29 Amelie

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Ele me deixou ali e sumiu naquelas portas que sempre abre para ir embora, sei lá o que, era tipo uma saída dramática, que pensando bem era até engraçado, se eu o achava um puta desgraçado sem coração, aquela impressão tinha se tornado ainda pior.
Sentei em minha cama, completamente sobrecarregada. Não queria carregar nas costas o peso da morte de mais da metade de minha família, mas era exatamente isso que iria acontecer. Pensando rapidamente eu queria que ele nunca tivesse me mostrado nada daquilo, pelo menos eu teria a “ignorância” ao meu favor, e jamais teria a culpa de saber que as coisas poderiam ser diferentes se eu tivesse me sacrificado pela família, mas pensando bem, eu não me arrependo de ter visto, pois sei a consequência de minhas escolhas. Não sei até que ponto aquilo é verdade, ou é manipulação, e os interesses dele são divergentes com os da família, para que ele se esforce tanto para manipular um possível futuro, apenas para manter o nosso casamento.
Peguei meu celular que estava jogado na cama, e disquei o número de meu pai, ele demorou apenas alguns segundos para atender.

_Ellie! – meu pai falou e eu me senti como uma garotinha indefesa que precisa de colo – o que houve?

_eu queria falar com você pai! – murmurei sentindo um nó se formando em minha garganta, e eu o engoli com força – talvez com você e com meus tios...

_espere no escritório do seu tio Damon, chegaremos em dez minutos! – informou – use esse tempo para tentar esclarecer sua mente e nos dizer qual é o problema! Tudo bem?

_tá! – respondi – obrigada pai! – desliguei e joguei o celular na cama.

Respirei fundo e decidi tomar um banho relaxante, pois me ajudaria a pensar, e de fato ajudou, pois quando desci para o escritório, me embrenhando pelos corredores do complexo, estava com minhas dúvidas claras e especificas. Entrei e sentei-me numa poltrona aguardando, poucos minutos depois os três chegaram, e foram acomodando-se aleatoriamente no escritório, deixando-me confortável para qualquer que fosse o assunto.

_você quer conversar só com seu pai, Amy? – tio Draco perguntou.

_não... Tudo bem... – eu limpei a garganta e respirei fundo – o assunto acaba envolvendo toda a família mesmo...

_então diga, meu anjo! – meu pai incentivou-me.

_bom... Quando Cambriel chegou com a oferta de casamento, especificamente para mim, foi uma surpresa para todos, mas já tinha dedo de Ra’s no meio! – revelei e eles assentiram assimilando calmamente a informação – como vocês sabem, ele viaja pelo tempo! Como? Eu não sei! Mas eu vi do que ele é capaz, então ele meio que já sabia para quem deveria propor casamento!

_bem, até ai, não temos nada com o que acontece entre os Dragomir! Apesar de sermos extensão de uma mesma família, temos em torno de 200 a 400 anos de diferença, além de sermos apenas primos! – tio Damon completou.

_de fato! – concordei – vocês já devem ter percebido a existência de um sexto, entre os Dragomir, uma ruiva...

_sim! A que foi atacada com Ra’s! – tio Draco comentou, trazendo a memória os poucos fragmentos de lembranças daquela noite.

_por mais que todos meus instintos digam que ela é o buraquinho de foda dele, não posso provar! – resmunguei trincando os dentes – há apenas circunstancias e algumas insinuações daquela vadia... – rosnei irritada – a questão é, se eu estiver certa, ele está esfregando sua amante na minha cara, debaixo do meu teto, na cara limpa!

_isso é de fato complicado! – meu pai suspirou – sem provas, são apenas suposições e com suposições não podemos exigir nada! – olhou para meu tio que apenas afirmou.

_Amelie! – tio Damon começou – entenda, pequena, você não é obrigada a se casar! Quando foi feita a oferta, e você deu sua palavra, assumiu a responsabilidade, porém creio que você é forte o suficiente para retirar essa palavra e saber lidar e viver com isso! Seus ideias, convicções de certo ou errado, são coisas suas, nós não podemos mudar o que você é ou o que pensa! Porém a julgar por sua aflição, há mais em jogo do que apenas um descompromisso...

