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Gostaria de lembrar que essa é uma história +18, grata.

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Só consegui respirar direito quando estava fora da água.

Comecei a me vestir às pressas, evitando olhar na direção de Harry. Ele não parecia bravo, mas eu não queria encará-lo para conferir. Ele se vestiu calmamente ao meu lado, em completo silêncio, me assistindo brigar com o próprio short.

Quando terminei, senti as vestes aos poucos ficarem úmidas como o meu corpo. Harry perguntou se eu estava pronta para ir embora e eu apenas assenti, ainda encarando o chão.

Enquanto andávamos de volta para a fazenda, esperei que o coração voltasse ao seu ritmo normal agora que eu estava bem longe da água. Mas isso não aconteceu.

O nervosismo ainda estava lá, deixando claro que ele não tinha nada a ver com o meu trauma. O motivo era outro. Tinha cabelos castanhos e olhos verdes, e agora nos guiava calado para a cerca.

Eu achei que a esse ponto eu estaria me sentindo mal por ter me arriscado entrar naquele lago, em enfrentar aquelas lembranças. Mas isso não aconteceu também. Não era realmente fácil pensar com aquele nó maldito mais apertado do que nunca na minha barriga.

Eu sentia resquícios do gosto de Harry na boca e rastros do seu toque na minha pele.

O jeito como ele me beijou, o jeito como me segurou... Os míseros e malditos detalhes ficavam se repetindo na minha mente. E a esse ponto eu imaginava que era apenas minha cabeça me pregando peças, mesmo que tudo tivesse acabado de acontecer. Eu tinha que estar exagerando, porque não era possível que tivesse sido tão bom.

Não era justo.

Harry devia ser proibido.

Desnecessário — era isso que ele era. Não tinha a menor necessidade de ele ser daquele jeito. Ter aquela voz idiota, rosto idiota, expressões idiotas, corpo idiota, mãos idiotas, boca, beijo, gosto... Completamente desnecessário e idiota.

Tropecei em um galho enquanto o amaldiçoava mentalmente, quase caindo de cara no chão. Harry me segurou, me forçando a olhá-lo nos olhos pela primeira vez desde o nosso beijo. Mas, antes que eu pudesse admirar o reflexo das suas íris idiotas, ele se virou e pulou a cerca, debruçando-se nela e esperando que eu o seguisse.

Suspirei e balancei a cabeça, buscando me fazer acordar e parecer normal, preparando-me para imitá-lo. Mas o meu corpo estava fraco demais. Eu havia exigido muito dele naquela manhã... Não só com as tarefas na fazenda, a corrida e a caminhada até ali. Mas com a tensão de entrar naquela água e, é claro, a "bambeira" que me dava nas pernas só de me lembrar de como o beijo dele era. — Idiota. Era isso que era.

Percebendo a dificuldade, Harry decidiu ser prestativo e passou as mãos por minha cintura, me erguendo de uma só vez para passar pelo cercado. Inevitavelmente nossos corpos se esfregaram no processo e eu prendi a respiração.

Ele me colocou no chão, à sua frente, mas não tirou as mãos de mim.

E eu não pedi para que ele as tirasse, não tive forças para fazer isso.

Nós estávamos longe da água e eu me sentia segura. Eu sabia que ele era o cara errado e que me render ao que ele me fazia sentir era condenável. Mas eu não me sentia tão vulnerável agora que estava em terra firme, sentia-me protegida.

Era o meu corpo que estava pedindo por ele agora, não o meu emocional.

Essa era uma desculpa idiota como tudo sobre ele, mas resolvi usá-la para fazer logo o que eu queria.

Fuck Me [HS]Onde histórias criam vida. Descubra agora