu percebesse, e logo já havia escurecido e logo iriamos jantar para irmos a boate. Tomei um breve banho e fui para a sala de jantar, onde todos já estavam reunidos à mesa, menos Ra’s e Cambriel. Logo ambos desceram e sentaram-se a mesa conosco, pareciam estar num dilema pessoal. O líder dos Dragomir estava sério e absorto em seus pensamentos, e seu filho o imitava perfeitamente, e ninguém parecia se importar com isso, ou se importavam-se, preferiam deixá-los em paz com seus problemas. Jantamos e logo após começamos a nos arrumar para irmos para a boate.
Todas as meninas se reuniram no meu quarto, menos Ariane. Escolhi um cropped preto de renda, que deixava bem a mostra meu sutiã também preto, e uma saia rodada de seda, fiquei na dúvida na hora de pôr um short pequeno por baixo, mas acabei optando apenas pela peça intima mesmo. Calcei minhas botas de salto médio, de couro e fiz uma maquiagem básica, marcando apenas os olhos. Se uma coisa tinha aprendido em anos de treinamento com Arthur, era que maquiagem demais camuflava a beleza, desde então optei pelo básico. Estava sem muito animo para sair, mas já tinha prometido ir, então apenas esperei que as meninas terminasse de se arrumar, e no final estavam todas lindas de matar.

_Draco, você tem certeza que isso é uma boa ideia? – tia Grazzi perguntou ainda receosa.

_deixa de ser chata, Grazzi! – mamãe rebateu olhando feio para minha tia – eu estarei lá para comandar a porra toda! – falou convencida nos fazendo gargalhar.

_é mamãe! – Ella falou colocando seu salto scarpan – estaremos todos bem!

_Arlekin jamais deixaria algo acontecer conosco! – Anya comentou – meu nenê e Jace estarão lá também! Não se preocupe tia!

_deixe-os se divertir! – tia Safira interviu ao nosso favor – estarão seguros, Draco e Lary estarão com eles, os Collins estarão lá! Antes do amanhecer, todos estarão em suas camas, sãos e salvos!

_se você diz... – Grazzi revirou os olhos – tudo bem!

Sem mais delongas conseguimos nos arrumar e irmos para a garagem, e qual foi nossa surpresa ao ver Enzo e Ra’s ali, ambos sorrindo, entretidos numa conversa que parecia unilateral, mas ambos sorriam.

_o que você está fazendo aqui? – Ariane perguntou já se exaltando – ninguém te convidou!

_eu convidei! – Enzo rebateu de bom humor – Ra’s é meu novo convidado de honra!

_não se preocupe! – Ra’s falou – meu pai me disse para lhe deixar aprender com seus erros, e intervir apenas se for caso de vida ou morte, de resto, está por conta própria, garota estupida! – deu de ombros – podemos ir, Enzo?

_é claro, meu parceiro! – entrou na sua Mercedes prata, acompanhado de Ra’s e partiram cantando pneus, sem esperar por nós.

Nos dividimos em dois carros, eu, Anya e Ariane fomos no meu porche vermelho, Ella, Draco e mamãe foram na BMW de Draco.
Quando eu acordei hoje, pensei que poderia ver qualquer coisa, menos o que veria no restante daquela noite. Chegamos na boate, estacionamos os carros, e obviamente passamos direto pela enorme fila que se formava na porta. Draco e Ella foram direto para pista de dança, pareciam mais um casal de namorados dançando do que pai e filha, mamãe e Ariane foram também. Como sempre fazia, preferi subir para nosso espaço vip, tomar alguns drinks com um som mais tranquilo, menos fumaça entorpecente, menos pó de elfo alucinógeno, e aquela música frenética. Porém nada me preparou para o que encontrei ali, quando entrei.
Ra’s estava beijando Arlekin, enquanto Jace e Enzo gargalhavam histericamente. Fiquei petrificada: meu futuro marido era gay? Aquele beijo estava longe de ser casto e puro, e me deixou quente apenas de ver. Só tinha visto Jace beijar Arlekin daquela maneira, isso quando já estavam praticamente se comendo. Quando se separaram, ambos gargalharam, brindando com Enzo e Jace.

_EU DISSE QUE ELE BEIJARIA! – Jace gritou totalmente fora de si.

Todos estavam bebendo um tipo de bebida que não era servida no bar, era exclusiva do rei das fadas, e era visível o descontrole de todos. Enzo pegou duas notas de 100 dólares e dei a Jace, que gargalhou vitorioso, enquanto todos continuavam bebendo.

_você quer participar da festa, querida futura esposa? – Ra’s perguntou debochado, fazendo todos notarem minha presença ali – mas você terá que deixar seus preconceitos de lado... Aqui vale tudo...

