Perdi tantas coisas que nunca tive.
Ganhei tantas coisas que nunca mereci.
Dei tantas coisas que não devia.
Tanto que me arrependi.
Acertei o alvo errado,
nadei no seco,
afundei no raso.
Quebrei papéis,
rasguei vidros.
Me cortei,
me machuquei.
Por que sou tão assim?
Uma corrosão,
um marasmo.
Tenho tantos problemas sem soluções,
tantas manias irritantes.
Tenho costumes que não sou acostumada a fazer,
uma sofreguidão incontrolável.
Tenho tanto pouco de mim para tudo.
Tenho visíveis feridas da alma que aparecem no corpo,
nos olhos,
nos sorrisos...
Tenho uma vida de vários temporais.
Às vezes chove,
às vezes faz sol...
Tento tingir meu viver,
tento parecer tranqüila,
todavia não consigo.
Oque perdi,
tive,
ganhei,
mereci e dei,
não foram nada.
No final eu pareço singela,
solícita.
Acabo sendo oque não sou,
terminando meu eu em uma farça que não tenho coragem para desmentir.
Acabo enganando e me enganando.
Acabando não tendo e sendo nada outra vez.
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Certa Vez...
Poetry" Mesmo que as folhas caiam, as raízes permanecerão. " - Certa Vez Plágio é crime! Obra de minha autoria.