A Assassina Do Rei (Livro 1)

Capítulo 11- Duelos, e confissões do príncipe.

Após uma breve apresentação minha aos guardas, o rei me levou até a área de treinamento e eu me impressionei com tudo, desde a quantidade de espadas, escudos, e arco e flechas que ali havia, como também o tamanho do lugar. Tinha uma quantidade de espaço muito grande para o treinamento, e diversas armaduras se empilhavam no fundo. Acho que eles não as usavam normalmente, e a Escócia não entrava em guerra nos últimos cinquenta anos, então acho que ia demorar um bocado para que os guardas tivessem que usar aquelas armaduras. Mas de qualquer forma, o rei Edward estava muito preparado para uma eventual guerra.

— Acho que não é preciso mais nenhum teste com você, ou você acha que ainda não está preparada? - Perguntou o rei, uma de suas sobrancelhas levantadas.

— Não foi o bastante ter matado Logan Hermman? Quer que eu mate todo o seu exército? - Pergunto de volta.

Ele ri e me olha com um interesse que eu não gostei nada.

— Não, apenas estava brincando você. È muito novo para qualquer um aqui que uma mulher queira fazer parte da guarda real, e você já provou que merece muito estar aqui, por isso que eu lhe dei esta oportunidade. Só quero que fique ciente que este trabalho não é como qualquer outro. Você está aqui para proteger não só a Escócia, mas também a mim, e o príncipe, e você dará até a sua vida para nos proteger, que isso fique bem claro.

Eu quase ri. Quase.

— O senhor não precisa ter dúvida alguma. Farei de tudo para proteger a todos.

— Eu não me surpreendo com muitas coisas. Na verdade, isso é a coisa mais difícil de acontecer com alguém como eu. Mas com você eu venho me surpreendendo desde o início. Você já salvou a vida de John uma vez, e se não fosse por você a Escócia não teria mais um futuro monarca. Foi apenas por isso que eu lhe dei a oportunidade de lutar, mas eu achei que você seria massacrada por Logan, mas no final ele está em um caixão e você aqui. Eu estava errado dessa vez, mas não me faça me arrepender de lhe dar esta chance.

Eu me aproximo dele até que a distância entre nós não fique mais do que um palmo.

— Eu sempre soube que o senhor, e basicamente todos aqui achavam que eu ia morrer, e sabe o que é melhor do que a minha vitória? Ver a incredulidade no rosto de cada um de vocês quando eu me levantei naquela arena. Não se preocupe, vou agarrar esta chance e jamais irei solta-la, e pode ter certeza que irei transformar estes guardas nos melhores que o senhor já teve. Com sua licença, mas preciso fazer a mudança até a ala dos dormitórios dos guardas. - Faço uma reverência e ele acena com a cabeça.

Conforme me retiro de lá vejo duas coisas: a primeira é o olhar do rei, que me dizia até certa admiração, e aquilo me causou repulsa. Não queria nada vindo dele. A segunda foi que John entrou ali quando eu estava prestes a sair, e eu apenas sorri para ele e baixei os olhos, precisava bancar a inocente para ele. Não olhei para trás e segui de volta para o palácio, que ficava uns bons metros longe do local de treinamento. Fui até o quarto em que eu estava até aquele momento, arrumei todas as minhas coisas em meu baú e pedi a ajuda de um dos criados para que ele levasse meu baú até o meu novo quarto. Ele aceitou na mesma hora, e eu o segui até lá.

Pelo caminho do corredor até o meu novo quarto percebi muitas de portas uma ao lado da outra, cada uma delas era um quarto para cada guarda. Agora teria de ficar em um dormitório próximo de muitos homens. Aquilo me trouxe dois pensamentos, o primeiro é que qualquer um deles poderia tentar me fazer algum mal por ter inveja de que uma mulher estivesse na guarda, e a segunda coisa é que entrassem em meu quarto no meio da noite e tentassem... bem... que tentassem se aproveitar de mim. Teria de deixar bem claro que não me intimidava com nenhum deles, e que se alguém tentasse entrar em meu quarto, eu não teria pena alguma de arrancar sua cabeça com minha espada.