Já imaginou olhar e não ver nada? Ou imaginou ver tudo o que não quer ver? Eu devia ter pensamentos vagos, em torno de uma escuridão de cegar os olhos, ou simplesmente entender o que não se pode, não se deve. Não, porque? Devia está na montanha-russa de vários idiomas, olhando para as pessoas com uma expressão nada boa, sentindo o frio na barriga e a vontade de gritar.
Eu devia estar julgando fazendo as mesmas ações dos réus, ordenando sendo desobediente. Eu devia querer ser, quando eu, simplismente, não era e nunca fui alguém importante.
Andar no teto, tendo um chão para pisar. Tendo voz e ficado em silêncio. Eu acho que era sóbria sendo louca. Acho que fui bem sendo mal. Quão decepcionante foi meu nascimento? Ou quão felicidade foi minha morte? Eu não sei dizer,
(não mais)
o que costumava saber. Parei no Play e continuei no Pause.Fui mesmo capim seco, flor murcha, sede d'água, manhã fria. Fui tão sem sal, sem tempero, sem açúcar, sem ingredientes essenciais para uma boa receita. Fui sem zero, poço sem eco. Fui desperdício de sentimentos que outros precisavam. Eles precisam... E eu já esgotei meu coração, fazendo-o parar de bater. Infelizmente, não tenho mais amor pra dar e nem posso receber. Desculpe se está precisando de um transplante, meu coração é vazio, só serviu pra bater e levar sangue para meu corpo.
Ele não tinha corpo, talvez tenha sido isso que me impediu de amar; ele não podia se mover, o coitado não podia expressar seus próprios sentimentos. O coração sofreu por falta de um corpo, pois se tivesse, sairia de dentro de mim e vagaria pelos becos escuros, sendo pisoteado, roubado e violentado.
O coração não tinha querer, eu o conduzia, e como o esperado, eu o matei. Depois entendi porque ele batia tanto; ele sabia que eu iria matá-lo, mas não pôde fazer nada por falta de uma boca e de uma língua.
Eu assassinei meu próprio coração, e como vingança ou pura coincidência, acabei morrendo junto com ele. Soube que ele estava em pedaços, por isso não deu pra fazer um transplante, alguém fez com que eu matasse e morresse.
O coração não teve culpa de nada, ele só queria ser livre como eu... E não foi.
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Certa Vez...
Poesía" Mesmo que as folhas caiam, as raízes permanecerão. " - Certa Vez Plágio é crime! Obra de minha autoria.