Prólogo

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__Mãe?.-- chamou a menina de seis anos.

A mulher alta parou abruptamente, sua mão agarrou a mala com força, antes de soltá-la lentamente, um sorriso amável se formou nos lábios dela antes de voltar para a pequena menina parada nos últimos degraus da escada.

__Miranda porque está acordada a esta hora querida? É muito cedo.-- murmurou baixinho a mulher, olhando em direção a porta do quarto que ficava em direção a sala, com certo receio que ocupante do aposento acorda - se também.

Após confirmar que não havia sinais de vida vindas do cômodo, a bela morena caminhou em direção a escadas fazendo um sinal com mão chamando sua pequena filha, que meio sonolenta deu alguns passos hesitantes até ela.
__Fui fazer xixi.-- sussurrou a menina olhou para o relógio que ficava preso na parede.-- São seis horas.-- murmurou

__Sim, são.-- disse a mulher franzindo o cenho para pequena a sua frente.

Os pequenos olhos azuis acinzentados tão parecidos com o dela estavam repletos de uma curiosidade e sabedoria que não fazia jus à idade que obtinha. Cautelosa, a mulher sorriu acariciando os cabelos escuros com cachos suaves e macios, como os seus.

__Aonde a senhora está indo?.-- perguntou ela olhando para a mala preta.-- Está nós deixando?.-- perguntou com a voz rouca e baixa demais, os olhos arregalados estavam assustados.

Mais uma vez a mulher amaldiçoou a inteligência e o raciocínio rápido da filha, não era justo que logo ela tivesse que ter acordado cedo para fazer xixi. Seria mais fácil ter lidado com Amanda a pequena de quatro anos.

__Não.--- Ela apressou- se em dizer procurando rapidamente uma explicação lógica que não delataria suas verdadeiras intenções.-- Sabe aquela mala da tia Judith? Vou devolver assim que voltar da farmácia, seu pai precisa dos remédios para o dodói da perna dele lembra?

__Ele piorou?.-- perguntou horrorizada.
O medo pelo pai a fez esquecer de olhar o sorriso malicioso da mãe, que tratou de esconder aquela sensação vitoriosa e suspirar falsa.

__Não Miranda, é melhor tê-los para quando precisar. Prevenir do que remediar, correto?

A menina assentiu e suspirou aliviada, ela olhou para a mãe que se levantou antes de alisar sua bela blusa de seda.

__Volte a dormir tá bom? Não acorde sua irmã, logo voltarei para fazer o café da manhã.-- disse a mulher voltando a caminhar em direção a mala.

Miranda viu sua mãe abrir a porta e acenar antes de fechar a porta atrás de si, a garota levou sua pequena mão ao peito sentindo algo apertar seu coração.

A farmácia abriria apenas as oito horas...

Ela sabia disso, sua mãe pensou que ela não teria ciência disso. Uma lágrima solitária deslizou por sua bochecha, aquele sorriso falso e a última mentira da mãe ficou gravada em sua memória, a pequena se voltou para o quarto de sua irmã, se arrastou para a cama da pequena, e abraçando sua irmãzinha, prometeu a si mesma que jamais a trairia daquela maneira.

MEU CHEFE DEVASSO ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora