O ano é 1773. Elizabeth Thompson conhece as ruas de Londres como a palma de sua mão e sabe que roubar é o único jeito de sobreviver.
Após uma perseguição pós roubo, ela acaba encontrando um obstáculo estranho: um muro de quase quatro metros, obstru...
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Elizabeth
Respirei fundo, analisando a fachada do prédio imenso, o tal hospital.
Quando adentrei o local ao lado de Kate, lancei meu olhar confuso para o seu interior e para a forma como algumas pessoas se vestiam. Apesar de tudo, era um lugar organizado e de beleza singela. Embora o hospital tratasse de pessoas enfermas, todas elas pareciam ter o mesmo padrão de vida que Kate. Eu me senti levemente intimidada.
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No interior do consultório, eu estava sobre uma espécie de leito e tremia conforme um homem de cabelos loiros me encarava com o cenho contraído.
— Essa é a paciente? Qual o problema?
— Ela está em minha casa, mas aparentemente está com amnésia.
— O que poderia ter causado? Alguma lesão? — ele se aproximou com algo que emitia luz e apertou minhas bochechas com seus dedos frios. Estremeci, sentindo-me parte de uma experiência medonha.
— Provavelmente caiu. Havia uma marca em sua testa e não sabemos o motivo. Mas ela estava desmaiada e quando despertou parecia ter se esquecido de muitas coisas.
— Me dê um exemplo.
— Ela acha que está no século dezoito.
Ele acentuou o franzir do cenho.
— Curioso. Eu nunca vi qualquer paciente meu com caso semelhante. Quantos anos ela tem?
Kate me lançou um olhar e eu murmurei:
— Dezessete.
— Muito jovem. Preciso examiná-la, mas terei que solicitar uma série de exames para ver se não há algum dano cerebral. Ela esqueceu alguma outra coisa fora o século em que está?
— Não sabemos. Eu a acolhi após meu filho encontrá-la desmaiada em um beco qualquer.
— Você tem alguma outra lembrança, ou não? — ele me encarou com curiosidade.
