Capítulo 14

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AI GENTE, MEU CORAÇÃO ESTÁ SE AQUECENDO! 3/3

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ROBERTO

Minha saída do hospital demorou mais do que o previsto, devido há umas complicações. Então, o que me restou, foi ficar mais 5 dias naquele bendito lugar. Porém, o tempo passa para todos, e para mim não seria diferente. Minha mãe já havia organizado tudo para que minha estadia no meu apartamento fosse a melhor possível, e seria, pois, lá, eu não tenho escadas e nem nada que dificulte minha vida em uma cadeira de rodas, pois até começar a fazer os procedimentos para voltar a andar, esse seria meu meio de transporte.

- Você está pronto, meu amor?

- Estou sim, mamãe!

Um enfermeiro saiu me empurrando na cadeira de rodas até que eu pudesse chegar no caro da minha família, então não foi um trabalho muito árduo. Já estava com todas as recomendações do médico escritas em um bloco, para que este, ficasse com Ariel. E falando em Ariel, ainda não estou sabendo como será sua moradia lá em casa, por alguns pequenos imprevistos, do tipo: Só tenho um quarto no apartamento inteiro, pois o outro foi desfeito para que o meu ficasse maior, e não tem outra cama neste quarto, nem daria para colocar outra. Tudo bem, eu exagerei um pouco, pois são apenas dois contratempos, entretanto, seríssimos.

- Mamãe, e sobre o Ariel?

- Ele já está no apartamento desde ontem. Como o mesmo não tinha muitas coisas, foi fácil leva-lo. – Diz, porém, parece pensar em algo e logo após continua. – Fácil entre aspas, porque meu amor, foi uma choradeira só, a dona da pensão que ele morava começou a chorar, aí ele começou a chorar e eu comecei a chorar, porque eu sou uma manteiga derretida. Mas no final, tudo deu certo!

- Ah, mãe! Eu não queria fosse assim, sabe?! – Digo, me lamentando, pois foi uma completa imbecilidade de minha parte. – Se eu não tivesse sido tão irresponsável, nada disso estaria acontecendo.

- Como assim? Eu não estou entendendo onde você quer chegar.

- Eu causei o acidente por imprudência.

- É, mas poderia ter sido qualquer pessoa!

- Mas não foi qualquer pessoa, fui eu! E ainda tem o cara em quem eu bati... Se ele tivesse ficado assim, e não eu, não sei o que eu seria capaz de fazer.

- Vamos parar com esse assunto. Já aconteceu, não aconteceu? – A mesma não me deixa dizer nada e continua. – Se pudesse ter sido evitado, você podia se culpar. Se soubéssemos o que aconteceria, você poderia se culpar. Mas, você, em algum momento, soube de algo que pudesse ter evitado? Não! Você se distraiu e essa barbárie aconteceu, agora não adianta ficar com caraminholas de que poderia ter isso, ou aquilo. Você sabe que eu não gosto!

- Sim, mamãe!

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Chegamos em frente ao meu apartamento e eu já estava bastante nervoso. Eu nunca dormi com nenhuma pessoa a noite e essa, provavelmente seria a primeira vez, pois, na sala, eu não deixaria que ele dormisse. Não seria uma atitude cavalheiresca! Subimos pelo elevador, meio óbvio. E quando chegamos ao apartamento, lá estava ele, sentado no sofá, comendo não sei o que. E eu fico em choque, ao notar que ele já se adaptou ao lugar!

- Boa tarde, Ariel! Tudo bem?

- Boa tarde, senhor! Sim, o senhor?

- Estou ótimo, melhor agora!

- Ah, legal!

- Bom, garotos, agora eu terei que ir para casa porque estou morta de cansada. E você, mocinho... – Diz apontando para mim – Obedeça ao Ariel, e nada de birra!

- Mãe! – Digo em um sutil rugido, para demonstrar que não gostei do que a mesma falou, porém, ela não liga. –

- Pode deixar, senhora, eu cuidarei bem dele!

