(Livro 1 da trilogia: A Assassina, A Princesa, e A Rainha)
[+16] Dez anos atrás um fato mudou minha vida para sempre. Meu pai foi morto pelo rei, e eu não saí ilesa disso, literalmente. Tudo que aconteceu naquele dia marcou minha alma, e eu jamais...
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Eu ainda não acreditava que estava no palácio. O rei era a pessoa mais imbecil que eu já havia conhecido. Ele me colocou ali sem verificar nada, mas acho que o que realmente importou a ele foram meus belos par de seios, tenho certeza que foi isso que chamou atenção dele para que perdesse o foco do que realmente acontecia em volta.
Quando percebi a maneira que eu estava sendo tratada eu logo vi que as intenções do rei eram bem diferentes do que ele deixava transparecer. Eu tinha um quarto de hospedes separado especialmente para mim, tinha comido coisas que eu nunca nem tinha tido a oportunidade de ver até aquele momento. Mas ele estava muito enganado se achava que eu estava ali para ser uma de suas amantes, para muitas mulheres aquilo seria uma honra, algo que poucas conquistam. Mas eu tinha asco só de imaginar ele me tocar. Deixei minha espada na cintura e não a tirei dali. Não sabia ao certo as intenções dele, se ele de repente apareceria em meu quarto ou algo do tipo. Por isso, naquela noite eu não dormi um segundo sequer. E quando a manhã finalmente chegou eu continuava extremamente tensa, sem saber se poderia andar pelo palácio ou não, porque o que eu menos queria é problemas. Precisava manter o foco.
Decidi andar pelo jardim do palácio. Ninguém poderia me condenar por isso, e eu precisava entender como tudo funcionava ali. Seria ótimo quando eu me tornasse guarda, eu aprenderia tudo sobre o palácio inclusive sobre as passagens secretas, e quando os rebeldes quisessem atacar, eu só precisaria lhes dar as coordenas e eles estariam dentro do palácio num piscar de olhos.
Definitivamente ser guarda ia ser algo perfeito para o meu plano.
Saio do quarto e ando pelo corredor, dois guardas estão no meio dele e me observam com certa curiosidade e algo como... raiva? Mas de que? Faço um aceno leve com a cabeça ao passar por eles e ouço um cochicho que não me agrada nem um pouco.
— Foi ela que o rei trouxe para fazer todo esse espetáculo. Você percebe a audácia desta mulher ao querer fazer algo que somente um homem faz? Onde vamos parar com um afronte desses?
Não aguento ouvir aquilo calada e ando em direção a eles na mesma hora.
— Porque vocês não me dizem isso aqui, cara a cara? È muito fácil ficar cochichando, quero ver vocês repetirem isso agora.
Enquanto eles ficam sem saber o que me responder eu me aproveito disso e pego suas espadas. Um deles eu espeto sua roupa e o deixo grudado na parede o outro eu dou um chute em suas partes baixas e ele cai no chão. Aponto a espada para eles e os olho absurdamente séria.
— Vocês queriam um espetáculo? Aqui está. E sabe o que é mais interessante nisso tudo? Vocês não aceitarem que uma mulher pode ser tão boa quanto qualquer homem nisso, o que? Estão com medo que elas possam substituir todos vocês? Parem agir feito dois bebes chorões e façam o trabalho de vocês. Quando eu estiver na guarda vou colocar cada homem em seu devido lugar. Um bom dia especial a vocês dois.