_e é por isso, que vou procurar uma gatinha pra eu comer no final da noite! – Enzo levantou-se cambaleando e passou por mim – olá priminha... – beijou-me no rosto e saiu, mas não antes de me empurrar para dentro.

_o que raios vocês estão fazendo? – perguntei ainda perplexa.

_estamos nos divertindo! – Jace declarou tomando outro gole de sua bebida.

_bem, continuem se divertindo, eu passo! – fui para o outro lado do espaço onde tinha um pequeno bar e me servi de uísque humano, não iria tomar nada que não tivesse origem humana, não enquanto estivesse perto dele.

Sentei-me no sofá e aproveitei o uísque calmamente, de fato acalmava a mente de muitas maneiras, e depois de várias doses estava começando a me deixar relaxada; fechei os olhos e deixei todos os meus instintos de lado, só queria um momento de paz e tranquilidade, mesmo no meio daquele inferno. Fui ingênua ao pensar que aquilo era o inferno; pois conheci o verdadeiro inferno quando tomei a última dose do meu corpo e abri os olhos para servir-me de mais, porém cuspi o liquido de minha boca ao ver Ra’s em cima da mesa, sem camisa, sensualizando para Arlekin, que o encarava descadaramente, assim como Jace que estava ruborizando. Ele estava com seus olhos vermelhos e suas presas de fora, e o seu corpo parecia ter sido entalhado milimetricamente por mãos habilidosas de um Deus do Olimpo.
Não sei por quanto tempo fiquei encarando, mas voltei a mim quando senti minha calcinha encharcada atrair sua atenção. Ele devorou-me com os olhos, e passou a dançar para mim, fazendo meu corpo trair minha mente, e reagir a ele de muitas formas que eu desconhecia. Fiquei hipnotizada por aquele olhar sombrio e malicioso, e aquele sorriso predador, que não notei quando Jace e Arlekin retiraram-se da sala para terem mais privacidade, pois ambos estavam se comendo há muito tempo, e foi só então que o Dragomir desceu da mesa, e veio até mim.
Ele usava botas de cadarço, uma calça jeans escura meio rasgada, antes estava com uma camisa cinza e um casaco de couro, ambas estavam jogadas num canto qualquer, sem a atenção do dono. Seu abdome trincado era quase um sonho, e a cada passo que dava em minha direção, eu podia ver a beira da sua cueca, e era escarlate, como sangue, como seus olhos, que fitava-me famintos.

_você está me deixando louco a noite toda... – falou aproximando-se perigosamente.

_não sei do que você está falando... – tentei desconversar sentindo minha pulsação acelerar descontroladamente.

_sua boca pode até dizer que não... Mas seu corpo está chamando por mim... – sorriu malicioso, mostrando aqueles dentes lindos, perfeitamente alinhados, com presas tão afiadas quanto mortais – Amelie... – sussurrou meu nome de um jeito tão obsceno, como se estivesse o acariciando, provando cada parte dele, deixando-me ainda mais molhada.

_você está se convencendo de coisas que não existem! – falei e me levantei, mas a proximidade, só fez com que eu me sentisse ainda mais excitada. Mas que porra de efeito esse homem tem em mim? Eu só conseguia pensar em como suas mãos ficariam perfeitas apertando meu corpo... O álcool estava fazendo efeito, era a única explicação plausível para um pensamento como este passar por minha mente.

_eu posso fazer isso... – seu sorriso se ampliou. Só então lembrei do que Ariane me disse, assim como a mãe, ele conseguia ouvir pensamentos. E isso era muito constrangedor – não é constrangedor! – falou – só dizer o que você quer, que eu lhe dou!

_eu não quero nada de você! – rebati sentindo o uísque dando-me coragem para o enfrentar – e se eu quisesse, você não me daria, não aqui, não agora, pois o lugar não é tão propício assim... – dei de ombros, certa de que ele jamais faria nada ali, com tanta gente por perto.

_diga, e eu o farei, aqui e agora! – o brilho do desafio passou por seus olhos.

_quero que você me dê prazer! – pedi num surto psicótico de coragem.

O sorriso que ele me deu, fez minhas pernas bambearem, minha espinha gelar, e o coração perder algumas batidas; minha mente gritava para que eu saísse correndo dali, pois tinha acabado de pedir ao diabo para me dar prazer.
Sequer consegui arfar de surpresa, ao senti-lo me carregar, me pondo ajoelhada em seus ombros; só percebi o que ele estava prestes a fazer, quando senti suas presas em minha cocha, e logo em seguida sua língua em meu clitóris. Cruzei minhas pernas em seu pescoço, e puxei seus cabelos com força, deixando minha cabeça tomar para trás, enquanto um gemido gutural escapava por minha garganta.
Em questão de segundos, eu não via apenas estrelas, via constelações inteiras.

A Cabeça do Dragão  - Série IMORTAIS - Livro 5 (final)Onde histórias criam vida. Descubra agora