MEU CHEFE DEVASSO ( Em Revisão)

Seis

(....)

---Está tudo bem minha querida?.- perguntou meu pai pela sexta vez, coloquei o celular preso entre meu ombro esquerdo e orelha para assim utilizar minhas mãos.

Tirei o assado de carne do fogo e com um leve ponta pé, a porta do fogão se fechou.

--Sim pai, eu estou bem.- disse, e após por o assado no balcão de mármore acrescentei.- Ramone não fez nada para que eu tenha tomado essa decisão. Apenas não era para ser entende ? Sabe muito bem não era uma relação por amor e estava fadada ao fracasso, ou possivelmente eu acabando sendo presa.

Por um breve segundo temi que ele encontrasse a mentira descarada entrelaçada em uma meia verdade, o motivo.

Sim, obviamente não o contaria o quê minha irmãzinha fez, ele não merecia sofrer aquela decepção. Era melhor assim.

--Aaah, Ivone.-- murmurou ele compreensivo como se tudo estivesse explicado, Ricardo Teixeira conhecia perfeitamente a peça que a tia de meu ex era.

Muitas das jantas em família terminavam com uma dor de cabeça, com Amanda aproveitando o momento para por em prática o que tinha aprendindo em suas aulas de fisioterapia nos ombros tensos de meu pai enquanto ele bebericava seu Uísque amargo e se auto elogiava por não ter perdido a cabeça com Ivone.

Após um longo minuto reclamando da mesma mulher, meu pai brincou dizendo quê eu não precisaria mais ser a mamãe do filhinho dela, depois ele  desejou uma boa noite, e que caso eu precisasse dele bastava uma ligação que ele estaria ali ao meu lado me apoiado e ajudando da forma que pudesse.

Era inegável o quanto ele nós amava, meu pai sempre fez tudo o que pode para que não faltasse nada a suas filhas, desde que fomos abandonados pela minha mãe, ele tentou tomar o lugar de pai e mãe ao mesmo tempo, e apesar de que as coisas tenha sido meio apertadas, e nossas condições financeiras na época não era para lá das melhores ao ponto de termos sidos despejados de casa,e só não fomos morar de baixo da ponte porquê nossa querida e falecida tia Judith tenha nos abrigados. Enfim, mesmo com as dificuldades que a vida tenha nós dados, ele nunca deixou de demostrar o amor e agido como um pai maravilhoso e presente.

Assim que desliguei o celular, não pude negar que fiz a escolha certa, manter meu pai no escuro seria o melhor. E mesmo que não suportaria olhar para a cara de Amanda sem querer lhe dar umas boas bofetadas, eu não deixei de proteg-la, parece que meus extintos de irmã mais velha ainda estão ali.

--Porque estão suspirando como se alguém tivesse morrido?.- perguntou Lorenzo me assustando.

Olhei para ele que estava sentado no banco atrás do balcão de mármore, sua cabeça inclinada me avaliava de modo curioso, ao seu lado uma jovem da mesma idade que eu e Andréia uns vinte e seis anos de cabelos cacheados tipo Black Power de pele parda e olhos castanhos escuros, parecia querer sumir sobre seu casaco preto, a reconheci imediatamente.

Nessie Avilar a secretária tímida de Andréia.

__Boa noite Lorenzo, Nessie..-- murmurei após me recuperar do susto.- Aonde está Andréia?.-- perguntei após notar que minha amiga não estava ali.

--E-Ela disse que não poderia vim porque surgiu um assunto urgente que não podia f-faltar.- gaguejou Nessie baixinho olhando para tudo menos para mim e principalmente para o homem a sua frente.

Lorenzo pareceu indiferente a presença tímida da mulher a suas costas, sua atenção estava voltada completamente em minha comida.

__Uma pena ela não poder vim para a comemoração de sua liberdade conjugal, e um sacrilégio mais ainda por desperdiçar esse manjar dos deuses. Ainda bem que sou agraciado pela presença dessas duas beldades como companhia.-- disse ele subitamente olhando de canto de olho para Nessie que ficou vermelha ao receber o elogio.