Capítulo 1

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Oi para quem está lendo! Tão tudo beleza? Espero que sim, pois eu estou!

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ARIEL

Acordo cedo, com meu celular tocando insistentemente o alarme, como fazia todos os dias de segunda a sábado, que são os dias que eu trabalho, numa empresa que é muito famosa aqui no Brasil e em alguns países do exterior. Lá eu trabalho limpando, é um serviço bastante desgastante, já que eu tenho que estar de seis e meia da manhã até seis e meia da tarde, estando disponível quase que o tempo inteiro, tendo pausa de apenas duas horas para o almoço.

Na empresa em que trabalho, o serviço prestado é de advocacia. Cada setor tem um chefe, no meu caso, como trabalho no setor da limpeza, a minha chefe é a Laura. Uma mulher que nem o diabo suportaria se passasse um dia com ela, aliás, eu não daria uma hora para que ele a mandasse de volta, por não a aguentar. Ela é branca, dos cabelos pretos, usa óculos de grau quase gigante, sempre usa umas saias coladas e umas blusas com uns decotes tão grandes que não sei como ainda não a prenderam por atentado ao pudor, sempre usa um batom vermelho e as unhas pintadas em um tom de rosa bem clara.

Meu nome é Ariel, eu tenho 22 anos, acreditem em mim, é verdade, mesmo que pareça mais velho. Tenho o cabelo cortado curtinho, sou branco, gordo, meço 1,65 e sou uma pessoa que o humor é bem bipolar, mesmo não tendo bipolaridade – segundo os profissionais, gosto de usar salto alto, porque me deixa mais confiante, é como se eu fosse uma nova pessoa, enquanto estou com um par de stiletto . Sou uma pessoa de agir muito pelos instintos, se uma pessoa me faz mal, ela vai receber mal em dobro, assim também, com quem me faz bem. Acho que agora todo mundo já me conhece. Bem agora, eu irei continuar contando para vocês a minha história!

A Laura não gosta de ninguém da empresa, tirando o presidente, que por onde ele passa ela vai limpando com a língua. Ela é uma pessoa muito mesquinha e demite os outros apenas por achar que eles merecem serem demitidos, mesmo sem fazerem nada de errado no trabalho. O que já deram alguns processos para o nome da empresa, mas que não dão em nada.

Levanto da cama, já estou enrolando demais e vou tomar banho, no banheiro compartilhado da pensão onde eu moro. Já que estou fazendo faculdade de direito, eu preciso economizar cada mísero centavo que dê para economizar. Chego ao banheiro e graças aos deuses não tem ninguém lá dentro e nem uma fila do lado de fora, o que significa que hoje eu estou com sorte. Tomei banho e lavei meu cabelo com um shampoo com cheiro de morango, já que eu sou uma pessoa que é alérgica, não posso usar produtos fortes. Após terminar meu banho, sigo de volta até meu quarto, onde me visto com uma bermuda jeans, uma camisa amarela e um chinelo. Logo em seguida, já saindo do quarto e consequentemente da pensão, indo em direção ao meu trabalho.

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Chego na porta dos fundos da empresa, por onde entram os funcionários que precisam se trocar antes de entrar no serviço, e vou em direção ao vestiário masculino. A entrada da frente é apenas para pessoas que trabalham formalmente na empresa. Imagina, em uma empresa chique dessas eu chegando de bermuda e chinelo? Seria o caos.

- Oi, amigo! – Alexsandro, meu melhor amigo, me cumprimenta terminando de calçar as botas para começar o serviço. Ele era... como eu posso dizer? Afeminado demais, até mais do que eu, o que nem achava ser possível. – Saiu nesse domingo?

- Você sabe que não. – Neguei com a cabeça. – Parece que esse semestre as coisas da faculdade estão mais caras do que a minha vida, então estou me segurando mais nas contas. E o teu curso, como vai?

- Vai ótimo, amigo. Obrigado por perguntar! E mesmo sem você ter perguntado, eu vou te contar mesmo assim... – Depois de falar isso faz uma pausa dramática, e continuou. – Eu estou saindo com um carinha de lá.

