Cap 23 • Luz e Escuridão

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A 2.498 mil anos atrás foi onde tudo começou.

Em um lugar nunca imaginado pelo ser humano. Um lugar onde existiam anjos mas não era o céu. Onde existiam demônios mas não era o inferno. Pégasos, sereias, fadas, dragões, elfos, bruxos e muito mais.

Eu sei, pode ser confuso, mas tudo é possível. Acredita ou já acreditou em coisas sobrenaturais? Bom, para eles os sobrenaturais são vocês, humanos medíocres.

Era um reino, um reino muito grande e rico. Cultura, agricultura, guerrilheira e fazenda muito bem cuidados e evoluídos. O rei era o anjo mais idolatrado e desejado daquele local mas logicamente ele escolheu a moça mais bela daquele reino. Uma plebeia. Ele foi massacrado e humilhado pelo povo, mas o amor dos dois eram intensos.

A jovem deu a luz a duas crianças gêmeas ainda prematuras por não aguentar o parto e vir a falecer. As crianças nasceram saudáveis, um menino e uma menina. A menina com asas enormes brancas, leves como uma pluma e delicada. O menino com asas negras e fortes, ágeis e velozes.

O rei mesmo com a tristeza de perder sua amada esposa ficou feliz pois havia ganhado dois amores a mais. A luz e a escuridão como apelidou.

O garoto passava o dia no palácio ao lado do pai para aprender táticas de guerra e como liderar um reino tão imenso como aquele. A menina passava o dia nos bosques, alimentando os animais e colhendo frutos. Seu dia era baseado em andar de pégasos até o local e ficar lá, todos os dias até anoitecer.

Mesmo as duas crianças não ficando próximas, elas se gostavam muito. Tanto que deram apelidos uma para a outra.

Candy: doce como um pirulito de morango ou azeda como uma bala de limão. Mas continua sendo.. candy.

V: vitorioso, voraz, velocidade, vibrante, vaidoso. Tudo isso representava o garoto aos olhos da menina.

O rei havia ficado doente e ninguém daquele reino sabia o motivo. Ele faleceu mas antes de partir falou com um de seus sacerdotes mais confiáveis. Só aquele sacerdote saberia o futuro daquele reino, só ele sabia o que ia acontecer.

Após as crianças completarem 18 anos aquele mesmo sacerdote anunciou que o último pedido do rei fosse que sua filha fosse a mais nova rainha daquele reino. E foi aí que a pequena criança que tinha adoração pelo seu irmão conheceu mais um v de sua listagem, o mais importante.

Vingança.

Após o garoto descobrir que sua irmã estava sendo coroada rainha ele arrancou suas asas e a jogou no bosque, desacordada e sangrando. A garota não podia voar de volta e muito menos pedir ajuda.

Ela achava que seria seu fim, era isso. Perdeu seus pais e foi traída pelo seu irmão, seria seu fim.

Tentando conter suas lágrimas ao ver suas enormes asas brancas no chão ensanguentada ela ouviu um barulho vindo do bosque. Um lobo e uma ovelha, uma das coisas mais improváveis que veria no seu leito de morte. Onde aquela garota poderia imagina ver algo como aquilo?

Eles se aproximaram de si e deitaram ao seu redor como modo de conforto. E foi assim que ela passou uma semana sobrevivendo. Sendo esquentada pelos animais e comendo a comida que eles traziam para si. Aguentaram chuvas, tempestades, infestações de insetos, ataque de animais maiores, doenças infecciosas na área do ferimento, sol extremamente quente e noites extremamente frias. O amor se tornou tão grande que quando ela se recuperou decidiu levar os dois consigo, logo nomeando-os: Jinnie e Joonie.

Andou durante 3 dias até finalmente chegar no palácio. Chegando lá se deparou com  V sentado no trono, ele ria enquanto imaginava o quanto sua irmã estava apodrecendo naquele bosque.

Todas as velas do local se apagaram e o garoto abriu suas enormes asas pretas como forma de proteção. Apenas uma mordida do lobo em uma de suas asas e um coice de uma ovelha foi o suficiente para deixá-lo furioso.

Um rosnado feroz ecoou pela sala e garota apareceu onde só aparecia um pequeno feixe de luz do sol. "Porque você fez isso meu irmão?" Saiam de sua boca com facilidade. A única coisa que o maior fazia era rir, era engraçado o quanto sua irmã estava medíocre naquela situação. Ele sentia raiva de seu pai por ele achar que uma mulher era melhor que si para mandar em um reino inteiro. Principalmente ela, que a única coisa que sabia eram plantas, era o que ele achava.

Não achem que V era uma pessoa má, ele amava sua irmã. Mas amava ainda mais o trono.

Lâminas afiadas se mostraram nas pontas das asas do anjo negro e seus olhos ficaram inteiramente pretos. Em apenas uma batida de asa o maior já estava em frente da agora sua rival.

As asas se fecharam e foram ao encontro do tórax da menina. Encravando em seu corpo de forma intensa o menino sorria enquanto via a expressão de dor da sua irmã, que se desfez após ela sorrir. Um sorriso lindo e sincero, um sorriso gengival que ele nunca tinha visto, por estar ocupado pensando em como melhorar para orgulhar seu pai.

Ele nunca tinha visto aquele sorriso não por ela não sorrir, e sim porque ele nunca havia pelo menos um dia olhado para si, e percebido o quanto sua irmã te fitava com adoração. Ela tinha orgulho de ter um irmão como ele.

Involuntariamente uma lágrima saiu de seus olhos após a menina fechar os seus. Mas foram substituídos por risadas.

O lobo e a ovelha observaram tudo aquilo amedrontados. Mesmo eles sendo animais eles sabiam o que estava acontecendo, e sabiam que nunca mais iam ouvir sua dona cantarolar enquanto descascava as frutas para si.

 My Beloved Suspect  • Namjin •Onde histórias criam vida. Descubra agora