C H A P T E R 22

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Elizabeth

Eu estava preocupada com o desaparecimento de Julian, mas acreditava que ele estivesse bem; talvez preocupado comigo. Depois que terminasse de escutar Melinda, eu o procuraria com certeza. Agora eu estava deveras curiosa e precisava sanar todas as dúvidas possíveis.

— Por que viemos para cá? — percebi que estávamos um pouco distantes do show; à beira do mar; praticamente escondidas pelas pedras enormes. Eu acabei sentando em uma. O cabelo de Melinda voou contra seu rosto e ela sorriu antes de voltar seus olhos para mim. Involuntariamente estremeci consciente de que Melinda parecia enxergar algo muito mais profundo. — O que sabe sobre Louis? Como o conhece e...?

— Tantas perguntas... — interrompeu-me, revirando os olhos. — Posso responder todas elas, mas antes preciso começar do zero.

Franzi o cenho.

— Como assim?

— Você já se perguntou por que está no século errado?

Sua pergunta me atingiu em cheio e eu ampliei os olhos.

— Como...?

— Como eu sei? — sentou-se ao meu lado, mas seus olhos se perderam na imensidão do mar. — E se de alguma forma eu fosse a responsável?

Senti um calafrio.

De toda forma, eu não conseguia duvidar dela, afinal já era algo extraordinário minha provável viagem no tempo e o fato de Melinda saber disso. Eu não poderia mesmo duvidar de mais nada.

— Do que você está falando?

Eu queria saber de tudo, principalmente sobre a relação de Melinda com a minha história. Senti minha cabeça rodar com a confusão.

— Querida, Elizabeth. — balançou a cabeça. — Você não lembra mesmo, né?

Antes que eu pudesse rebater, ela levou sua mão até a minha e a apertou gentilmente. Para meu profundo espanto, fui bombardeada por uma série de lembranças.

1765.

A garotinha na tempestade de neve...

O olhar triste e faminto, que parecia pedir atenção.

Cobertor...

Galpão...

Voltei à realidade quando Melinda afastou a mão.

Com uma careta de horror, encarei a garota que naquele exato momento tinha um sorriso no rosto.

— O que você...?

— Digamos que tenho alguns truques.

— Você entrou na minha mente?! — eu estava chocada. — Me fez ter lembranças e...

— Sim, eu fiz tudo isso e posso fazer muito mais. — seu sussurro se misturou com a brisa noturna.

Levei as mãos até meu peito, tentando acalmar as batidas do coração e não consegui disfarçar a expressão de espanto.

— Meu Deus! Você é ela, não é? Aquela garotinha que ajudei e levei para o galpão? A mesma que desapareceu na manhã seguinte.

Melinda assentiu, deixando-me assustada.

— Mas como pode? Também viajou no tempo?

Como era possível algo assim? Melinda era uma... bruxa?!

— Digamos que minha história é um pouco mais complexa do que a sua e você precisa me ouvir desde o início para compreender. Pronta?

Sem palavras, eu apenas assenti.

Precioso DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora