Vinte Oito

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POR MIRANDA

O almoço decorreu bem na medida do possível.

Não terminou comigo pulando na mesa e matando minha mãe vaca, como também não envenenei o prato dela como tanto queria.

Ao contrário todos conversarmos sobre as baboseiras, aos poucos naquele almoço Emile desde a inquisição feita pelos pais de Marlon na sala de estar, a meia irmã dele é minha meia irmã começou a se soltar, deixando a vergonha de lado e entrando em uma conversa animada entre mim e Dona Sarah que insistia que eu a chamasse de Mãe.

Manuela não fez questão de entrar na conversa, na verdade ela se trancou em um silêncio apreciador entre ela e seu vinho.

Todas as vezes que olhava para Emile eu me lembrava que ela tinha pegado seus meios irmãos quase...

Cara isso tava dando um nó em meu cérebro, essa situação era bizarra. Coisas assim deveria se limitar apenas em seriados de comédia sem graça.

Mas não. Era real, ali falando sobre sua escola particular estava uma cópia de Amada aos dezesseis anos, cabelos lisos loiros mel, olhos esverdeados, mas diferente com um toque de azul como do Marlon, sua boca também era diferente, era como a do pai dele, fina e levemente carnuda.

Diferente da minha e de Amanda que eram carnudas em formatos de coração, eu infelizmente quando era pequena parecia uma cópia fiel da minha mãe; cresci e naturalmente mudei.

Ganhei mais corpo, e minhas feições amadureceram drasticamente, mas caso você observasse atentamente notaria as semelhanças que tinha com a cobra quê sorria e evitava me encarar.

Manuela estava com medo que eu dissesse algo, no início fiquei hesitante em desmascarar a vadia abandonadora de filhas e ladra.

Afinal em quem eles acreditariam ao dizer a verdade , em uma estranha que acabaram de conhecer ou a pessoa que esteve com eles ?

Não preciso dizer a resposta, mas quando Marlon mostrou clara aversão com a madrasta dele; foi como se finalmente eu pudesse vê a luz no fim do túnel.

A esperança de que ele pudesse me ajudar à me vingar estava tão próxima que eu quase podia tocar e beijar.

--Aaaaaah ! Desculpa.--disse minha mãe colocando a mão na boca ao vê que sua garrafa de vinho tinha caído e molhado as roupas da dona Sarah e respingado  em Emile.

Ambas se levantaram apressadas, murmurando em ir ao banheiro para se trocar, repentinamente o pai de Marlon disse que precisava conversar com ele, o levando então para o escritório.

Ficando apenas eu e Manuela, que se levantou pegando sua taça ainda com vinho.

--Precisamos conversar.

--Não; não precisa.- falei saindo da mesa e juntando as louças apressada

-Precisa sim Mira.

Peguei uma faca de cerra e apontei para ela.

--Não me chame assim.

Manuela levantou uma mão em rendição; achando graça.

--Tudo bem.

Terminei de juntar os pratos e talheres e levei até a pia com aquela mulher me seguindo, testando minha paciência, agarrei aqueles pratos até meus dedos ficarem brancos, a vontade de virar e quebrar todos eles na cabeça dela era enorme, mas me contive.

--Sabe...- refletiu ela se encostando contra a pia, me observando com interesse colocar as louças dentro da pia de mármore e começar a lavar.-- Muitos diziam que éramos parecidas lembra? Mas nunca pensei quê isto se limitava a nossas aparência!

MEU CHEFE DEVASSO ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora