Fuck Me [HS]

25: sim

✾✾✾

Eu torcia com todas as forças para que não estivesse perdida... Mas tinha quase certeza de que tinha errado o caminho entre as árvores.

Era mais difícil do que eu pensava. A escuridão não estava ajudando muito, minhas passadas hesitantes eram iluminadas apenas pela lua cheia enquanto eu zanzava entre a mata. Eu usava uma das mãos para proteger o rosto dos galhos e a outra apertava firmemente o meu colar.

Não... Não meu colar, o colar dela.

Eu tinha quase certeza de que estava andando em círculos... Era difícil dizer.

Era quase impossível enxergar alguma coisa ao meu redor. Talvez não tivesse sido a minha melhor ideia sair sozinha no meio da noite, procurando por um caminho que eu havia feito apenas uma vez, semanas antes. Ao menos não estava mais chovendo.

Os fios de cabelo se arrastavam por meu rosto e me acariciavam de acordo com a ventania, correndo por minha bochecha gelada e formando alguns nós em suas pontas.

Eu me abracei, buscando proteger meu corpo trêmulo do sopro frio do vento. Mas não era como se ele estivesse realmente me incomodando. Eu estava tão focada e decidida, que não conseguia me importar com mais nada.

Eu não ligava para o fato de estar usando apenas o tecido fino do meu pijama no meio das árvores, sozinha. Não me importava com o chão de terra estar mole e escorregadio, sujando os meus pés descalços. Eu só tinha que chegar lá.

Um suspiro de alívio escapou dos meus pulmões quando avistei a cerca que marcava o fim da fazenda de Harry alguns passos mais à frente.

Não pude conter um leve sorriso quando a alcancei e dedilhei o material úmido de madeira, me perdendo em memórias dos momentos que tive com ele naquele mesmo lugar.

Foi bem ali que eu lhe disse o primeiro sim... A primeira vez eu senti o seu toque.

Engoli em seco e tomei impulso para pular o cercado, sabendo que agora eu estava no território de Zayn.

Pude avistar um vislumbre dos escombros antigos no mesmo local de antes enquanto adentrava mais na mata, com a certeza de que não faltava muito agora. Eu definitivamente estava no caminho certo.

— Aí está você – comentei sozinha quando comprovei a teoria, dando de cara com uma das paisagens mais bonitas que eu já havia visto.

O lago ficava ainda mais lindo à noite, com o céu negro e estrelado refletido na água azul brilhante. Meus olhos correram pelo brilho límpido e intenso das águas enquanto eu entendia o porquê da fazenda do Harry se chamar Bright Blue.

Era tão lindo... A energia daquele lugar era maravilhosa, mas ainda assim assustadora para mim.

Já tinha sido difícil entrar no lago quando ele estava comigo, me distraindo e se esforçando para me mostrar que estava tudo bem, que ele estava ali por mim. Mas naquela noite eu estava sozinha. E era assim que tinha que ser.

Só estávamos eu e meu maior medo. E eu tinha que ser forte o suficiente para enfrentá-lo.

Respirei fundo quando minhas mãos trêmulas começaram a se desfazer das roupas, o coração batendo forte e rápido no meu peito, bombardeando com tanta intensidade, que eu escutava o ecoar das batidas no meu ouvido.

Um suor frio e nervoso descia pela coluna enquanto eu deixava as roupas sobre a grama, usando apenas as peças íntimas, sem tirar os olhos da água azul brilhante.

Eu mal conseguia piscar ou pensar. Tudo o que eu conseguia fazer era apertar o colar com força enquanto encarava o lago, as pernas presas ao chão, parecendo ter criado raízes profundas, impedindo de me mover.