John Philip Stuart
Não liguei nem um pouco para os olhares de todos quando a peguei nos braços e a levei para a ala de dormitórios dos guardas. Deitei-a em sua cama, e pedi que uma das criadas fizesse um chá para que Elara se aquecesse.
— Você só precisa tirar este vestido molhado e irá se sentir melhor. Eu tenho que sair agora, mas uma das criadas vai vir aqui sempre para que você não precise se levantar. E se você precisar de algo, não importa o que seja, é só mandar alguém me chamar.
Elara apenas assentiu, não aguentei e não me segurei, beijei sua testa e acariciei seu rosto.
— Você vai ficar bem.
Eu estava saindo, e ela puxou minha mão.
— Obrigada por tudo que fez, de verdade.
— Eu faria mil vezes se fosse preciso.
E era a mais pura verdade.
Saio de lá com as roupas ainda molhadas, e a cabeça explodindo de dor. Precisava de um banho quente para ver se esquecia tudo que havia acontecido. Saio da ala dos guardas, e vou direto para o palácio, já estava no terceiro andar onde o meu quarto ficava quando dou de cara com Natálie.
Seus olhos escuros exibiam pura irritação.
— Parece que a sua promessa de me respeitar só vale para o dia do casamento. - Disse Natálie se aproximando de mim.
— Perdoe-me como disse?
— È isso mesmo que você ouviu, querido noivo. Pensa que já não estou sabendo de tudo que você fez com aquela maldita? Chegar no palácio com ela nos braços, todo preocupado, e você também com as roupas molhadas? Você pensa que eu sou idiota?
Eu não estava acreditando que estava tendo que ouvir aquilo depois de tudo que eu havia passado.
— Tenho certeza que já lhe contaram o que aconteceu. Elara estava lutando com um homem perto do rio, e ele a empurrou, ela não sabe nadar, e eu pulei para salva-la, foi isso que aconteceu. Tenho diversas pessoas como testemunhas caso você não acredite.
— Você não tem vergonha de mentir dessa forma? Pensa que acredito que tudo foi um acidente? - Gritou com puro descontrole.
Seu rosto estava vermelho pela raiva que sentia.
— Pouco me importa se você acredita ou não. Não estou com cabeça para lidar com isso, Natálie, deixe-me em paz pelo amor de Deus!
A pressão que eu estava sentindo vinha de todos os lados. Do compromisso que eu havia feito com Natálie e que não poderia ser desfeito, e agora de algo a mais, e não era apenas o fato de eu ter desistido de Elara, era também o que havia acontecido, o desespero que eu senti quando tudo aquilo aconteceu. E eu acabei percebendo que literalmente não conseguiria me perdoar se algo acontecesse com ela, eu não sabia o que fazer, nunca tinha me sentido daquele jeito, nunca tinha experimentado um desespero tão grande quanto aquele. A pior sensação da minha vida foi vê-la sendo jogada no rio por aquele homem.
Tudo que eu queria era um pouco de paz e tranquilidade, mas eu sabia bem que jamais ia atingir esse objetivo, ainda mais com o casamento se aproximando tanto.
*
Já era tarde da noite e eu precisava conversar com alguém sobre o que havia acontecido, e bem... todo o resto. Eu estava quase explodindo com tanta coisa em minha mente. Decidi ir falar com um dos conselheiros de meu pai, e que também era meu grande amigo.
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A Assassina Do Rei (Livro 1)
Romance(Livro 1 da trilogia: A Assassina, A Princesa, e A Rainha) [+16] Dez anos atrás um fato mudou minha vida para sempre. Meu pai foi morto pelo rei, e eu não saí ilesa disso, literalmente. Tudo que aconteceu naquele dia marcou minha alma, e eu jamais...