J u l i a n
Steve estacionou seu Lexus RX em uma vaga qualquer antes de seguir na minha direção.
— O que houve? — ele me encarou, confuso. Parecia ter acabado de sair do banho. Os cabelos loiros estavam molhados e cheios de gel.
— Isso aconteceu. — quando apontei a garota adormecida, Steve deu um pulo de espanto.
— Merda! — disse com os olhos arregalados.
— Essa também foi a minha reação. — dei de ombros, vendo-o se aproximar da garota.
Ele se agachou um pouco, como se estivesse avaliando uma experiência de laboratório.
— Quem é ela? — questionou. — Será que está morta?
— Não, já chequei e está bem viva. Acho que é só uma mendiga de porre; a bebedeira provavelmente foi tão grande que ela desmaiou.
Steve balançou a cabeça, sorrindo para minha observação. Ele franziu o cenho em seguida, parando de sorrir. — olha isso! — afastou alguns fios ruivos do rosto dela. — Acho que sua teoria está errada.
Observando melhor, percebi um hematoma do tamanho da palma de uma mão na testa da garota. Então esse devia ser o motivo do desmaio.
— Acho que ela bateu com a cabeça em alguma coisa. Isso explica o desmaio. — murmurei.
— E agora? Vai deixá-la aqui? — me encarou, esperando uma resposta.
— Sim. — disse sem pensar muito no assunto.
— Hm... então vamos. — ficou de pé, indeciso, antes de nos afastarmos da garota.
Abri a porta do carro, então, por reflexo, lancei um olhar para trás.
Senti aquele calafrio estranho novamente e algo me dizia que essa garota foi posta no meu caminho por algum motivo. Não sei qual, mas a sensação estranha de premonição não me deixava. Tentei ignorá-la, mas quando percebi as palavras já haviam saído da minha boca:
— Vamos levá-la!
O Dr. Jordan avaliou a garota deitada na minha king-size, então nos encarou em seguida.
— Fisicamente falando, ela está normal. Não há machucados aparentes, exceto esse. — apontou a testa dela. — Mesmo assim, não consigo entender o estado prolongado de inconsciência. — ele parecia confuso.
Franzi o cenho.
Apesar de tudo, eu só conseguia imaginar a reação da minha mãe quando descobrisse. Ela iria me matar. Por sorte, ela saiu com a mãe de Steve.
Pensando melhor, me xinguei por ter ajudado essa garota. Devia tê-la abandonado naquele beco sem preocupações, ou então tê-la deixado em algum hospital público, mas como sou um idiota, eu a trouxe justamente para a minha casa. Quanta estupidez!
A garota estava na mesma; não dava qualquer sinal de que fosse acordar e isso estava me deixando irritado.
— Deixem-na repousando, por enquanto. Se ela não acordar em menos de 24 horas, vocês terão que levá-la ao hospital. Já deviam ter levado, na verdade.
Assenti, e o doutor pediu licença, deixando o quarto logo depois.
— Que merda! — murmurei, observando a mendiga.
Steve deu uma batidinha no meu ombro.
— Fico imaginado o que sua mãe vai fazer quando descobri-la aqui.
Eu o encarei, pensando o mesmo, então a resposta não demorou a chegar:
— Quero uma explicação para isso agora mesmo, Julian Stanford! — ouvi uma voz histérica atrás de mim, então me virei, observando minha mãe com uma expressão assassina no rosto.
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Precioso Destino
FantasyO ano é 1773. Elizabeth Thompson conhece as ruas de Londres como a palma de sua mão e sabe que roubar é o único jeito de sobreviver. Após uma perseguição pós roubo, ela acaba encontrando um obstáculo estranho: um muro de quase quatro metros, obstru...