Minha Carta

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   Porque não foi em vão!
Minhas lágrimas,
minha dor,
meus pensamentos,
minhas lembranças,
meus planos,
meus sonhos,
minha angústia,
meu remorso,
minha mágoa.
Mas minha vida foi.
Eu pedia esperança quando ela já tinha morrido,
pedi alguém quando não existia mais ninguém,
pedi perdão quando cometia o mesmo erro,
pedi quando não era mais necessário pedir e ter.
Eu não precisei me machucar,
me matar,
já estava machucada,
morta.
Tantas pessoas abriram meu interior e o deixaram aberto,
tantas pessoas falaram e as palavras me cortaram,
tantas pessoas me deixaram no esquecimento.
Por que lembrar e guardar como um rancor?
Ela não é mais a menina de antes, disse.
Palavras feias, disse.
Arrancaram de mim oque era de mim,
destruíram o meu eu e já não sou quem sinto falta.
Serei uma vida fixada numa data e lembrada como conscientização?
Ou serei apenas lembrada como se matou por depressão?
Quero assombrar as noites das pessoas e tornar amargo o doce,
levar dor na brisa,
agonia entre a festividade,
dor entre multidão.
Que sintam oque sinto,
que fora muito,
hoje,
... .

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