Dakota
Estava sentada observando a janela do carro, o dia era chuvoso e tudo parecia tão triste, tão triste quanto eu.
Estava de férias finalmente, estava no sítio do meu avô no meio do nada, tinha ganhado o prêmio do trabalho, tinha conhecido uma pessoa muito legal aqui, mas eu não estava feliz.
O coração é realmente filha da puta conosco, eu só queria saber se ele estava bem, se estava se alimentando direitinho, se não estava bebendo muito... Era horrível sentir tudo isso e não ter respostas. Era horrível ficar com pessoas pra tentar ocupar o vazio que apenas uma única e exclusiva pessoa irá ocupar, eu sentia sua falta no começo mas agora estava se tornando insuportável, estávamos tão longe e ao mesmo tempo tão perto, fizemos tanta coisa errada, aonde foi que o amor se perdeu? Aonde foi que deixamos o orgulho e o egoísmo humano estragar tudo que construímos?
- Eu já falei que você tem que ir no médico, tem um na cidade eles vão te dar um remédio. - Wagner era o nome dele, ele trabalhava no sitio do meu avô e era extremamente bonito, nós acabamos dando uns beijos, mas nada mais que isso, eu só precisava fazer algo que provasse que eu estava conseguindo seguir em frente.
- Eu não quero ir em médico algum.
- Vai sim filha, não é normal você ficar desse jeito. - Meu avô fala e eu suspiro concordando.
- Que saco, vou pegar minhas coisas. - Falo entrando pro quarto, pego meus documento e sinto um frio na barriga, fazia tempos que eu estava assim, desde alguns dias depois do acampamento, e se fosse alguma coisa seria?
- Sobe aí. - Ele fala e eu olho sua moto revirando os olhos, eu tinha medo de andar de moto até andar de moto com ele pela as ruas desertas do sítio.
- Pronto. - Falo abraçando a sua cintura, e então ele começa a acelerar, eu gostava da sensação de andar de moto, o vento batendo em meu rosto era como uma sensação de estar viva, e eu gostava disso.(...)
- Só esperar que o doutor irá te chamar. - A enfermeira com o sotaque caipira me entrega uma pulseira pra eu colocar no braço, e eu concordo indo pra sala de espera me sentando do lado de Wagner.
- O que foi? Você está com medo? Não vai ser nada, deve ser alguma coisa que você comeu, andamos comendo muito na casa do seu avô.
- Eu estou sentindo isso e é de dias, quase meses...
- Eita, fica calma.
- Dakota Johnson. - Ouço a médica me chamando e dou um sorrisinho pra ele que aperta a minha mão, eu só queria que minha mãe estivesse aqui, odiava passar em médico sozinha.
- Oi Dakota, como esta? - A doutora pergunta e eu sorrio.
- Estou mais ou menos.
- Como posso te ajudar?
- Faz quase um mês que eu estou sentindo mal, não sempre mas às vezes eu passo mal, vômito, sinto mal estar, dor de cabeça...
- E a menstruação esta em dia?
- Minha menstruação nunca está em dia doutora, ela é um pouco desregulada.
- Tem alguma possibilidade de você estar grávida?
Ela fala e eu sinto minhas mãos gelarem, e vem tudo à tona em minha mente, a transa com Jamie no acampamento, nós não se prevenimos... E depois o dia que eu comecei a passar mal apresentando o trabalho, sinto meus olhos marejarem e eu entro em pânico.
- Tem, eu! Meu Deus.
- Fica calma, nós vamos fazer um exame de sangue e vamos te colocar no soro pra o enjoo ir passando, em uma hora o exame está pronto.
- Obrigada! - Agradeço e ela sorri me entregando a guia para a medicação, eu vou até a sala mas parecia que minhas pernas estavam fracas, eu tinha 18 anos e eu lembro de como Jamie reagiu quando achou que eu estava grávida aquela vez, esse pesadelo não pode acontecer de novo, eu tenho certeza que dessa vez vai ser pior, eu nem estou com ele.
Mandei mensagem pra minha mãe, eu precisa conversar com ela, por mais que eu levasse uma bronca eu sei que ela nunca me abandonaria, mas ela não recebeu a mensagem.
Terminei de tomar o soro e voltei pra sala de espera, abracei Wagner fortemente e ele me abraçou de volta sem entender.
- Você está me preocupando, o que foi?
- Eu posso estar grávida. - Falo e ele abre a boca assustado.
- Um bebê é uma benção de Deus, Dakota isso não pode ser tão ruim.
- Pode, quando o pai souber ele vai me acusar de varias coisas, vai falar que o filho não é dele, vai surtar.
- Você fica calma que vai dar tudo certo, se for isso mesmo vai ter muitas pessoas do seu lado, e se ele for babaca o suficiente pra não entender que isso é uma benção de Deus, é uma parte do amor de vocês, ele não merece você. - Ele fala fazendo eu chorar mais ainda.
- Dakota Johnson. - Ouço aquela voz novamente e levanto, Wagner me da um sorriso confortante e eu entro na sala do médico olhando de cabeça baixa pra ela.
- Era o que eu imaginava Dakota, parabéns você vai ser mamãe.(...)
Eu liguei pra minha mãe, e contei tudo que tinha acontecido, ela chorou comigo no telefone falou que era irresponsabilidade mas que ela estava extremamente feliz e que me ajudaria até o último segundo, falou que estava vindo com o meu pai me buscar, eu estava com 2 meses e meio de gestação, por isso que faz tempos que eu me sinto mal, me olhei no espelho e passei a mão em minha barriga, era estranho olhar e saber que tinha uma vida ali dentro de mim, agora não era só eu... Eram duas vidas, eu iria fazer de tudo pra ele ser a pessoa mais feliz do mundo, e se o pai dele não quisesse assumi-lo eu iria fazer de tudo pra ser pai e mãe.
- Você vai vir me visitar né? - Wagner fala me ajudando a levar as malas pro lado de fora.
- Claro que sim, vou trazer o bebê pra você conhecer... Minhas férias foram as melhores, as idas na cachoeira, as pescas, os passeios de moto de madrugada, você foi incrível Wagner foi um amigão.
- Eu me surpreendi com você, via que você era uma menina mimada, e descobri que você é uma menina mimada. - Ele fala e eu começo a rir lhe dando um tapa, ele me puxa pra um abraço fortemente.
- Eu pensava que você era um caipira gato, e você realmente é um. - Ele ri.
- Vem me visitar, e vai atrás dele... Você o ama, e agora você tem o fruto do amor dos dois aí na sua barriga, é uma vida que esta aí, não deixe o orgulho falar mais lado, você o ama e talvez essa seja a oportunidade perfeita pra vocês verem que é idiotice ficarem longe um do outro.
- Pra um caipira gato você fala coisas muito legais, eu vou atrás dele eu só preciso tomar coragem, mas eu vou... - Falo e ele sorri, ouço minha mãe buzinando e eu respiro fundo chamando meu avô, ele vai até ela e a abraça os dois conversam um pouco e ela não tirava o olhar de mim, quando finalmente ela me puxou pra um abraço, eu comecei a chorar e o seu abraço me confortava.
- Vai ficar tudo bem, se ele não assumir o bebê vai ter a melhor mãe-pai, a melhor e mais babona vovó é um vovô que vai fazer de tudo pra ele.
Ela fala e eu sorrio, despedimos de todos e entramos no carro... E mais uma vez eu sentindo os ventos em meu cabelo e pensando o que falaria para Jamie, qual seria sua reação, e como seria minha vida daqui pra frente.Tem "males" que só vêm para o bem.
O que acham que o Jamie irá fazer?
Estão surpresas?
Falem comigo ❤️
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Too good at goodbyes
FanfictionPor que você não pode me abraçar na rua? Por que eu não posso te beijar na pista de dança? Eu queria que pudesse ser assim Por que não podemos ser assim? Porque eu sou sua