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Melissa arredou para longe no segundo em que me sentei ao lado dela no sofá, buscando manter a maior distância possível entre nós dois.

A verdade era que ela estava adiando o inevitável. Eu sabia que ela sentia também.

O jeito como ela cruzava as pernas com força quando eu estava por perto, como observava a minha boca, minhas mãos e qualquer outra parte do meu corpo deixava claro que a vontade estava crescendo a cada minuto. Era divertido ver até onde ela conseguia aguentar.

Eu era sua curiosidade proibida... Uma de suas regras para ser quebrada.

Era nisso que eu estava pensando quando coloquei os braços atrás da cabeça e fechei os olhos despreocupadamente, aguardando os amigos da patricinha saírem da cozinha com a tal surpresa.

Maya tinha sugerido algo sobre uma sobremesa e eu não iria negar algo doce, especialmente algum mel.

Mesmo de olhos fechados, eu sabia exatamente a expressão no rosto da ruiva resmungona ao meu lado. Ela deveria estar com aquela postura tensa de sempre, cheia de amarras e inibições. Braços estritamente cruzados, pernas entrelaçadas e balançando daquele jeito neurótico e estressado.

Ela estava irritada comigo. Eu estava perto demais.

Ela estava irritada com os amigos, unindo-se contra ela. Ao menos, era assim que ela via.

Ela estava irritada consigo mesma. Pois apesar de toda pose marrenta, a verdade era que ela estava louca para se soltar. Eu praticamente conseguia sentir o cheiro no ar.

Franzi o cenho e senti a pele formigar, imediatamente soube que seus grandes olhos estavam em mim, como tinha acontecido nos últimos dias.

O sentimento me intrigou e incomodou na mesma intensidade. Eu gostava de ter os olhos de Melissa em mim, gostava de ter sua atenção e saber que ela gostava de me observar. Ao mesmo tempo, odiava ser analisado. O conflito me fez abrir as pálpebras calmamente, encontrando a garota na exata posição que eu tinha imaginado.

Ela estava tão focada nas linhas dos meus traços, que demorou a se dar conta que eu tinha aberto os olhos. Mel tinha a boca presa entre os dentes, as sobrancelhas franzidas e os glóbulos nublados à medida em que os corria por mim.

Eu me identifiquei com o seu estado. Afinal, tenho procurado algum sentido para aquela garota em cada curva do seu corpo pálido.

— Todos para o chão! – Sky anunciou sua entrada na sala, quebrando o breve momento.

Mel piscou e voltou a realidade, observando os amigos se sentarem no chão na sala, formando uma roda.

— O que está havendo? – questionou, juntando-se a eles.

Arqueei as sobrancelhas quando identifiquei a garrafa nas mãos de Maya.

— Eu disse que ia trazer a sobremesa... – a morena deu uma piscadinha e balançou a tequila.

— Nós vamos jogar verdade ou consequência, mas de um jeito diferente – Liam esfregou as mãos, animado.

— Que jeito diferente?

— Bom... – Maya colocou copos de dose na frente de cada um. — Já que você disse que acha legal experimentar coisas novas e me contou que anda tendo muitas curiosidades... Eu achei que seria legal se a gente te mostrasse algumas coisas.

— O tema é sexo. Cada um da roda vai girar a garrafa e quem ela apontar será o escolhido da rodada, tendo que beber um shot de tequila e escolher se quer "verdade ou consequência". A cada duas rodadas de "verdade", é obrigatório "consequência".

Fuck Me [HS]Onde histórias criam vida. Descubra agora