Capítulo 30 - Ataque.

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Dias depois...

Não sei se estava sendo ingênua em acreditar que talvez John me permitisse ficar por um pouco mais de tempo, mas o fato é que já fazia alguns dias desde o nascimento de nosso filho e eu continuava ali. Talvez por causa da amamentação, John talvez não quisesse que outra pessoa fizesse isso. O mais importante é que eu estava ali, e ia fazer de tudo para continuar. Arthur chorava em meus braço, tento faze-lo para de chorar e acabo conseguindo com algum esforço. Seus olhos azuis enormes não deixavam os meus, era como se eu olhasse para John. Meu coração mais uma vez se apertou ao pensar nele. No nascimento de nosso filho ele permitiu que eu escolhesse o nome, mas então ficou distante novamente. Não que eu achasse que tudo ia ficar bem com o nascimento de Arthur, longe disso, eu sabia bem o quão grave tudo que eu havia feito era. Mas não sei... eu achava que talvez com o tempo ele pudesse tentar me perdoar. Mas foi muito diferente disso. Ele não entrava em meu quarto de forma alguma, mandava que algum criado levasse nosso filho para ele, e então passava algumas horas com ele. Era muito difícil aquela situação, e aos poucos estava me dilacerando viva.

Ouço alguém abrir a porta, sinto uma pontada de esperança de que talvez pudesse ser John, mas não era. Na verdade, era um dos criados, ele deixou uma bandeja de comida em cima da mesa de madeira, e depois me olhou de forma conspiratória.

— Se eu fosse a senhora comeria o pão, pode acabar encontrando alguma surpresa. - Disse ele, e então saiu fechando a porta.

Aquilo me deixou intrigada. Assim que me vi sozinha deixei Arthur em seu berço e peguei o pão, em baixo dele havia um papel pequeno, e bem dobrado. Devia ser uma carta. Abri o papel rapidamente e reconheci a letra de Kaleb na mesma hora.

"Elara, estou escondido aqui na Escócia, ainda não pude fugir, mas eu soube de algo que preciso lhe contar. Um dos rebeldes me informou que meu pai pretende atacar o palácio esta noite, ele quer matar a todos, e quer tomar o poder. Avise ao rei, vocês precisam tomar medidas protetivas. Fique a salvo, por favor. Tentarei avisar tudo que eu ficar sabendo, espero que esteja tudo bem com você, a essa altura ele já sabe de tudo sobre as coisas que você fez, espero que ele não tenha tido a audácia de tocar em um só fio de cabelo seu. Fique firme, por favor, tudo vai dar certo, eu rezo por isso."

Meu Deus!

Eu precisava fazer algo. Precisava contar a John tudo que estava acontecendo. Coloco Arthur em seu berço e assim que ele adormece, eu decido sair daquele quarto. Não importava quantos guardas tentassem me impedir, eu jamais deixaria que Evan invadisse o palácio. Assim que abro a porta vejo dois guardas em frente a ela. Eles me olham com desconfiança.

— O que deseja? - Pergunta um deles.

— Preciso falar com o rei urgentemente.

Eles se entreolharam.

— Ele não quer ser incomodado, e muito menos por vossa majestade.

— Vocês não entendem, esse caso é de vida ou morte. Não importa se ele deseja ou não me ver, preciso falar com ele. A vida de todos aqui está em perigo!

Ele não se importou nem um pouco com o que eu havia dito, e tentou me pegar pelo braço para me levar de volta até o quarto. Eu puxei meu braço de sua mão, e pego a espada de sua cintura. Os ameaço e eles me deixam passar. Era horrível que eu passasse aquela sensação de medo neles, eles deviam saber que eu tinha matado o rei Edward, então sabiam que eu não brincava portando uma espada. Eu corri até o antigo quarto de John, tinha certeza de que ele estava ali. E quando abro a porta, realmente ali estava ele. John se assusta ao me ver e deixa papeis caírem no chão. Seus olhos estavam cheios de olheiras e inchados. Diversas garrafas de bebidas estavam espalhadas pela mesa de madeira, e alguma já vazias. A culpa me invadiu mais uma vez. Mas eu não poderia esquecer o que tinha me levado até ali.

A Assassina Do Rei (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora