Capítulo 19 - A última tentativa.

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John Philip Stuart

Não liguei nem um pouco para os olhares de todos quando a peguei nos braços e a levei para a ala de dormitórios dos guardas. Deitei-a em sua cama, e pedi que uma das criadas fizesse um chá para que Elara se aquecesse.

— Você só precisa tirar este vestido molhado e irá se sentir melhor. Eu tenho que sair agora, mas uma das criadas vai vir aqui sempre para que você não precise se levantar. E se você precisar de algo, não importa o que seja, é só mandar alguém me chamar.

Elara apenas assentiu, não aguentei e não me segurei, beijei sua testa e acariciei seu rosto.

— Você vai ficar bem.

Eu estava saindo, e ela puxou minha mão.

Obrigada por tudo que fez, de verdade.

Eu faria mil vezes se fosse preciso.

E era a mais pura verdade.

Saio de lá com as roupas ainda molhadas, e a cabeça explodindo de dor. Precisava de um banho quente para ver se  esquecia tudo que havia acontecido. Saio da ala dos guardas, e vou direto para o palácio, já estava no terceiro andar onde o meu quarto ficava quando dou de cara com Natálie.

Seus olhos escuros exibiam pura irritação.

— Parece que a sua promessa de me respeitar só vale para o dia do casamento. - Disse Natálie se aproximando de mim.

Perdoe-me como disse?

— È isso mesmo que você ouviu, querido noivo. Pensa que já não estou sabendo de tudo que você fez com aquela maldita? Chegar no palácio com ela nos braços, todo preocupado, e você também com as roupas molhadas? Você pensa que eu sou idiota?

Eu não estava acreditando que estava tendo que ouvir aquilo depois de tudo que eu havia passado.

— Tenho certeza que já lhe contaram o que aconteceu. Elara estava lutando com um homem perto do rio, e ele a empurrou, ela não sabe nadar, e eu pulei para salva-la, foi isso que aconteceu. Tenho diversas pessoas como testemunhas caso você não acredite.

— Você não tem vergonha de mentir dessa forma? Pensa que acredito que tudo foi um acidente? - Gritou com puro descontrole.

Seu rosto estava vermelho pela raiva que sentia.  

— Pouco me importa se você acredita ou não. Não estou com cabeça para lidar com isso, Natálie, deixe-me em paz pelo amor de Deus!

A pressão que eu estava sentindo vinha de todos os lados. Do compromisso que eu havia feito com Natálie e que não poderia ser desfeito, e agora de algo a mais, e não era apenas o fato de eu ter desistido de Elara, era também o que havia acontecido, o desespero que eu senti quando tudo aquilo aconteceu. E eu acabei percebendo que literalmente não conseguiria me perdoar se algo acontecesse com ela, eu não sabia o que fazer, nunca tinha me sentido daquele jeito, nunca tinha experimentado um desespero tão grande quanto aquele. A pior sensação da minha vida foi vê-la sendo jogada no rio por aquele homem.

Tudo que eu queria era um pouco de paz e tranquilidade, mas eu sabia bem que jamais ia atingir esse objetivo, ainda mais com o casamento se aproximando tanto.

*

Já era tarde da noite e eu precisava conversar com alguém sobre o que havia acontecido, e bem... todo o resto. Eu estava quase explodindo com tanta coisa em minha mente. Decidi ir falar com um dos conselheiros de meu pai, e que também era meu grande amigo.

A Assassina Do Rei (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora