A Assassina Do Rei (Livro 1)

Capítulo 9 - A luta.

Aquilo era muito diferente do que eu esperava. Foi muito diferente de quando Kaleb tinha me beijado, era... doce e... tinha algo a mais que eu não sabia explicar. Meu coração desde o início se comportou de forma estranha, disparava de uma forma diferente, e todo o meu corpo esquentou de encontro ao dele. Mas o beijo foi interrompido de forma inesperada. Ouço alguém batendo na porta e me afasto de John rapidamente, olho para ele e vejo que tanto eu quanto ele ainda estávamos sem fôlego. Seus olhos estavam diferentes, eu nunca os tinha visto daquele jeito, pareciam espelhar um céu onde uma tempestade se aproximava.

Vou até a porta e a abro, tentando manter a compostura. Me surpreendo ao ver que era o rei. Faço uma reverência e ele entra no quarto.

— Pelo que vejo você veio entregar a armadura a ela. - Rei Edward comenta a John, mas seus olhos estavam em mim o tempo todo.

John pigarreia e tira o foco de mim e olha para seu pai.

— Sim... foi exatamente isso que eu vim fazer aqui.

— Poderia nos dar licença um minuto, filho?Tenho que conversar com a senhorita Elara em particular.

— Claro, com toda certeza. - John responde.

Ele estava andando até a saída, mas para quando chega perto de mim, seus olhos pareciam urgentes em minha direção. Pareciam querer me dizer tantas coisas, mas não pude compreende-las.

— Tenho certeza que você vai ganhar, mas de toda forma, boa sorte. - Diz ele solene.

— Obrigada, príncipe John.

John assente, e então saí me deixando sozinha com o rei. O olhei tentando disfarçar meu asco por ele.

— Parece que você tem alguém a seu favor, afinal. Meu filho acredita muito em você.

Sua maneira ridícula e nada sútil de dizer que apenas John acreditava em mim não me escapou em nem um segundo. Queria tanto acabar com tudo aquilo e mata-lo ali mesmo, mas tive que controlar os meus instintos.

 Mas a minha boca foi mais complicada de segurar.

— Mas o senhor não. Não é mesmo, Rei Edward? O senhor acha mesmo que eu não sei sobre o que se trata tudo isso?

Ele me olha parecendo confuso.

— Não sei se entendi bem o que quis dizer.

Me aproximo dele até que não tenha nenhum espaço entre nós.

— O senhor não acredita nem por um minuto que eu possa ser capaz de ganhar, não é? Tudo que quer é um grande espetáculo para distrair a atenção de todos, diga logo a verdade que está mais do que clara para mim já a muito tempo.

Raiva se mistura em suas feições e ele estreita seus olhos em minha direção.

— Você devia tomar cuidado com o que diz, menina. Se esqueceu com quem está falando?

Sorrio cheia de atrevimento para ele.

— Não, eu jamais poderia me esquecer. Mas pela sua perspectiva eu vou morrer naquela arena, então não importa muito o que eu diga agora.

Ele bufa e então parece se lembrar de algo.

— Vamos, logo. A carruagem está a sua espera.

Pego o capacete protetor que ainda está em cima da cama, e o coloco em minha cabeça. Depois sigo para a fora do quarto sem fazer uma reverência a ele como a etiqueta pedia. Eu mal poderia esperar para quando finalmente poderia mata-lo. Minha paciência estava cada vez mais chegando ao limite e eu não aguentaria falar de maneira polida por muito tempo.