Elizabeth
Duas semanas depois, eu ainda estava tentando me adaptar a minha nova situação. Kate insistiu que tinha uma surpresa para mim, então aguardei apreensiva enquanto estava acomodada no sofá da sala.
A campainha soou.
O Sr. Edmund tinha um semblante fechado e seguiu até a porta como se estivesse acostumado a fazer aquilo.
Eu o observei em sua tarefa e ampliei os olhos quando um moço de aspecto animado adentrou a casa ao lado de Kate. Ela parecia entusiasmada e o homem me encarou com divertimento.
— Essa é a mocinha de quem me falou? — ele encarou Kate.
Ela assentiu.
— Sim, Frank. Venha. Quero apresentá-los.
Quando eles já estavam próximos o suficiente, eu me retraí, porém me coloquei de pé.
O tal Frank tinha cabelo escuro rente à cabeça, um pouco cacheados, resquícios de barba no maxilar que seguia até as bochechas e tinha estatura mediana. Além do mais, não devia ter mais de trinta anos e tinha aspecto esbelto.
— Elizabeth, esse é Frank Paisley — ela apresentou e o homem estendeu a mão de forma afável. Retribuí o gesto, assim como o sorriso animado que ele me lançou.
Ele não parecia ser uma pessoa ruim, apesar de ter calças apertadas demais que deixavam suas pernas semelhantes a perninhas de rã.
Eu ri com o pensamento.
— Olá, Elizabeth. Fico feliz em conhecê-la.
— Igualmente — murmurei.
— Ele será o seu professor particular, Liza.
Encarei Kate, surpresa.
Professor?
— Essa era a surpresa? — questionei.
— Sim. — ela sorriu. — Sei que não pode frequentar uma escola tradicional nesse momento, devido à falta de documentos, mas iremos cuidar disso mais tarde, não se preocupe. Enquanto isso, você terá aulas particulares aqui na mansão com Frank e terá um bom aprendizado, tenho certeza.
A forma como Kate vinha me tratando era admirável. Ninguém nunca fez isso por mim antes. Pensando bem, seria bom ter um professor.
Sorri para ela.
— Obrigada, Kate.
— Não tem de quê. — ela sorriu amável.
— Qual o seu grau de estudo? — Frank me encarou. — Kate explicou sua situação anterior, mas ela me notificou não ter ideia dessa informação.
— Eu nunca estudei antes — murmurei sem graça. — Eu morava nas ruas, então...
A expressão dele permaneceu neutra.
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Precioso Destino
FantasyO ano é 1773. Elizabeth Thompson conhece as ruas de Londres como a palma de sua mão e sabe que roubar é o único jeito de sobreviver. Após uma perseguição pós roubo, ela acaba encontrando um obstáculo estranho: um muro de quase quatro metros, obstru...