2/4 e eu estou como? Cansado!
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ROBERTO
Termino de falar com os outros funcionários e peço para me explicarem o motivo da demissão dele, ao que todos falaram, não tinha motivos aparentes para ele ser demitido. Pois o mesmo sempre fez o trabalho muito bem, nunca chegou atrasado e nunca desrespeitou nenhum colega de nenhuma área da empresa. Isso me fez ficar com muita raiva!
Quem ela pensa que é para sair demitindo meus funcionários dessa forma? Mesmo eu sempre tendo falado que todas as demissões têm que passar por mim, e todas muito bem explicadas sobre o motivo, porque antigamente sofri com o mesmo problema, mas em um setor diferente. Agradeço a eles pelas informações e sigo em direção a sala daquela mulherzinha que eu tive o azar de ter na empresa, mas que hoje vai saber seu verdadeiro lugar.
Passo por sua secretária e a mesma me olha como se não acreditasse no que estava vendo, já que sempre que preciso de algo, mando chamar os interessados na minha sala e hoje eu vim pessoalmente no andar que fica o setor da limpeza.
- Onde está sua chefe? – Ela estava pálida. Eu queria sorrir dela.
- Ela não se encontra no momento, senhor. Prefere deixar o recado?
- Ligue para ela e fale para que compareça na empresa nesse exato momento. Esperarei 30 minutos contando de agora. E me traga um café.
- Sim, senhor! – Segui para a sala de Laura ainda pisando duro. A secretária dela saiu também tropeçando nos próprios pés.
Não sei, como ela não caiu de cara no chão!
Abro a porta da sala, entro e fico sentado na cadeira principal. Olho em meu relógio e já haviam se passado três minutos, ela teria que correr, porque a demissão dela já estava a caminho. Uma maldade? Não. Ela deveria estar na empresa, e não fora dela. Afinal, para que ela está recebendo? Até onde eu sei, não é para ficar de madame por aí em horário de trabalho. A secretária dela chega com meu café, logo em seguida se retira da sala. Acho que eu deveria fiscalizar mais o meu ambiente de trabalho, porque, pelo menos a sala da Laura parece um puteiro.
Quem leva um abajur de pernas para um escritório?
Tomo um café tranquilamente e vejo em meu relógio, que o tempo da mesma está se esgotando. Um minuto e adeus ao emprego! Ela será a pessoa que eu nem pensaria duas vezes antes de meter o pé na bunda, para fora da minha empresa. Saio dos meus pensamentos com uma pessoa entrando na sala.
- Olá, Laura. Como você está? Vejo que você não se encontrava na empresa no horário que era suposto que você estivesse. Inclusive, no seu contrato está falando dos horários. – Falo ainda terminando meu café e encarando a mesma que agora estava sem ação na minha frente. – Como você me explica isso?
- Eu tive que sair e resolver uns negócios fora da empresa. Eu não posso ficar a todo momento. Como os funcionários me respeitariam, se eu, que sou chefe, não posso sair a hora que quiser? – Dei uma risada incrédula, de como ela falava.
- Eu não estou acreditando no que estou ouvindo. Eu pensei que você não teria tanta cara de pau de inventar uma desculpa, mas vejo que estou bastante enganado, em relação aos meus funcionários. Mas não é sobre isso que vim falar. – Vejo-a me encarar confusa. Levantei e caminhei pela sala, olhando pela janela, passando a mão em alguns móveis e ela continuava me encarando, sem se pronunciar. – Hoje eu tive uma surpresa não muito agradável, quando liguei para a Melissa e pedi para a mesma ligar para você com a intenção de pedir que dissesse ao Ariel que fosse até minha sala. Você está lembrada disso? Ou você não se recorda? Porque já era para ele estar lá a muito tempo.
- Eu não sei do que você está falando, eu não recebi nenhum recado. – Concordei.
- Pois eu tenho certeza de que falei com você no telefone há alguns instantes. Mas não se preocupe pois iremos resolver isso. Me siga até a presidência. - Saí sem esperar, mas a mesma vinha logo atrás de mim com aqueles saltos irritantes que faziam um barulho muito chato.