_toda a família na verdade! – suspirei – ele foi justo comigo, e explicou-me com clarezas os motivos desse casamento, e não apenas isso, mas me mostrou também! Eu vi... A desgraça e a perpetuidade da nossa família!

_não entendi... – meu pai falou.

_aquele idiota, parece que não se importa com nada! E eu começo a acreditar que ele não tem um sentimento bom dentro dele. – resmunguei – o casamento vai funcionar como uma ancora, mantendo-o aqui, no nosso tempo, caso contrário ele disse algo sobre se abdicar dos deveres com a família e ficar igual o babaca do bisavô dele! – falei tentando relembrar suas exatas palavras – como um expectador, assistindo de fora, nos corredores do tempo!

_então a desgraça ou a perpetuidade da família, depende desse casamento? – tio Draco perguntou – uau, que pesado!

_você não pode se responsabilizar por todos! – tio Damon declarou – nós somos responsáveis por nós mesmos, e nós cuidamos de todos!

_não é assim, tio Damon... Se tia Safira morrer, nem mesmo o amor dos seus filhos o prenderá a sanidade! Meu pai e tio Draco irão morrer, minha mãe, Caleb, Sansara e Cambriel também! – falei abrupta levantando-me – e os que sobrarem vão estar tão ferrados, que não irão ter vida alguma! Ninguém me falou, eu vi! – afirmei com convicção.

_é um peso que você não tem a obrigação de carregar! – tio Damon falou – é minha última palavra! – levantou-se e caminhou até mim – se você for se casar, não será para preservar essa família, pois se for, eu serei o primeiro a ir contra, e como representante da casa Valerian, minha palavra é lei!

_mas tio... – ele cortou-me.

_eu retiro de você essa responsabilidade! O que acontecer no futuro, é uma consequência de nossas ações! E eu não vou condenar você a um casamento fadado a desgraça pelo bem estar de todos, ninguém é tão importante a ponto de sacrificarmos alguém! – ele acariciou meu rosto e sorriu – ou não seriamos uma família! – dito isso, virou-se e deixou a sala.

_você ouviu o homem! – tio Draco comentou já se levantando para sair também.

_acho que você já sabe qual a opinião de todos sobre isso... – meu pai comentou levantando-se.

_e a sua opinião pai? – perguntei e ele apenas sorriu.

_nesse futuro que você viu... Você era feliz meu anjo? – indagou – não digo contente, mas genuinamente feliz... Porque eu quero apenas a sua felicidade! Não importa com quem seja, pois suas escolhas é você quem faz, e o meu desejo e o de sua mãe, é que você seja feliz!

_mas e se eu voltar com minha palavra...

_se puder lidar com isso, faça o que você quiser! Eu sei que é capaz de lidar com qualquer coisa, pois você é forte meu anjo! – ele puxou-me para um abraço e eu me aninhei ali.

_obrigada pai...

_preciso ir ver sua mãe! – afastou-me sorrindo – pense apenas em você, sim?!! – beijou-me na testa e saiu deixando-me ali.

Minutos depois, sai dali e voltei para meu quarto para pensar, esperava que ele aparecesse a qualquer segundo, do nada, saindo de uma parede, mas o mesmo tinha me dito que não era preciso responder, pois ele saberia o que eu decidisse, e minha mente só conseguia pensar em como ele faria isso.
Deitei-me na cama e esperei.

E o filho da puta me fez esperar pelos próximos oito meses.

Como eu tinha sido estupida, ele tinha vindo, me mostrado as coisas, me fez acreditar que o poder de escolha estava em minhas mãos, mas na realidade, só estava me fazendo de boba.
Que ódio.
Ignoraria aquele babaca pelo resto dos meus dias, para sempre e sempre, até depois da morte. Cretino.

_ANDA AMELIE, OU VAMOS NOS ATRASAR! – deixei meus pensamentos de lado ao ouvir Enzo me chamando, o diabo já estava pra lá de Bagdá, mas hoje era seu dia! Todos íamos para a boate comemorar.

