Treze

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MIRANDA TEIXEIRA

--Andréia esta aí?.-- pergunto assim que avistei Nessie.

A garota que antes tinha a cabeça  encostada na sua mesa a levantou tão rápido, que me surpreendi por ela não ter distendido algum músculo, e ajeitando seus óculos enquanto piscava muito disse com a voz as três oitavas.

--Não! Sim ?! Perdão o que disse?.

Observei a jovem secretária de minha amiga atentamente, suas bochechas estavam ruborizadas, e ela vestia roupas largas demais para seu pequeno corpo, a blusa preta do AC/DC  contradizia completamente seu estilo recatado, o que me dava um palpite de quem causou toda aquela desatenção.

Eu só esperava que Lorenzo não fizesse merda, mais considerando que ele emprestou sua camisa favorita talvez... só talvez ele esteja levando a sério um de seus casos.

Eu espero que sim, Nessie era uma garota legal.

--Andréia está?.- perguntei novamente.

--Não, ela ainda não chegou, mais se quiser esperar sinta- se a vontade para entrar na sala dela. Enquanto isso quer que eu pegue seu achocolatado?.-- perguntou ela prestativa seu cenho estava franzindo em preocupação.

Talvez eu tenha deixando transparecer meu pânico, mas neguei o achocolatado, duvido muito algo descer por minha garganta e permanecer em meu estômago.

Entrei na sala,mais parei quando escutei um suspiro exasperado, como se alguém estivesse com falta de ar, e só quando olhei sobre meus ombros que vi no fim do corredor apoiada na parede Andréia, uma mão descansava em sua cintura, e seu rosto estava avermelhado e suado como se tivesse corrido quilômetros para chegar ali e não dois lances de escadas.

--Jesus... eu...-- tomando um pouco de ar ajeitou a postura e ainda com a respiração entre cortada veio até mim dizendo.-- Preciso voltar para academia.

--Pegarei um pouco de água para você.-- disse Nessie pulando de sua cadeira e correndo até a mine geladeira do escritório de Andréia.

Minha amiga se jogou no sofá me puxando junto com ela, cai de qualquer jeito em seu colo e com as mãos envolta de minha cintura Andréia perguntou com uma voz de bebê, que na cabeça dela ela achava fofo.

--Diz bebê o que minha filha tem? Em quem preciso dar uma lição?

Sorri meio sem graça e olhei para Nessie que segurava um copo de água e nos encarava com curiosidade, Andréia murmurou um obrigada antes de pegar o copo e o beber.

Me levantei de seu colo e caminhei de um lado e outro pelo seu escritório; Nessie sabiamente saiu nos deixando a sós, passei as mãos umas nas outras espalhando aquele suor frio e perguntei.

-Por onde deveria começar?

--Por onde achar melhor.-- murmurou ela calmamente se ajeitando no sofá.--Nada que diga,não será impossível de ser resolvido.

--Bom.-- sorri meio sem jeito é abrir os braços.-- Exceto que eu possa estar grávida, ou,está com uma DST!.-- quase gritei essa última parte, mais me obriguei a abaixar o tom ao lembrar que Nessie poderia escutar.

Andréia arregalou seus lindos olhos e voltou a engolir um pouco de água, provavelmente escolhendo suas próximas palavras.

--Me explique isso direito....

E foi o que fiz, disse tudo mesmo. Desde o estranho em Las Vegas que descobri aquela tarde ser meu chefe, e quê, surpresa era meu marido!

Após terminar meu relato Andréia passou as mãos por seus cabelos ruivos e se levantou caminhado em direção a sua mesa, pensativa.

--Lembra daquela pílula que lhe dei quando chegamos de Las Vegas?.-- perguntou ela se sentando em sua cadeira.

--O remédio para dor de cabeça?

Andréia pareceu sem jeito ao sorrir coçando sua nuca.

--Não, eu lhe dei um quando voltou da sua noite muy caliente lembra? Então...sei que odeia os anticoncepcionais por te deixar meio inchada... então... bom, eu lhe dei uma pílula do dia seguinte quando chegamos aqui.. Não sei se fez efeito, a uma pequena probabilidade de que possa ter falhado mais...

--Eu não esteja grávida!.-- exclamei completamente fora de mim.

-- Ou talvez sim...- disse Andréia sombria, sempre considerado o pior.

Mais fingi não escutar, me agarrei aquele pequeno fio de esperança, aquela luz no fim do túnel parecia sorrir para mim, eu não estava grávida

Eu não estava grávida!

Jesus, só de saber que eu não estaria carregando um ser dentro de mim um sorriso apareceu em meus lábios, não porque eu menospreze a idéia de ser mãe. Ao contrário, eu gostaria de ser uma,mais não agora, somente quando estivesse com trinta e três anos, está era minha idade adequada aonde possa pensar em ter uma criança. E com toda a certeza eu não quero ter um filho com MEU CHEFE.

Isso Deus me livre.

--Quanto a doença sexualmente transmissível.-- começou minha amiga lançando-me um olhar repreensível, afinal foi irresponsável da minha parte também não ter usado preservativo.--Posso marcar uma consulta com uma doutora de minha confiança, que possa fazer os exames necessários para tirar suas dúvidas, claro terá que levar o seu chefe.

--Porque ele ....

--Pense bem, ele também gostará de saber que não tem nenhuma doença não acha? E bem.... vocês terão que estar juntos quando escutarem o resultado do exame de sangue, para saber se estar grávida.

--Mas ....

--Olha, eu sei que há uma pequena chance de que não esteja, mais é melhor ter um exame comprovando que não, do que viver com essa dúvida.-- disse ela

Minha sabia conselheira se levantou e se aproximou de mim, e me abraçou em seguida acariciando minhas costas, afastando imediatamente todas as preocupações.

--Vai ficar tudo bem. Qualquer coisa estarei aqui....

--Qual é o do abraço? É uma data especial e não estou sabendo?

Nos soltamos uma da outra apenas para vê Lorenzo com os braços cruzados.

--O que esta fazendo aqui seu estraga momento?.-- perguntou secamente Andréia.

--Vim ver se a minha irmã desaparecida deu as caras. Aonde você estava ?.-- perguntou ele.

--Se eu quisesse que soubesse teria deixado um bilhete perfumado cheio de corações.-- disse ela na defensiva.

--Não seja cínica, aonde estáva?.

-- Va ver se eu estou lá na esquina, ou melhor, vai procurar um rabo de saia seu chato.

--Andréia...-- Ele olhou diretamente para mim e franziu o cenho.-- Está acontecendo algo que eu deva saber?

--Sim deve, o caminho até a porta seu intrometido.-- disse ela apontando para a porta.

E enquanto os dois brigavam entre si, me afastei o suficiente para atender a ligação.

--Miranda falando.

--Precisamos conversar.-- disse Marlon

Olhei para as horas em meu relógio, e me lembrei do conselho de Andréia, quanto mais rápido eu tirasse minhas dúvidas, mais rápido me livraria dessa situação, logo passei um endereço para ele e um horário me voltei para Andréia que me encarava junto com seu irmão que apesar de não estar apar do assunto, sabia que tinha alguma coisa errada.

--Poderia marcar aquela consulta para sexta?

--Agora!.-- disse pegando o telefone e expulsando o irmão com almofadadas nas costas.

  

MEU CHEFE DEVASSO ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora