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Eu sempre fiz sexo para buscar sentir alguma coisa.

Assim como a corrida, sexo era o que me lembrava que eu ainda estava vivo, que sentia, depois de anos anestesiado vivendo o mesmo dia preso na fazenda.

A adrenalina, o calor, as sensações... Eu sentia cada gota de suor nascendo na minha nuca e escorregando por mim, levando o estímulo para o resto do meu corpo.

Era forte, intenso. A tensão se dissolvia dos meus ombros e era descontada em outra pessoa. Nas minhas mãos, nos meus braços, boca e pau.

Não era novidade. Durante uma hora do dia eu fazia certo e finalmente sentia. As outras vinte e três horas, no entanto, me arrastavam de volta para a entorpecência.

O que era novo era que aquela noite foi a primeira em que fiz sexo para parar de sentir.

As pernas dela estavam entrelaçadas ao meu redor, os braços abraçando o meu pescoço e mãos puxando meus fios suados.

A cada vez que eu me movia suas costas se arrastavam contra a parede do banheiro, a música abafada pela porta trancada ecoando ao acompanhar das nossas respirações pesadas.

Ela sussurrou algumas safadezas no meu ouvido, mas eu não escutei. As minhas pernas estavam reclamando pelo tempo em que eu estava sustentando nossos pesos, mas eu não dei ouvidos a elas também. Eu só continuei fazendo.

Continuei de olhos fechados, testa franzida, colocando com força enquanto buscava algum alívio, que eu conseguisse parar de pensar, descarregar tudo o que estava me incomodando por dentro.

Mas se não tinha funcionado da primeira vez, eu devia saber que na segunda não seria diferente.

Mais cedo naquela noite eu já tinha visitado outra garota. Eu a beijei e toquei do jeito que sabia que ela gostava, e Polly fez o mesmo por mim. Mas não funcionou daquela vez.

Eu funcionei. Eu a deixei satisfeita até ela não aguentar mais. Mas assim que terminei a urgência acordou no meu estômago e eu soube que não estava cansado o suficiente para desligar o meu organismo.

Eu voltei para o bar, bebi mais, arrumei uma briga, expulsei um cara aleatório e sentei sozinho no balcão até a garota número dois aparecer e me convidar para uma voltinha no banheiro.

Charlotte era bonita e gostosa. E algo nos seus cabelos vermelhos me fazia transar com mais raiva do que o normal, dentro dos limites que eu sabia que ela tinha. Ela não era nova, eu a conhecia o suficiente para gostar dela, mas hoje eu a fodia como se a odiasse e ela gostava disso.

Ela afundou as unhas nos meus ombros e eu sabia que deixaria marcas, mas não me importei. A sensação foi boa, a pontada de dor quase me fez esquecer por alguns minutos. O jeito como as pernas dela estavam tremendo me deixava saber que ela estava perto.

A apertei com mais firmeza contra a parede e escorreguei uma das mãos entre nós dois, encontrando seu ponto sensível com a ponta dos dedos. Charlotte mordeu o meu pescoço para abafar o gemido alto quando explodiu ao meu redor, me apertando inconscientemente até eu gozar.

Por alguns instantes tudo o que eu pude sentir foi o prazer fluindo por mim até se derramar no preservativo. Não tinha música, preocupações, raiva... Nem mesmo a garota. Eu tive meus poucos segundos de paz, até meus sentidos voltarem em uma onda violenta e me arrastarem de volta para a realidade.

A música voltou a soar alto, o peso dela voltou a pressionar meu torso e toda e qualquer tranquilidade desapareceu.

Senti Charlotte arfando e rindo no meu pescoço, deixando beijos manhosos. Coloquei a garota no chão e me livrei da camisinha, ajeitando as minhas roupas.

Fuck Me [HS]Onde histórias criam vida. Descubra agora