C H A P T E R 16

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Lucille Peters tinha dezessete anos. Estudava em uma construção simples de tijolos para alunos de classe média e baixa. Brenda Maizel, sua única amiga estava de olhos esbugalhados para o relato de Lucille sobre o misterioso hóspede de Jack Peters.

— Ele sobreviveu à febre? — questionou.

— Claro. Antes de cuidar de um bar, meu pai era enfermeiro do exército. Seus cuidados são excepcionais.

— Como ele está agora? Falou alguma coisa?

— Depois que ficou consciente, nos observa com estranheza, apesar de sempre agradecer a meu pai pela notável ajuda. Só sabemos que seu nome é Louis Tiernan porque meu pai perguntou, mas não fala quase nada na maior parte do tempo. Tudo sobre ele é um enigma.

Brenda franziu o cenho para as palavras da amiga, então se inclinou antes de sussurrar mansamente.

— Ele é bonito?

Lucille corou.

— Me responde! — pediu diante do pesado silêncio.

— Não percebi. Ele é magro e tem cabelos longos que precisam de um corte. Aliás, ele sempre está de cabeça baixa como se tivesse medo de aproximações. É estranho.

— Então é um homem das cavernas. — Brenda riu. — Sua descrição me deixou alarmada. E se ele for um serial killer pronto para o abate, que finalmente encontrou a família certa para isso?

Lucille descartou a possibilidade com um sorrisinho.

— Acho que não. — murmurou. — Mas se negou a dizer qualquer coisa sobre o passado. Provavelmente era um morador de rua. Mas o mais curioso é que seus dentes são brancos demais para alguém que provavelmente não tinha um lar.

— O quê? Você andou dando uma olhada nos dentes dele?

— Talvez.

— Você precisa me apresentar a ele. — Brenda pareceu excitada, ganhando um olhar espantado.

— Ficou louca? Ele parece prestes a trucidar o primeiro que chegar perto. Se eu fosse você, não arriscaria.

— Eu estou brincando, Lucille. Você acha que eu seria louca ao ponto de querer conhecer um verdadeiro estranho, metido à psicopata e homem das cavernas?

— Não duvido de nada vindo de você. — disse com um sorriso.


***


Lucille correu escada acima, ignorando o bar lotado às quatro da tarde. Seu pai estava fora de vista e ela teve que correr aos gritos por todo o corredor até encontra-lo.

Jack saiu de um dos quartos, assustado.

— O que houve? Quem morreu?

— Ninguém que eu conheça. — murmurou ela com um sorriso. A expressão do seu pai suavizou. — Eu só não o encontrei e decidi gritar seu nome pelo corredor.

Jack riu antes de erguer uma tesoura.

— Você não faz ideia do que eu estava fazendo com isso.

Ela arregalou os olhos com espanto fingindo.

— Já sei! Matando alguém. — em seguida riu.

— Seu senso de humor é admirável, querida. Mas não. Eu não estava matando ninguém. Talvez algo.

Ela franziu o cenho.

— O quê?

— Não posso dizer. Você precisa ver com os seus próprios olhos. — sorriu antes de pôr a cabeça dentro de um dos quartos e chamar: — Venha, Louis!

Lucille parou de sorrir, então o garoto saiu do quarto.

Ele percebeu o olhar de espanto de Lucille conforme a garota encarava seu inexistente cabelo longo. O cabelo agora estava curto e revelava fios escuros bem cuidados.

— Aproveitei e fiz a barba também, Sr. Peters, como o senhor pediu. — para o maior espanto de Lucille, Louis sorriu para o seu pai, como se fossem velhos amigos.

O gesto em si aqueceu o coração de Lucille, porque era algo muito bonito. Os olhos dele se voltaram para ela e a garota sentiu que suas bochechas esquentavam quando ele sorriu para ela.

Lucille já não podia negar para si mesma.

Louis Tiernan era lindo.

Precioso DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora