Fuck Me [HS]

27.2

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Então, eu sei que não é saudável temer as reações de uma pessoa.

Você não deveria ter medo, não deveria se assustar. Mas, naquele momento, eu tive medo por Harry.

Não do Harry. Porque, de alguma forma, algo no olhar dele observando a caminhonete azul de Zayn se afastar, me dizia que aquilo não era sobre nós. Não era sobre mim. Era sobre os dois.

E eu não sabia o que tinha rolado ali, mas tinha certeza que era algo forte o suficiente para fazer Harry quebrar. E eu realmente odiava o Harry quebrado... Era o Harry que tentava machucar todo mundo de volta, como se achasse que todos o deviam alguma coisa e tinham que se sentir como ele.

— Harry...

— O que ele estava fazendo aqui, Melissa? — voltou os olhos duros para mim.

Abri a boca para responder, mas não sabia ao certo quais palavras usar. Eu sabia o quão sensível Harry era sobre Zayn entrar na fazenda.

Pude ver de reflexo que Maya puxou Sky pelo braço e entrou para o quarto, nos dando privacidade.

Harry apertou os lábios em uma linha dura e passou as mãos pelos cabelos de forma agressiva, puxando os próprios fios e desviando o rosto.

Ele se virou e baixou a cabeça. Achei que quando ele respirou fundo e baixou os ombros, era sinal de que estava se acalmando. Mas, no instante seguinte, ele grunhiu e foi apressado até o quarto.

— Ele vai se arrepender de ter vindo aqui.

— Harry, calma! — fui atrás dele, agoniada. — Só me escuta por um segundo!

— Quem ele pensa que é? Ele acha que pode entrar aqui quando bem entende? Essa é a minha fazenda! Minha!

Ele estava nervoso, revirando a estante, à procura de algo.

— Não foi nada demais! Ele só estava preocupado comigo e-

— Ele não tem que se preocupar com você! – virou, irritado. — Você não é dele!

E lá íamos nós de novo...

Harry estava frustrado. Os fios ainda úmidos do banho caindo por sua testa, desgrenhados. A blusa quase completamente aberta, pendurada em poucos botões feitos. Os ombros subiram e desciam, acompanhando a respiração descompassada, e os olhos estavam queimando em brasas furiosas.

Ele estava frustrado, mas eu estava mais. Porque era sempre assim... Dávamos um passo à frente, apenas para voltar dois em seguida.

— De novo com esse papo de propriedade? — respirei fundo, controlando o tom de voz. — Não, eu não sou dele, tão pouco sou sua — mordi a boca, cansada. — Achei que tínhamos superado isso, Harry.

Ele esfregou o rosto com força, parecendo quase se machucar.

— Não é sobre isso, Melissa! — grunhiu, jogando as chaves da caminhonete que tinha achado na estante, de volta na cama. — Você não entende!

— Então me ajude a entender! — eu me aproximei em um passo, mantendo os olhos nos dele. — O que aconteceu entre vocês? Por que você fica tão afetado pelo fato dele entrar aqui?

— Eu não quero falar sobre isso.

— Harry...

— Você pode respeitar? Eu não quero — deixou claro, me dando as costas.

Mordi a boca, nervosa.

Eu queria o fazer se abrir, queria entender, mas sabia que ele estava certo... Eu precisava respeitar seus limites, ser paciente. Assim como ele tinha sido comigo.