A Assassina Do Rei (Livro 1)

Capítulo 29 - A temida verdade.

A porta foi aberta de uma vez. Era John, e assim que vi seu rosto transtornado pelo desespero, eu soube. Ele sabia a verdade, disso eu tinha certeza absoluta.

— Eu fui parado por um homem hoje, e ele me contou diversas coisas sobre você, e eu claramente não acreditei. Mas então eu cheguei aqui, e Byron me conta que você confessou ter matado o meu pai. Por favor, me diga que tudo que me foi contado é mentira. Diga que tudo isso não passa de uma invenção, que estão tentando colocar você contra mim. E que nunca mentiu para mim, que não matou o meu pai.

Fecho os olhos, e suspiro pesadamente. As lágrimas descem por meu rosto e eu não as impeço de prosseguir. Havia chegado o momento e eu não ia mentir de forma alguma.

— Eu gostaria que fosse tudo mentira, realmente gostaria. Mas eu fiz isso John, eu vim para cá apenas com a intenção de conseguir o meu espaço e confiança de todos, para conseguir me casar com você, e então poder matar o rei Edward. Eu queria vingar o meu pai!

Ele sacudiu a cabeça completamente chocado. Passou as mãos pelo cabelo, e me olhou novamente.

— Não. Isso não é possível, diga-me que é mentira, por favor.

Eu chorei mais ainda, minha visão ficou embaçada e limpei os olhos com as costas das mãos.

— Me perdoe, por favor.

— Perdão? Você ainda tem coragem de falar em perdão, Elara? Porque fez isso comigo? Porque mentiu dessa forma? O que eu fiz para você?

Eu não tive coragem de falar mais nada. Apenas chorava, e aquilo pareceu o irritar ainda mais.

— Você queria matar o meu pai, depois me matar e ter a Escócia para si. Não era isso? Pois então termine com isso, faça logo o que veio fazer. - Disse ele, e então pegou uma faca e a colocou no peito. — Me mate logo, faça o que veio fazer aqui, acabe logo com isso. Não tem nada mais que você possa quebrar dentro de mim, você conseguiu acabar com tudo.

Eu me choquei ainda mais com que eu ele estava fazendo. Pego a faca de sua mão e atiro para algum canto do quarto.

— Eu nunca quis matar você. Nunca. Tudo que eu vim fazer neste maldito lugar foi vingar a morte do meu pai, você já sabe a história, John, e foi o rei Edward que o matou quando eu tinha apenas dez anos. Eu cresci com aquilo na cabeça, de que um dia mataria o rei por tudo que ele fez. Eu sempre quis me vingar apenas dele, nunca de você, mas então o líder dos rebeldes me disse que se eu ficasse com você e me casasse eu poderia mudar toda a Escócia, eu achava que você era como seu pai, mas aos poucos eu fui descobrindo que não. Que você tem compaixão, que ama o nosso povo, e que jamais seria como seu pai. Quando eu percebi que estava amando você de verdade fui até o líder dos rebeldes e falei que ia desistir de tudo, que ia deixar a Escócia, e que não ia continuar o plano. Ele me ameaçou, e disse que ia matar você se eu não continuasse, e então eu acabei descobrindo que estava grávida, e tive que continuar aqui, para salvar você e o nosso filho. Eu nunca mais menti para você, nunca. Tudo que sinto é real, e é a coisa mais maravilhosa que já senti na vida.

— Você me fez ir contra todos, me fez esquecer a importância do meu país, para poder ficar com você, me fez quase iniciar uma guerra, para apenas me enganar e conseguir matar o meu pai.

— Me perdoe, por favor, eu me arrependo muito, eu nunca devia ter feito nada disso, eu... eu nunca imaginei que eu ia amar você de verdade, John. Mas eu amo, amo com toda a minha alma. Por favor, acredite em mim, eu sei que não mereço, mas essa é a verdade.

Ele riu com amargura.

— Então é isso que você vai dizer? Que descobriu que me ama, e que se arrependeu de tudo que fez? Como você espera que eu acredite nisso, Elara? - Gritou nervoso.