Dezenove

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Por Miranda

Ao relógio marcar onze e meia em ponto, as portas do elevador se abriram, de lá saíram dois homens altos e impecavelmente vestidos; ambos conversavam banalidades sobre o jogo daquela quarta feira, e o quão injusto tinha sido o juiz por ter dado cartão vermelho para um jogador em questão que era o favorito deles.

Como o senhor Teixeira dizia, conversas de homens são besteira na maioria das vezes, mas quando se é relacionadas a jogos, são sagradas.

Principalmente quando se estava acompanhado de uma ótima bebida, bem, os homens em questão Brad e Marlon não estavam com seu copo de cerveja em mãos. Ambos tinham aquela postura casual de quem estava em casa; e não em um local de trabalho.

--Não esqueça de sábado.-- comentou Brad dando uma piscadela direcionada a mim e caminhando para sua área.

Marlon revirou os olhos, apesar da atitude juvenil, meus pensamentos automaticamente ligaram aquele simples gesto com algo erótico.

Eu tinha que admitir,eu estava pior que um pré adolescente passando pela puberdade, tudo que eu via naquele homem, cada gesto, palavra, sorriso,ou olhar. Era revertido para algo safado e imoral.

Ainda bem que ninguém era telepata, ou, eles saberiam que eu era uma pervertida em série.

Olhei para a mesa vazia de Nanda, que havia ido almoçar primeiro. Era normal que eu fosse a primeira a ir; mas devido ao meu compromisso com uma médica, achei correto ela ir primeiro.

--Nossa você esta horrível.--escutei Marlon falar

Olhei para ele como alguém que encara um saco de estrume, mas devido ao cansaço não pude dar uma resposta espertinha, fui limitada em apenas suspirar e pegar as pastas com os resumos das reuniões e o entregar.

Vi ele ler as três primeiras páginas com interessante profissional, fechando a primeira pastas ele sorriu.

--Obrigado está tudo nos conformes, depois lerei com mais calma. Agora podemos ir para o centro médico Santa Maria?

-Ok, apenas deixa a senhorita Sousa....

Nesse mesmo instante, sem ser do elevador, uma Nanda sem fôlego saiu cambaleante das escadarias, em uma das mãos tinha um salto quebrado e na outra sua bolsa atropelada, grande parte de sua saia estava melada de um líquido escuro e fedido.

--Meu Deus o que aconteceu com você?.-- perguntei saltando da cadeira.

Os olhos de Marlon se arregalaram, e muito rapidamente foi em socorro de sua funcionária, indo ao bebedouro e colocando um pouco de água logo em seguida servindo para ela.

Que visivelmente abalada, aceitou sem ao menos agradecer, não antes de ingerir o líquido e narrar com a voz baixa o que tinha acontecido.

--Sabe o restaurante que tínhamos ido terça feira? Então, eu tinha acabado de terminar meu almoço quando escutei alguém no beco ao lado, e como sou muito curiosa fui ver o que era. Apenas para vê um mendigo revirando o lixo. E aquilo foi de partir o coração sabe ? Um mendigo revirando o lixo em busca de algo para comer! Não pensei duas vezes em chamar ele para lhe dar um dinheiro, pelo menos para comer algo decente. Só não esperava acabar assustando ele, e por estar bêbado e ter me visto ali do nada, acabou me jogando uma garrafa que tinha em mãos com esse líquido estranho em mim, eu não esperava isso, então tropecei em algo quebrando meu salto. E o mendigo foi embora me deixando no chão, depois de estar novamente em pé, eu peguei minha bolsa, para voltar para cá. E verificando minhas coisas, minha mão tocou em algo vivo e pequeno que fez questão de fazer um tuor por meu braço. Era uma barata enorme!! Não pensei duas vezes antes de jogar minha bolsa no meio fio que foi atropelada por um táxi!

MEU CHEFE DEVASSO ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora