24: você pode me culpar?

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Merda!

Abri os olhos de uma só vez quando ouvi alguém grunhir do lado de fora, a voz soou mais perto do que eu gostaria.

Eu não sabia se haviam se passado minutos ou horas desde que havia adormecido, mas meu corpo estava pesado e travado quando me forcei a ficar de pé, arregalando os olhos e encarando a porta sem ao menos piscar.

Colei as costas na parede, tremendo e torcendo para um estranho não entrar ali.

Um grito assustado escapou da minha boca quando a porta abriu de uma só vez, combinando com o momento exato em que mais uma trovoada estourou no céu.

Tampei a boca com força quando a pouca iluminação me permitiu identificar a figura de Harry na porta.

Ele estava completamente ensopado, com o cabelo pregado na testa e a blusa colada no torso. Respirava com certa dificuldade e mantinha a expressão fechada, me encarando com frieza.

— O que você está fazendo aqui? Como me achou?

— É mais fácil do que você imagina – disse simplesmente. Seu tom me deixava saber que ele não estava a fim de papo. — Agora, vamos – indicou a porta atrás de si sem me olhar nos olhos.

Abri a boca, mas não disse nada. Eu não sabia o que dizer... E ele não parecia ter paciência para me deixar processar o que estava acontecendo.

Bufou e passou a mão pelos cabelos de forma exasperada, descontente em ter que me dirigir a palavra.

— Seus amigos estão preocupados e Maya não cala a droga da boca, então vamos.

— Eu não vou a lugar algum com você – respondi, birrenta, voltando a me sentar e virando a cara.

— Melissa...

— Vou esperar a chuva passar.

Harry respirou fundo e esfregou o rosto, cansado.

— Eu não sei por que você precisa ser sempre difícil comigo. Finge que é o Zayn pedindo, já que claramente você é fácil com ele.

Meu estômago revirou e a calma foi para o espaço, ele não tinha o direito de falar assim comigo.

Levantei rapidamente, ignorando como tudo pareceu girar ao meu redor durante o movimento, e gritei com ele o mais alto que eu conseguia devido às limitações.

— Não seja hipócrita e fale comigo desse jeito! Você mesmo disse que não somos nada! Eu posso ser fácil com quem eu quiser, isso não é da sua conta. E eu não vou ficar aqui e deixar você me ofender dessa forma! – berrei, tentando passar por ele.

Mas é claro que o cretino me impediu de passar com um aperto no braço.

Olhei para ele com tanta raiva, que Harry abaixou a mão no mesmo instante, me soltando.

— Desculpe, ok? – desviou os olhos, frustrado. — Mas você tem que entender o quanto isso é difícil para mim. Você não imagina como foi passar a noite em claro, sentado naquele sofá, esperando você chegar... Eu só fiquei imaginando você com ele e... Eu sei. Eu sei que você não é minha, que não somos nada, eu sei! Mas é difícil, Melissa. É difícil, mas mesmo assim eu tenho me esforçado por você, eu tenho tentado e você vai e sai com outro cara e... Você sabe como estou me esforçando para sequer estar falando com você agora? Se fosse uma semana atrás, eu já estaria socando a cara de um desconhecido no bar.

Esforçado? – repeti, descrente. — Tentado? Você dormiu com duas garotas semana passada, que droga de esforço é esse?

Harry mordeu a boca, estressado.

Fuck Me [HS]Onde histórias criam vida. Descubra agora