Jardim

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    A primavera vem mas o outono continua.
Em mim há um novo florescer, mas ainda tenho queda de folhas e rajadas de vento.
Nasce uma flor e logo cai suas pétalas. As folhas envelhecem rapidamente, porém, em um processo lento e... doloroso.
Rego-me todos os dias, e mesmo com a chuva constante, meu jardim morre.
As flores choram e pedem por misericórdia, mas que discórdia vê-las desflorescerem tão jovens!
Minha rosa preferida está tão triste. Um alguém tenta se aproximar, mas ela se afasta. Está tão ferida e magoada. A primavera chegou, mas o outono não passa!
E o cravo brigou com a rosa mas não foi debaixo de uma sacada, o cravo tampouco saiu ferido, mas a rosa perdeu sua cor e agora está manchada. Tem um alguém que quer ajudá-la, mas ela está tão triste e decepcionada. Não basta uma monotonia tem que aguentar uma recente briga com quem tanto amava?
Infelizmente, o inverno acaba de acabar e chega o verão para esquentar, o meu jardim está tão devastado, o outono acabou de envenenar a íris do arco. Não há mais cor, não há mais o verde-esperança, não há mais uma reconciliação entre aqueles que se separaram. E em mim, uma nuvem cinza chove sobre o jardim sombrio que antes do caos, era igual uma cidade onde todos viviam em harmonia.

Choro pela perda da minha rosa que, agora, perdeu a última pétala que sobrou entre tantas. Ela resistiu enquanto insistia, e, ela enfim, desistiu.

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