- Eu sei meu anjo, eu sei! Mas agora eu tenho mesmo que ir! Mais tarde eu vou ligar para saber como estão, então, a menos que vocês estejam transando, é para me atender.

- Essa mulher é maluca, liga não! – Falo para Ariel, que apenas sorri sem graça. – Mãe, você está deixando ele com vergonha, será que dá para parar com isso?

- Oh, eu sinto muito, Ariel! Não queria deixa-lo sem graça! – Ele assente, sorrindo para ela. – Mas, sabe o que é? – Diz indo sentar ao lado dele no sofá! – Eu queria que meu filho perdesse a virgindade, por isso eu falo isso, esperando você se compadecer com meu caso de mãe preocupada com sua cria.

No instante que ela termina de falar, o vejo vermelho, tentando suprimir uma risada, o que não dura muito tempo, pois minha mãe faz a questão de começar a sorrir, para me levar para o mais profundo poço de vergonha!

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Como eu havia saído de manhã do hospital, poderia, finalmente, almoçar em casa. A comida do hospital era horrível! Aliás, comida não, porque sopa, para mim, pelo menos, não era comida. Disse para Ariel que ligaria para pedir comida, mas o mesmo disse que não teria problema e que ele mesmo faria, porém, ao que ele foi aos armários e abriu-os, viu que não tinha nada.

- A gente tem que comprar, vamos lá!

- Espera! Sair agora? – Pergunto, pois, mesmo em pouco tempo aceitando minha nova condição, não quer dizer que os outros, necessariamente falando, aceitarão. O que eu mais vejo na TV são casos de desrespeitos por diferenças e não queria passar por isso! –

- Sim, sair agora! Me dá teu celular que eu vou chamar um Uber. Ou você não tem o aplicativo instalado?

- Tenho sim, toma aqui! –

Estendo minha mão com o celular, e quando o mesmo pega, nossos dedos se tocam e eu, no momento, sinto como se uma corrente elétrica tivesse passado pelo meu corpo. Não entendi o que havia acontecido, pois nunca na vida, tinha sentido algo assim, nem quando saia com algumas namoradas que tive, nem quando transava com elas e agora, com um homem, sinto isso. Porém, já havia reparado que ele não era igual aos outros, pois, pelo que sinto, atração, só por ele. E sim, eu admito que sinto atração por ele, já tenho uma idade considerável para ficar de conversinha me lamentando por uma bobeira dessas.

Quando já estávamos saindo, vejo que Amanda, minha ex-namorada vinha, e com ela, ao seu lado, sua nova galinha dos ovos de ouro. Mas eu não ligo, ela sempre foi uma cobra, eu sabia disso, mas só estava com ela por comodidade, o que era seu caso também, pois, enquanto eu só a queria porque não precisava procurar alguém para foder, ela só me queria pelo que eu podia dar a ela.

Quando a mesma passa por nós, sinto seu olhar avaliador nos medindo de cima a baixo, como se quisesse nos menosprezar.

- Quem seria esse, Roberto? Não acredito que está pagando por sexo, aliás, você consegue fazer algo, nessa cadeira de rodas? – Travo o maxilar e conto até 10, para não dar a resposta que ela merece, mas Ariel é mais rápido. –

- Bom, querida... Não sei quanto a você, mas eunão sou garoto de programa. Trabalho muito e sim, ele consegue fazer váriascoisas ainda, não é? – Olha para mim que apenas assinto com um sorriso pequeno,pois não pensei que ele me defenderia. – Mas e quando seu namorado descobrirque você quer dar o golpe do baú nele? Não se engane, eu já ouvi falar muito sobrevocê, e sempre a mesma coisa, então não venha tentar dizer algo, se não vaiquerer ouvir! E quanto a você... – Aponta para o namorado dela. – Cuidado, sedaqui um tempo ela aparecer grávida, vai te tirar até a calça. Vamos, bebê? 

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Espero que tenham gostado!

Azar de te amar (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora