C H A P T E R 7

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Elizabeth

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Elizabeth

Se pudéssemos controlar o destino, então ele não teria tanto poder para nos confundir com uma série de acontecimentos inexplicáveis. Mas isso era impossível. 

Nem em 1760, quando fui expulsa com minha família de nossas terras, fiquei tão perdida como agora.

Uma grande parte de mim estava se dando conta de que tudo era real, e não um sonho demorado e peculiar. E embora eu estivesse bem alimentada e fisicamente satisfeita, era meio difícil assimilar tantas novidades.

Inicialmente eu vi aquela luz presa em uma esfera de vidro que descobri se tratar de uma lâmpada, depois os trajes liberais, a coisa conhecida como carro e outras peças que nunca imaginei que veria em meus dezessete anos de vida.

Algo me disse que isso era só o começo do que ainda estava por vir.

Talvez fugir não fosse o melhor caminho. Quem sabe ficando aqui eu estivesse mais segura.

No fundo eu sabia que a caridade dessas pessoas em algum momento iria acabar e eu estaria desventurada, muito mais do que era antes. Antes disso, tomei consciência de que precisava encontrar Louis, todavia eu sabia que se estivesse mesmo em 2019, seria uma missão impossível.

— Levante-se, querida. — despertei das minhas divagações com a voz de Kate.

A outra moça estava me observando atentamente e fiquei profundamente desconfortável.

Relutante, decidi ficar de pé.

— Como se chama? — interrogou Kate.

— Elizabeth Thompson, senhora. — murmurei, esperando que ela se conformasse com essas poucas palavras.

— Um nome bonito para uma mendiga. — Susan observou, sarcástica.

Encolerizada, apertei os punhos nas laterais do corpo, porém Susan não percebeu, concentrada demais em enrugar o nariz na minha direção.

Que raiva! Apesar de morar nas ruas, eu tinha dignidade.

— Susan! — Kate lhe lançou um olhar aborrecido.

Quando Susan partiu na minha direção, eu nem tive tempo de reagir. Ela apertou meus braços e praticamente me arrastou para fora do cômodo; meu único abrigo até ali.

Ampliei os olhos, alarmada, e Kate pareceu perceber.

— Solte-me! — murmurei entre dentes, sentindo suas unhas enormes perfurarem meu braço.

Kate vinha logo atrás e pareceu um pouco brava com a atitude da outra.

— Vá com calma, amiga! — Kate bloqueou o caminho, e Susan me soltou finalmente, dando um suspiro enfadado. — Ela acabou de passar por um trauma. Não podemos assustá-la.

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