C H A P T E R 28

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Elizabeth

Senti o gosto de sangue em meus lábios assim que recebi o terceiro tapa contra o lado direito do rosto. Resmunguei no quarto golpe e o homem fardado finalmente me deixou em paz.

Ele nem se preocupou em fazer isso longe dos olhares dos transeuntes, afinal estávamos em uma calçada qualquer, onde as pessoas apenas desviavam o olhar, como se eu não fosse ao menos digna de um sentimento de compaixão. De toda forma, eu não era nada para elas, e não precisava dos olhares de pesar. Eu apenas queria encontrar uma forma de fugir, mas achava isso meio difícil, considerando meu estado atual.

Um dos Bow Street Runners me encarou com desprezo. Eram quatro, pelas minhas contas, e todos tinham rostos cruéis e sorrisos maldosos. O comerciante que me levou a eles havia sumido sem deixar rastros, assim que me entregou na mão dos malfeitores. No momento, eu estava estendida no chão, esperando mais golpes.

Felizmente, eles não vieram.

— Chegou a hora do castigo final. — disse um deles com o semblante sério. Seus olhos me causavam arrepios, afinal ele também havia sido responsável por minhas antigas cicatrizes. Grande parte dos golpes que recebi anos atrás foram obras de suas mãos. — Venha!

Antes que eu pudesse dizer algo, senti meu couro cabeludo ser rudemente puxado, conforme ele me arrastava em uma direção que eu não soube determinar.

Debati-me, mas foi em vão.

— Solte-me! — gritei, ouvindo a risada deles em seguida. — Por favor, deixem-me em paz. Não lhes causei mal algum.

— Segundo as palavras daquele velho decrépito, que a entregou a nós, estás mentindo. Roubou-o e imagino que não aprendeu a lição na última vez que a pegamos. — um deles disse. — Suas atitudes precisam ter um fim. A forca é o melhor lugar para ratos como você.

Senti as lágrimas escorrerem sobre o meu rosto, pensando no quanto fui estúpida por ter sido pega.

Como pude ser tão desatenta?!

Agora estava prestes a morrer, não havia encontrado Louis e, caso vivesse, estaria presa ao século dezoito para sempre, afinal os portais seriam fechados em breve. Senti uma profunda tristeza ao me lembrar de Julian e Kate. Nunca mais os veria e isso estava deixando-me muito mal.

Conforme seguíamos pelas ruas, uma pequena multidão nos acompanhava. A maioria parecia está presenciando um incrível festival e se divertiam. Logo, grande parte da população local nos seguia, cochichando sobre meu iminente e triste destino. Parei de chorar, derrotada, e, para meu alívio, o oficial que me levava pelos cabelos decidiu parar de fazer isso, levando-me apenas pelo braço.

De cabeça baixa, eu era forçada a acompanhá-los, e sabia que já não havia esperança para mim.


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