Me olhei no espelho mais uma vez meus cabelos estavam curtos e lisos, e eu estava usando um vestidinho rodado, preto e de renda, deixando bem a mostra meu sutiã e minha box, e minhas botas de salto novas, deixavam meu bumbum ainda mais empinado, eu iria pra pista com vontade de destruir corações e todo o resto.
Quando chegamos a boate, fui direto para o bar e depois me joguei na pista, me atracando com um boy magia lindo, que apareceu todo interessado. Eu já estava rindo para o vento, nem me importei, só queria diversão, e ainda poderia mata-lo, se passasse dos limites.
Subitamente tudo ao meu redor mudou, e eu me vi numa das salas Vips, na frente de alguém que não era para estar ali. Com toda certeza eu estava alucinando, pois ele não estava ali, e o tempo não poderia estar parado ao nosso redor.

_mas o que... – olhei tudo ao redor e empurrei o álcool para bem fundo de mim, ficando em posição de defesa, como todo bom guerreiro – você... – falei chocada.

_aproveitando a noite, minha doce noiva? – debochou, eu avancei contra ele com os punhos cerrados, a vontade de sentar o cacete nele era imensurável, mas infelizmente o maldito me segurou, prendendo meus braços em minhas costas, jogando-me sobre o sofá mais próximo num milésimo de segundo – tão espirituosa...

_o que faz aqui? – perguntei tentando avançar novamente, mas ele me prendeu pelo pescoço dessa vez.

_vim felicitar um amigo... Mas acabo de decidir que vou me divertir com você! – arregalei os olhos e tentei me soltar – você vai adorar... – meu corpo com certeza ia, mas meu orgulho iria para a puta que pariu.

_vá pro inferno... – resmunguei ainda engasgada. Eu não queria admitir o efeito que aquele babaca tinha sobre mim.

Ele me girou sobre o sofá, me colocando de joelhos sobre o mesmo, de costas, me deixando empinada em sua direção. Estremeci de cima a baixo, em expectativa.

_não ouse... – me debati, tentando me soltar, mas senti minhas mãos serem presas por algo de couro, deveria ser um cinto, e o maldito puxou meu cabelo, me deixando ainda mais excitada. Sem querer arfei – seu cretino...

_relaxe, meu amor... – falou enquanto abaixava com cuidado minha box até meus joelhos, deixando-me totalmente exposta – você vai aprender a não tentar me colocar um par de chifres! – rosnou e sentou um tapa bem dado em meu bumbum, ia ficar marcado com toda certeza.

_seu... Maldito, Ah! – gemi assim que o sentir duro, quente e firme dentro de mim, encaixando-se perfeitamente em mim. Filho da puta gostoso.

Com investidas brutas, fortes e firmes, ele me fez gozar duas vezes em poucos finos, e quando atingiu seu ápice, gozou em mim, deixando-me ainda mais melada do que já estava, e ainda amarrada no sofá. Assim que o ouvi puxar o zíper de sua calça, minhas mãos foram livres.

_eu odeio você... – murmurei sentando-me no sofá com as pernas bambas.

_o sentimento é mutuo, amor, mas você me deve respeito! – seus olhos ficaram vermelhos ameaçadores. Ele sabia qual era minha resposta.

_eu vou matar você... – sorriu me deixando ainda mais irada.

_um dia, talvez, mas não será hoje! – virou-se – aproveite a noite com seu amigo, não quero atrapalhar... – ainda vi seu sorriso de canto, um sorriso que não chegava aos olhos.

Levantei dali com o pouco de dignidade que ainda tinha e fui rumo ao banheiro, as coisas pareceram voltar ao normal, mas nada ficou do mesmo jeito, pois eu queria mais daquele maldito.





Capítulo revelador, quem lembra de "Irmãos Collins"?? kkkkkk
Genteeeeee, sei que prometi dois capítulos por vez, mas o tempo não tem dado pra nada! Vou tentar soltar mais 1, se não conseguir
Posto amanhã!
Desculpem pela demora!
Próximos capítulos  (hj ou amanhã se der) na sexta!
Bjinhos!

A Cabeça do Dragão  - Série IMORTAIS - Livro 5 (final)Onde histórias criam vida. Descubra agora