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Por Miranda

__ Amarrem ela .- ordenou Manuela apontando para as colunas de madeira sem ao menos erguer seus olhos, sua atenção voltada ao celular.

Relutante puxei meus braços, apenas para confirmar o aperto firme dos dois, apesar de o número de capangas de Manuela terem diminuído para três, não era um alívio, ao contrário eu não via uma rota de fuga, ou um plano mirabolante para escapar dali, sem deixar de mencionar que eu entrei em trabalho de parto, aos poucos  o intervalo das minhas contrações estavam diminuindo. Se eu não for socorrida logo, terei sérios problemas.

__ Se ajoelhe.- pediu o louro de cabelos curtos.- Por favor, não quero te machucar.

Surpresa por seu pedido educado, eu me ajoelhei, com uma delicadeza inesperada ambos estenderam meus braços e começaram amarrar cordas envolta dos meus pulsos.

Observei uma tensão entre os dois que estavam ao meu lado, vi o moreno olhar para o terceiro que estava na porta do celeiro sem olhar em nossa direção, Manuela estava muito ocupada rindo e murmurando consigo mesma.

__ Isso não está certo, Sam .- sussurrou o louro

__ Xiu Dean, se eles te ouvirem você é um homem morto .- repreendeu Sam .- Lembre-se o que aconteceu com Albert.

Dean ficou pálido, pelo visto a lembrança o assombrou, pus meu melhor olhar de "por favor me ajude " ( já que eu não conseguia falar por causa da maldita fita adesiva que me colocaram assim que chegamos ao celeiro), Dean ao vê meu olhar suplicante ele desviou os olhos parecendo culpado.

Sam franziu o cenho para Dean, por sua cara ele não gostou do que viu.

__ Vá fazer a vigia antes que eles te vejam.- falou ele por fim, Dean se levantou e caminhou para fora do celeiro, Sam apertou meu pulso suavemente antes de sussurrar.- Estamos na merda... não se precipite.- alertou ele  se levantando, sua expressão inexpressiva.

Não entendi o que ele quis dizer, Sam se afastou  no mesmo instante que Manuela se aproximou, ela parou a minha frente, sorrindo abertamente, colocando as mãos nos seus quadris ela me avaliou, mechas de seu cabelo castanho avermelhado se soltaram de seu rabo de cavalo, ela parecia jovem mais seu brilho insano me fez engolir em seco.

__ Eu me preparei tanto para esse dia !.- começou ela.- Eu imaginei inúmeros fins para minha vingança, posso não acabar com todos vocês, mas me contento com as duas pessoas que mais odeio. Não se preocupe filha, posso estar improvisando mais o que tenho para você não deixará de ser especial.- disse ela com uma ternura que fez meus ossos congelarem.

Manuela se afastou e caminhou até Dean, que estava próximo a um velho trator enferrujado. Ela se abaixou e de trás do pneu ela puxou um galão vermelho, e o ergueu como se ele fosse um troféu, não era preciso ser um gênio para saber que o que tinha ali era gasolina, minha mãe caminhou em minha direção enquanto abria a tampa, suei frio , tentei me afastar ou puxar meus pulsos que estavam amarrados, desesperada pude apenas fechar meus olhos e abaixar a cabeça, quando ela jogou a gasolina,  sinto o líquido molhar o topo de minha cabeça, minhas roupas, Manuela gargalhou claramente adorando o momento, balanço a cabeça e mantenho meus olhos fechados a cabeça baixa, escutei ela falando , e lutei com as amarras.

__ Quando você era um bebê, seu pai se encarregou de cuidar de vocês, dar banho e alimenta-las , preciso corrigir isso, não?  Veja, meu bem nunca é tarde para recuperar o tempo perdido !.- sinto o aperto firme em meu queixo suas unhas se afundaram dolorosamente em minhas bochechas, abro ligeiramente meus olhos e vejo seu sorriso demente.- Logo , tudo vai acabar e você não precisará se preocupar com o nascimento dos gêmeos.

MEU CHEFE DEVASSO ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora