Triste realidade

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   As crianças do meu bairro eram felizes,
Umas brincavam e outras sorriam.
Os pais observavam os filhos, ou a mulher ia conversar com a vizinha do lado ou da frente.
Quando elas caíam
(as crianças),
Riam-se de si mesmas.
Os idosos ficavam juntos em roda,
Na calçada de uma velha chata ou de um barzinho que tinha sinuca,
Jogavam baralho e às vezes apostavam em dominó.
As expressões faciais alegres eram merecedoras de um comercial de margarina,
Ou de novela no horário da tarde que todo mundo gosta.
Mas...
Já começa o problema,
O mas atrapalha tudo!
Um dia os pássaros simplesmente saíram de seus ninhos,
Dos fios dos postes.
A chuva que se era rara de presenciar,
Ficou constante e impediu os velhinhos de se agruparem.
As vizinhas se intrigaram e não deixaram seus filhos brincarem com os filhos de "fulano".
As pessoas se desconheceram e eu fui a única que notei o desespero,
Ou...
A catástrofe já era de tempo e eu inventei uma fantasia,
Onde tudo voltava ao antes,
Onde só era alegria.
Vi ilusões irreais que não passam de lembranças de vidas sofridas.
Ou...

   Nada era merecedor de comercial de margarina,
nada tinha acontecido. Talvez eu só tenha sonhado acordada com lembranças de uma vida que nunca existiu,
Enquanto olhava pela janela a chuva forte de vento.

Eu só imaginei o que meu coração quer que seja real.

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