Fuck Me [HS]

21.2

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— Ei! Não sabe bater?

Eu nunca tinha usado uma lingerie e queria ter uma visão melhor de como ela ficava em mim, por isso estava me estudando no espelho da porta do armário antes de ser interrompida por sua entrada abrupta.

Harry ergueu as sobrancelhas e fingiu indiferença, fechando a porta atrás de si sem se dar ao trabalho de esconder o sorrisinho debochado.

— Não é nada que eu não tenha visto antes, amiga.

E ali estava. A maldita palavra que andava me tirando do sério ultimamente.

Eu sentia uma inquietação por termos concordado que éramos aquilo: amigos.

E é, eu sabia que eu tinha começado aquilo, mas ficava frustrada por entender que era assim que ele me via: uma amiga com benefícios.

O sorrisinho irritante de Harry deixava claro que ele sabia que estava me irritando, e o jeito como ele andava calmamente pelo quarto mostrava que ele não ligava.

Mordi a bochecha por dentro e desliguei as vozinhas na minha cabeça, apertando as mãos com força antes de seguir o impulso de provocá-lo.

Ele queria brincar, não é?

Ok. Minha vez.

— Então, amigo... Acha que essa lingerie está exagerada para um segundo encontro? – deixei que a toalha caísse aos meus pés, revelando o conjunto preto que Sky havia me dado.

Era bem mais provocante e sexy do que as minhas peças convencionais, mas não era como se eu planejasse que Zayn a visse naquela noite. Eu só queria me sentir um pouco mais sensual... E, a julgar pela boca aberta de Harry, eu tinha conseguido.

Coloquei as mãos na cintura e o observei com falsa inocência, como se estivesse apenas esperando por sua opinião.

Os olhos verdes desceram por meu corpo algumas vezes, pregados em cada centímetro meu. Harry engoliu em seco e franziu a testa. Sua voz soou distante quando ele me respondeu.

— Nada de Pantera Cor-de-Rosa essa noite, huh?

Ele soou abobado, dando passos até parar à minha frente.

Harry parecia aéreo, aparentemente ocupado imaginando mil e uma perversidades que gostaria de fazer comigo.

Controlei a respiração e busquei manter a pose, lutando para não fraquejar quando seus olhos subiram vagarosamente até os meus.

— Você pretende mostrar a ele?

— Eu não sei – dei de ombros, me virando de costas com a desculpa de me autoanalisar no espelho. — Nos conhecemos há um tempo, já saímos antes, ele é legal e atraente. E não é como se eu estivesse com outra pessoa... – olhei significativamente pelo reflexo, mas ele não encontrou o meu olhar. Estava muito ocupado encarando a minha bunda.

Apertei os lábios para não rir e estudei sua expressão atrás de mim.

Harry tinha o cenho franzido e mordia a boca, os olhos queimando por minha coluna.

Encorajada, fiquei na ponta dos pés e empinei levemente para alcançar o vestido no cabide, exagerando no movimento. Ele respirou fundo e ergueu a mão para me tocar.

Seus dedos quase roçaram contra mim quando ele parou, franziu o cenho e ergueu o rosto, me pegando encarando descaradamente pelo espelho. No mesmo instante, ele entendeu o que eu estava fazendo.

Harry riu pelo nariz e chegou a boca no meu ouvido.

— Você não vai tirar a roupa no segundo encontro.

— Você não sabe, talvez eu tire – fiquei na defensiva, virando quando ele se afastou e foi para a cama, se jogando entre os lençóis e apoiando a cabeça nos braços.

— Tanto faz, Melissa... – debochou, sorrindo satisfeito quando as minhas bochechas começaram a ficar vermelhas de raiva.

Virei a cara e tentei me manter ocupada enquanto ele ria, se divertindo com o fato de que conseguia me ler facilmente.

Coloquei o vestido com calma, deslizando o tecido preto e fino com cuidado para não rasgar. Era uma peça delicada e eu não queria perdê-la tão cedo.

Não estava mais tentando atiçá-lo, mas conseguia dizer que, na verdade, Harry estava tenso por baixo daquela pose supostamente despreocupada.

Eu conseguia sentir o calor dos seus olhos em mim enquanto me maquiava, calçava e perfumava... observando atentamente cada gesto que eu fazia.

— Aonde vocês vão? – começou uma conversa casual, mas tinha algo mais em seu tom.

— Eu não sei, ele disse que era surpresa... Vai me buscar às oito – respondi sem olhá-lo, passando os dedos em meus fios alisados.

Tinha dado trabalho deixar meu cabelo sem as ondas naturais, mas Zayn parecia gostar deles assim.

— Ok... Você conhece as regras, não quero nem sinal dele dentro da minha propriedade.

— Harry! Eu amo esses sapatos!

Ele se ajeitou na cama e parecia estar desfrutando da minha agonia.

— Desculpa, amor. São as regras – disse, como se estivesse além do seu poder.

— Ótimo – falei entre os dentes, caprichando no perfume só para afrontá-lo.

Está vendo isso? Zayn me terá bem cheirosa nesse encontro!

— Ótimo – repetiu como uma criança birrenta.

Ele se levantou e já estava na porta do banheiro quando se virou mais uma vez.

— Não esquece... Esteja aqui antes da meia-noite ou nem se incomode em voltar.

Bateu a porta com força, sem ouvir meus resmungos nervosos como resposta.

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