- Melissa, me acompanhe até minha sala, por favor. – Melissa apenas assentiu.
Continuo seguindo em frente com as duas um pouco atrás de mim. Paro na porta da minha sala, abro e entro, sendo seguido pela Laura e depois Melissa, que entrou e fechou a porta.
- Eu precisava do funcionário Ariel na minha sala, e não você, Laura. Mas como eu mandei chamá-lo e ele não veio até aqui, eu mesmo tive que ir até ele. Mas qual não foi minha surpresa ao saber que ele foi demitido... – Melissa começou a tossir atrás dela, talvez pela surpresa que teve agora... ou por me ver confrontando uma das filhas de um sócio.
- E-eu não sei do que você está falando. – Gagueja, depois retornando a sua pose altiva.
- Posso falar? – Minha secretária perguntou e eu confirmei com a cabeça. – Eu tenho uns amigos lá no setor da limpeza e fiquei sabendo que ele foi demitido hoje de manhã. Um pouco antes do senhor me mandar ligar, mas como pensei que era brincadeira deles, pois o mesmo fazia sempre um trabalho ótimo, não havia motivo para que o mesmo perdesse seu emprego. Então eu deixei o recado para que ele subisse, mas não subiu e o resto da história o senhor já sabe.
- Tá... Eu o demiti, mas porque eu pensei que você quisesse assim. – Disse com falsidade.
- Ninguém deve pensar o que eu quero ou deixo de querer, Laura. E você não demitiu apenas ele por motivos fúteis, você demitiu vários, pelo que andei me informando. E eu espero que ele ainda não tenha saído para procurar emprego, porque se a empresa o perder, não vai ter nenhum pai que vai te salvar não, inclusive quem vai se resolver contigo é a minha mãe e ela não gosta nada de ti. Agora sai da minha sala e vai trabalhar. – No momento em que ela ia saindo, a chamei. – E se não cumprir com seus horários direito, eu não pensarei duas vezes em te demitir. Me escutou?
- Sim. – Respondeu a contragosto. O olhar que ela deu quando passou por Melissa deve ter assustado a coitada demais, porque Laura parecia mais a menina possuída de "o exorcista".
Continuei meu trabalho e quando deu a hora de ir para casa, desci até a garagem, entrei no meu carro e segui em direção a minha casa.
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Acordei e fiz todo o procedimento que faço todos os dias. Tomei banho, tomei café, escovei os dentes e vesti minha roupa. Peguei meu carro e dessa vez não fui em direção ao trabalho, e sim em direção onde Ariel mora. Depois de um trânsito caótico, alguns congestionamentos eu cheguei lá. Entrei, falei com uma mulher que parecia ser a gerente do local e ela subiu, depois de uns minutos me informando que ele já descia para falar comigo.
Depois que ele desceu e a gente conversou sobre tudo o que tínhamos que conversar, chegou na hora do salário. O salário que eu pagava normalmente aos meus secretários do tipo que eu propus para ele, recebiam em torno de 5 mil reais, mas isso sem todos os bônus. Cada vez que eu descobria mais alguma coisa sobre Laura, mais raiva eu tinha.
- Então está tudo certo. Irei mandar o RH suspender sua demissão, Melissa fará um novo contrato para que possa assinar e começar a trabalhar. Ela entrará em contato com você em alguns dias. Tudo bem para você?
- Para mim está mais do que bom. Nos vemos em breve, senhor Roberto!
Apertamos nossas mãos, em uma despedida formal e eu parti em direção a empresa.
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Azar de te amar (Romance Gay)
Roman d'amour[EM CORREÇÃO] Ariel é um menino sonhador, alegre, de boa índole, mas que foi expulso de casa aos 19 anos pela mãe pelo fato de ser homossexual, porém não se deixa abalar e sempre tenta ver o melhor de tudo. Começa a trabalhar na limpeza em um famoso...