(Livro 1 da trilogia: A Assassina, A Princesa, e A Rainha)
[+16] Dez anos atrás um fato mudou minha vida para sempre. Meu pai foi morto pelo rei, e eu não saí ilesa disso, literalmente. Tudo que aconteceu naquele dia marcou minha alma, e eu jamais...
Ele beijou minha boca com tudo, com uma fome voraz. Eu fiquei sem reação, não esperava por aquele ataque, e daquela vez John estava urgente, sua língua tomou a minha e seu gosto doce me deixou sem nenhum fôlego. Suas mãos me tocavam com voracidade, eu o sentia por todas as partes, meu cabelo, meu pescoço, meu rosto, meus ombros. Nossos lábios se moviam como uma dança que parecia que nunca terminaria. Eu o toquei também, meus braços se encaixaram em seu pescoço, e John apertou um dos braços em minha cintura, enquanto a outra segurava meu rosto. Eu respirava cada vez menos, e ficava mais próxima dele o quanto fosse possível. Como da outra vez meu coração se comportou de forma estranha, ele disparava tanto que cheguei a pensar que estava com algum problema.
Eu deixei seus lábios e minha testa estava pressionada contra a dele. Nossa respiração estava curta, e tentava ao máximo se recuperar. Me solto dele e o olho tentando aparentar a mais culpada possível.
— John... porque fez isso? Você sabe que nós... que não devíamos... isso tudo é tão errado. - Eu sacudo a cabeça tentando parecer inocente.
Ele tenta se aproximar de mim e eu me afasto novamente.
— Eu não consigo me controlar quando estou com você. Mesmo sabendo de tudo que há a minha volta, quando estamos aqui, somente eu e você, esqueço de tudo e somente quero ter você comigo. - Ele diz parecendo meio torturado.
— Você sabe que isso é errado, que jamais poderemos ter algo, então por favor, fique longe. Não me engane dessa forma, não me faça ter sentimentos por você quando sabe que jamais poderíamos ficar juntos.
Aquela foi a minha deixa para deixa-lo sentindo muita culpa. Subi em meu cavalo e cavalguei o mais rápido que pude. Me sentia muito estranha, o coração ainda disparava como se eu tivesse corrido por quilômetros. Não gostava nada do que eu tinha que fazer, daquele papel que eu encenava. Apesar de tudo eu sentia que John não merecia o que eu estava fazendo com ele. Solto um suspiro pesado. Tudo aquilo era para um bem maior, eu tinha que parar de me sentir culpada, era ele quem devia estar se sentindo assim por ter me beijado e não ao contrário.
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John Philip Stuart
Ela subiu em seu cavalo e sumiu de minha visão com a mesma rapidez em que eu meu coração batia no peito. Sua voz dizendo o meu nome ainda ecoava em minha mente, e seu perfume estava impregnado em minhas roupas. Eu sabia muito bem que não devia nem ao menos ter chegado perto dela, mas a razão me faltou e eu estupidamente agi com o coração. Não sabia o que fazer, e muito menos o que ia acontecer dali para frente. Somente sabia que Elara me tinha nas mãos, e sempre teria, mas isso não significava que eu poderia fazer algo a respeito. Não. Eu jamais poderia, e sabia muito bem que meu pai jamais ia permitir que eu cancelasse meu noivado com Natálie, ela era a filha do rei da França, e nossa união só traria coisas boas para a Escócia. Eu tinha que parar de ser egoísta, e esquecer Elara completamente. Porque por mais que eu a quisesse isso não era o bastante, e eu sentia que nada seria.
