Prólogo

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Oi meu amores, como estão? Bom, vocês devem estar se perguntando o motivo do livro ter sido atualizado de novo e... eu meio que comecei a correção e deixei a preguiça de lado. Estou com planos de corrigir pelo menos um capítulo por dia. 

Obs1: Esse da foto é o Ariel.

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Ariel

TRÊS ANOS ATRÁS

­Levanto da cama com o despertador tocando, essa noite necessariamente eu não dormi quase nada, pois minha mente estava no que iria acontecer amanhã... eu já sabia que seria expulso de casa desde que aquele cara da igreja mostrou as fotos para minha mãe, fotos essas que eram bastante comprometedoras para mim e para Jorge, o menino que estava comigo quando elas foram tiradas. Se eu sei quem tirou ou quando, a resposta é não sei para as duas.

O conteúdo das fotos? Eu, beijando um garoto negro. O que para minha mãe é considerado um pecado duplo, pois segundo ela, uma pessoa branca não pode ficar com uma negra, e também que gays são pessoas enviadas do inferno para destruir a moral e os bons costumes das famílias cristãs. Família essa que, talvez, nem o diabo fosse capaz de fazer, devo acrescentar.

Mas aí o baque que ela recebe de uma vez, quando seu único filho, é visto aos beijos com um homem negro é o suficiente para que ela não queira mais olhar na minha cara e eu já tinha certeza de esse dia chegaria.

Uma cria conhece sua criadora, não é verdade?

Fui ao banheiro e fiz minha higiene matinal, logo em seguida tomei banho e quando terminei, fui me vestir. Coloquei uma cueca branca, uma calça preta, um tênis branco e uma camisa branca. Estava indo em direção a porta quando a mesma abriu, mostrando minha mãe e meu pai.

- Eu quero você fora da minha casa, agora! – Ela parecia estar transtornada. Os olhos com olheiras grandes e escuras. Meu pai estava indiferente, sua expressão estava neutra, mas não olhava para mim em momento algum.

Eu não esperava que ele me defendesse ou me pedisse pra ficar, porque eu sei como o relacionamento dos dois é e de como a minha mãe tem poder sobre ele. O controla das maneiras mais diversas e ele sempre a obedece, o motivo eu não soube até hoje e... bom, de acordo com os acontecimentos, eu também não vou saber nunca.

- Tudo bem, vou pegar minhas coisas e vou sair. – Respondi simples e ia seguir até minhas coisas.

- Você não deve estar entendendo, você não vai pegar nada, saia agora! – Fala isso apontando para a porta e eu já saí, não adiantava discutir com ela.

Eu não sou tão burro quanto ela imaginava e por já conhecer a maneira que o diabo – que é uma ofensa pra ele ser comparado a ela – trabalha, já tinha deixado todo o meu dinheiro guardado na casa da minha amiga, e foi pra lá que eu segui.

- Eu preciso do meu dinheiro. – Disse quando Agatha abriu a porta.

- Nem um bom dia? – Me olha com deboche e eu reviro os olhos. – Olha amigo, sua mãe ligou para os meus pais e contou tudo para eles. – Ela respirou fundo e eu já sabia, por conhecer ela há muito tempo, que ela se controlava para não matar a minha mãe esganada. – Mas não se preocupe que eles não estão com raiva ou te julgando por nada.

Fiquei ao lado de fora mesmo, preferi não entrar já que não sabia como seria a reação deles, mesmo ela dizendo que eles estão de boa, eu que não acredito... minha mãe tem o poder de manipular as pessoas de acordo com seus gostos e intenções, tudo por seu próprio benefício.

- Aqui! Eu coloquei mais mil reais ai dentro, era só o que eu tinha guardado, mas você está precisando mais e não vai poder comer sem dinheiro e eu sei o quanto você ama comer! – Fala e depois me dá um abraço que retribuo sem pensar, ela é minha melhor amiga e espero um dia ter condições para voltar a vê-la. – Além do mais, quando você ficar rico, eu vou querer que você me leve para da um passeio de helicóptero e eu quero uma bolsa igual a das madame das novelas que a gente assiste.

- Quando eu ficar rico, pode ter certeza que a primeira coisa que eu vou fazer é te dar a bolsa. – Sorri e ela assentiu. – Eu já vou, viu?

- Tá bom! – Fungou, com a primeira lágrima descendo por sua bochecha. Eu a abracei e ela me apertou. – Não quero que você vá! Com quem eu vou reclamar do meu namorado e quem vai me contar dos bofes daqui? E quem vai me fazer comida? E quem vai dormir comigo? – Minha camisa já estava ficando molhada de tantas lagrimas.

- Sua interesseira, só é minha amiga pela comida?

- É, e porque você é quentinho pra dormir. Parece o meu ursinho Pooh. – Dei um beijo na bochecha dela e mesmo sem querer sair dali, precisei ir.

Dei uma última olhada para trás e vi ela ainda lá fora, me olhando seguir o meu caminho, enquanto o vento soprava devagar a copa das árvores. A melancolia tinha de ser deixada para trás, pelo menos por agora, porque um dia eu ainda vou voltar e encontrar ela. Ou ela vai lá me encontrar.

- Não é um adeus, é só um até logo! – Sussurrei para mim mesmo, tentando seguir forte.

São Paulo que me aguarde!

Azar de te amar (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora