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— Você me trouxe pra um parque?
Virei o rosto quando o motor do veículo finalmente foi desligado, percebendo que ele coçava a nuca de um jeito desajeitado.
— Não tem exatamente muita coisa pra fazer por aqui... E é mais pra uma feira do que um parque. É estúpido, eu sei. Podemos ir direto pro restaurante se...
— Não! Eu gostei. – tranquilizei, tocando brevemente na sua mão antes de sair da caminhonete, com medo que ele tentasse ser educado e me acertasse com a porta de novo.
Ajeitei o meu vestido, observando as luzes brilhantes piscando na estrada. Várias pessoas sorriam e conversavam alto, perambulando por todos os lados. Havia palhaços distribuindo pirulitos para as crianças e fazendo malabarismos em troca de moedas, várias barraquinhas espalhadas em todas as direções e, ao fundo, uma roda gigante girando vagarosamente ao som de uma música tranquila.
Harry e eu adentramos na feirinha e eu confirmei as minhas suspeitas que ele realmente estava nervoso e ansioso com aquilo tudo, tentando de todas as formas me agradar, quando ele pecou no exagero.
— Ahn... Harry, não precisa de tudo isso. – tentei soar educada quando ele me ofereceu um cookie gigante.
Eu já estava segurando um algodão doce, uma maçã do amor, um pirulito azul, um refrigerante gigante, uma pipoca com leite condensado e até mesmo um salsichão no espeto que parecia levemente suspeito.
— Certo, merda... – dispensou a vendedora ambulante, me ajudando a me livrar de algumas coisas antes que tudo caísse no chão. — Eu exagerei, não foi? Sabia que ia arruinar tudo... – resmungou enquanto dava tudo para algumas crianças aleatórias que estavam correndo por ali, quase enfiando os doces e salgados na cara delas na pressa. Mas elas não pareciam ligar, muito pelo contrário, ficaram contentes com o agrado de graça.
— Você não arruinou nada, só... Vamos com calma, que tal? – tentei tranquilizá-lo, sorrindo cúmplice enquanto fazia um leve esforço e passava meu braço pelo seu, andando calmamente pelas pessoas e levando-o junto comigo.
Seu corpo parecia tenso ao meu toque, mas ele estava aparentemente mais calmo enquanto me acompanhava, aos poucos relaxando e se divertindo comigo quando passamos em frente a uma barraca de espelhos modificados, que hora nos deixava achatados e cheios, e outra fazia com que parecêssemos dois gravetos ambulantes.
Ele já estava até mesmo sorrindo verdadeiramente quando passamos em frente a uma barraca de tiros, sendo atraído pelo convite alto do dono.
— Que tal ganhar um prêmio para a sua garota? – ele propôs, nos olhando com as sobrancelhas erguidas.
— Ah... – fiquei desconfortável, olhando para Harry quando ele respondeu.
— Ela não é minha. – ele deu os ombros, soando disfarçadamente magoado.
— Isso não significa que você não pode ganhar um prêmio pra mim – brinquei, apertando a sua mão e abrindo um sorriso sincero.
Harry sorriu de volta, como há dias eu não via. Seus traços finalmente estavam relaxados e ele parecia mais como ele mesmo quando tirou algumas notas do bolso e entregou ao homem da barraca.
— Cinco tiros. – disse com firmeza, pegando a espingarda como se soubesse o que estava fazendo e começando a mirar nos alvos mais à frente.
Observei impressionada quando ele acertou os quatro primeiros alvos de primeira, um atrás do outro, sem ao menos se esforçar. Mas quando ele atirou no quinto, alguma coisa muito rápida aconteceu. Eu não pude ter certeza, mas tive a impressão de ver a bala atingir o cano da barraquinha e ricochetear, trazendo a bala de rolha a toda velocidade na direção de Harry.
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Fuck Me [HS]
FanfictionEssa é a história sobre o verão que uniu a garota estragada ao garoto quebrado. Duas pessoas aparentemente de mundos opostos, mas que no fim das contas, têm mais em comum do que aparentam. Amargurados por traumas do passado, escolheram assumir per...