09: quer brincar, é?

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melissa


A minha cabeça estava me matando na manhã seguinte.

A garganta estava seca e o resto corpo, dolorido.

Eu permanecia jogada na cama, pálpebras fechadas e testa franzida, tentando inutilmente ignorar o canto infeliz do galo maldito.

Nunca mais! — eu repetia mentalmente, prometendo-me que jamais beberia daquele jeito de novo.

A cada cocoricó que ecoava pelas paredes mais vontade de matar alguém eu tinha. Bufei e rolei nos lençóis, abraçando o travesseiro ao meu lado, tentando voltar a dormir. No entanto, senti que algo estava errado.

O travesseiro estava duro demais, quente demais, gostoso demais.

Abri os olhos, suspeita, o corpo inteiro em alerta quando baixei o olhar e encarei a pele nua na qual eu estava repousando a cabeça.

Bom dia, amor.

Ofeguei e rolei apressada para longe do corpo de Harry, acabando por me descuidar com o movimento brusco e cair no chão, puxando o lençol junto comigo.

— Melissa? – chamou, gargalhando, aproximando-se do limite da cama para me observar.

Olhei para cima, focalizando seu sorriso aberto.

— Harry? Que merda? – soei rouca, o esforço para falar arranhava a garganta. — Por que está na minha cama? Por que dormiu comigo?

Percebendo que eu não estava machucada, ele apenas continuou sorrindo e apoiou a cabeça no cotovelo, deitando-se de lado para me analisar melhor.

— Você fica bonitinha preocupada – acompanhou-me com os olhos quando me levantei e o encarei suspeita. Harry balançou a cabeça e se deitou de costas antes de continuar. — Nada aconteceu – esclareceu, em tom cansado, colocando os braços atrás da cabeça. — E não sei por que está se cobrindo com o lençol, você não está sem roupas.

Abri a boca e olhei para baixo, percebendo que ele estava certo. O vestido da noite anterior permanecia amarrotado ao meu redor.

— Oh.

— Só de ficar na mesma cama que eu, já pensou que estava nua... Depois eu que sou o pervertido.

Rolei os olhos e esfreguei o rosto, nervosa.

— Por que não está no sofá-cama?

— Eu achei que tinha direito de dormir na minha cama já que fui bonzinho o suficiente para cuidar de você – deu de ombros, despreocupado. — Eu te perguntei se tinha algum problema e você soltou um resmungo incompreensível que eu resolvi interpretar como por favor, durma comigo, Harry – mordeu o sorriso travesso.

Seu tom debochado e tranquilo, combinado com meu humor fragilizado pela ressaca, fez com que eu ficasse exageradamente irritada.

O sorrisinho, atitude debochada, a droga das covinhas e sua imitação afetada de Melissa fizeram com que toda infantilidade presente no meu corpo se manifestasse. A facilidade com que ele me fazia perder a linha chegava a ser assustadora.

Grunhindo, puxei o travesseiro de trás da sua cabeça só para batê-lo com força contra o seu rosto. Consegui dar duas boas travesseiradas naquele capiau idiota antes que ele me puxasse pelos braços e me jogasse na cama, divertido enquanto segurava os meus pulsos com firmeza, um de cada lado da minha cabeça.

Fuck Me [HS]Onde histórias criam vida. Descubra agora