- Eu já sei que tu é do tipo que arrasa os corações de todos os homens por onde passa... – Brinquei com ele e ele sorriu, assentindo. – Mas agora eu tenho que ir, porque é capaz da Laura demitir nós dois por não bater o ponto no minuto exato. – Ele concordou.

Comecei a limpar o salão principal, onde ficavam as recepcionistas. Elas não eram as pessoas mais legais que você iria querer conhecer, estão mais para Lauras com menor poder aqui, porque elas têm basicamente o mesmo trabalho que nós, os reles mortais, porém, com um pouco mais de "poder". As pessoas só subiam para outros andares, quando elas comunicavam e no andar do presidente, só quando ele ou sua secretária solicitavam.

Falando nesse presidente, eu nunca o vi, aliás, não sei porque acontece isso, já que dizem que ele sempre passa pelo saguão onde a maioria das vezes, é onde estou fazendo a limpeza. O Alex diz que ele é um monumento de homem, que ele é lindo, que ele é gostoso, que ele é isso e aquilo, mas não posso afirmar que é verdade, sendo que eu nunca o vi, não é mesmo? Mas eu vou confessar que tenho essa curiosidade, de saber como é o homem que comanda tudo isso. Ele deve ser mais um desses coroas bonitões que parecem pais dos príncipes de filmes.

Ou eu deveria dizer: daddy?

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Quase mais um dia de trabalho concluído, isso porque ainda falta 1 hora para que meu turno acabe e possa ir para meu quartinho, deitar, dormir um pouco e depois jantar, para dormir outra vez. Estava limpando a sala que as secretárias usavam para trocar de roupa, descansar um pouco, quando de repente entra aquele ser repugnante, chamado Laura.

- Eu preciso que você vá até o elevador privativo e limpe ele o mais rápido que conseguir. -Fala um tanto quanto nervosa. – Vai logo, garoto!

Saí de dentro dessa sala correndo com o balde em uma mão e o esfregão na outra. O elevador ficava um pouco longe de onde eu estava, então eu demorei um pouco para chegar, ainda mais que eu me atrapalhei com as minhas mãos e quase caí, derramando os produtos de limpeza no chão.

- O que faz aqui? – Um homem pergunta olhando na minha direção com um olhar frio, penetrante, e muito lindo! Coro, quando tenho esses pensamentos e logo trato de afastá-los. – O gato comeu sua língua, garoto? Vamos, me responda!

- Eu vim limpar, senhor! Será que tem como me dar licença?

- Como ousa, garoto insolente? Você por um acaso não sabe quem sou eu? Não passa pela sua cabeça que pode ser demitido?

-Olha, senhor, eu estou sendo bastante educado, então não me teste! – Já estava vermelho de raiva, mas mesmo assim mantive a minha voz calma, para não ter uma justa causa na carteira. – E não, eu não sei quem vossa alteza é, ou deixa de ser. E sim, passa pela minha cabeça ser demitido, mas se eu não limpar isso daqui, porque provavelmente o chefe desse negócio inteiro irá descer por esse belo elevador privativo, vai ver que não fiz o meu trabalho direito e eu serei demitido do mesmo jeito! – Falei apontando para fora, e vi que ele apenas ficou quieto.

Então continuei fazendo meu serviço até notar que havíamos chegado no andar da presidência, mas também não prestei atenção mais em nada, apenas apertei o botão que me levaria de volta até o saguão e esperei que chegasse, depois que chegou até meu destino, saí, olhei a hora em meu relógio e vi que já eram 18:31, e já tinha passado meu horário. Bati o ponto, segui em direção ao vestiário, coloquei meu uniforme no cesto de roupas sujas, já que toda vez à noite, as meninas que ficam responsáveis pelos uniformes os lavavam. Vesti minha roupa e saí em direção a pensão.

Quando cheguei, estava tão cansado que apenas cheguei, caí na cama e dormi, sem jantar nem nada. Apenas desejando que amanhã o trabalho seja menos puxado e que eu não sinta tanta vontade de esganar os meus colegas.

Azar de te amar (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora