P R Ó L O G O

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Onde tudo começou...

Londres, Inglaterra, Séc

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Londres, Inglaterra, Séc. XVIII

Elizabeth Thompson correu. É claro que isso era inevitável, considerando-se o vendedor grandalhão atrás de si.

Ela tentou puxar o ar para os pulmões; o rosto suado e aflito. A vontade de chorar era iminente, mas o desejo de escapar era muito maior. Suas pernas doíam e os pés feridos deslizavam sobre o calçamento de pedras.

Elizabeth desviou de uma charrete e o proprietário dela murmurou imprecações terríveis. A pata do cavalo não acertou por muito pouco o rosto da garota.

Os vendedores e fregueses da feira ao ar livre riam entre si; outros apenas observavam a cena com espanto. Já estavam acostumados com a menina por ali, mas aprovavam a perseguição. Ela roubara demais e em algum momento seria pega.

Esse momento chegou!

Elizabeth observou o grande céu sobre si, balbuciando uma rápida oração. Seus lábios murmuravam as palavras rapidamente e uma parte do seu desespero se esvaiu; uma pequena parte.

Louis

Ao lembrar-se do amigo que se perdera durante a fuga, lágrimas pesadas desceram sobre o rosto sujo e cansado.

O amigo prometera não abandoná-la. Fora a promessa constante de ambos, desde que se conheceram no orfanato St. Claire há nove anos. Ela nunca se sentira tão sozinha como agora.

Um breve sorriso despontou em seus lábios ao reconhecer o bairro onde morava, a poucos metros. Não conseguira roubar nada, mas ao menos estava perto do que havia sido seu esconderijo desde que morava nas ruas - o velho galpão abandonado.

— Consegui! — pensou esperançosa; o que durou pouco.

— Sua ratinha imunda! — o vendedor grandalhão a puxou pela gola do vestido gasto, prendendo-a contra a parede de uma viela suja e estranhamente deserta naquele horário.

Elizabeth fez uma careta ao sentir o hálito do homem próximo ao rosto sujo e cansado.

— Nunca imaginei que encontraria o ladrãozinho mais ativo deste lugar. — o gorducho sorriu e Elizabeth teve o vislumbre desagradável de seus dentes sujos. — Pensou que podia me enganar, mendiga imunda? — rosnou, fazendo-a estremecer.

— Desculpe-me, mas tenho total certeza de que se enganou. Juro que não roubei nada. — mentiu, tentando se safar das mãos do homem.

— Da última vez, deixei-te escapar, mendiga! — Elizabeth estremeceu ao lembrar-se da última vez que ele a deixou escapar. Na verdade, nunca se esqueceu da sensação dos açoites nas costas. — Mas agora está muito encrencada. — sorriu malicioso e a menina sentiu um calafrio.

— Deixe-me ir dessa vez, milorde! — elogiou-o, tentando convencê-lo. — Eu não fiz por mal. Eu precisava comer. — olhou para os lados, avaliando as chances de fuga.

— Cale-se! — gritou e ela estremeceu. — Dessa vez não irei entregá-la nas mãos da autoridade. Eu mesmo me livrarei de você!

O homem enorme tocou suas pernas sob as meias gastas e tentou levantar seu vestido.

Elizabeth se debateu ao entender suas intenções e, por impulso, conseguiu acertá-lo com o joelho nas partes íntimas.

O homem rosnou dolorido e ela escapou de suas mãos com uma sensação de repulsa enorme a percorrendo.

— Irei pegá-la, ratinha. — o gorducho sorriu apesar da dor.

Elizabeth correu para longe, olhando por sobre o ombro de tempos em tempos.

Desviou o olhar para o caminho à frente, quando o comerciante fora deixado para trás, e dobrou à esquerda, entrando em uma viela mil vezes mais suja que a anterior.

Enxotou os ratos enormes que estavam por ali e não soube como aconteceu, mas de repente sentiu uma dor terrível.

— Ai! — trouxe as mãos à testa dolorida e ergueu os olhos, arregalando-os em seguida.

O quê?!

Como isso veio parar aqui?!

Observou o muro de pedras de quase quatro metros de altura, repleto de musgo. Ele fechava a rua completamente.

Isso é impossível!

Elisabeth já percorrera essa viela antes. Não era possível que esse muro tenha aparecido do nada.

— Pensou que podia fugir de mim? — uma voz à fez esquecer momentaneamente a confusão.

Seu coração acelerou nesse momento.

A garota desviou o olhar do estranho obstáculo, encontrando o vendedor. Ele aproximava-se lentamente, como se estivesse se divertindo.

Não tenho a mínima chance! — pensou ela com desespero.

— Deixe-me em paz! — gritou, encontrando coragem, embora ela não servisse de nada no momento.

— Claro que não. — gargalhou ele.

Elizabeth, por instinto, espalmou o muro pegajoso, buscando apoio, já que suas pernas estavam cansadas.

E nesse momento algo muito estranho aconteceu.

Ela sentiu uma forte tontura e tentou se equilibrar, mas já era tarde demais.

O comerciante fez uma careta e sua expressão era de...

Horror?! pensou Elizabeth, confusa, quando o homem correu para longe como se tivesse visto a morte.

Sua confusão durou pouco, então a tontura e o embrulho no estômago se tornaram intensos e ela já não tinha forças para se equilibrar ou mesmo entender o que estava acontecendo.

Apenas sentiu como se o próprio corpo estivesse sendo atravessado por uma coisa invisível e inexplicável.

E tudo ficou escuro.

E tudo ficou escuro

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E aí!

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