Comrádaí

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Pookas são um tipo de fada famosas por causar o caos. Traquinas, em dias bons elas atrapalhariam os animais nas fazendas, pregariam peças; em dias ruins destruiriam plantações, afundariam navios.

Meu avô costumava nos chamar, Karin e eu, de pookas do bem. Sempre causando travessuras. Até o dia em que acordei com uma espingarda na mão e um caçador apavorado de joelhos na minha frente, enquanto meu avô gritava meu nome, para eu parar.

Eu não era uma pooka.

Eu era um monstro.

....................

ELES ESTAVAM EM UMA CAÇADA NOS ARREDORES DA CABANA. Era sexta-feira e seu pai viria para o fim de semana, junto com a mam, e talvez a prima Karin.

Naruto ainda não estava totalmente acostumado a ficar perto de tantas pessoas que não fossem a família, por isso quando eles encontraram aquele grupo acampando perto do rio, se escondeu por trás de seu avô.

Já vivia com ele há mais de oito meses; já havia passado até seu aniversário de oito anos na cabana. Ele já havia aprendido muitas coisas, mas não conseguia não se impedir de tremer um pouco ao ver todas aquelas pessoas o olhando. Havia crianças também, encarando suas cicatrizes, que agora fechadas tinham uma coloração diferente da sua pele. O avô pareceu entender seu desconforto e lhe deu seu chapéu enquanto conversava com o homem do acampamento, passando um braço no ombro dele, o puxando para perto e atrás de si de forma disfarçada. Lhe assegurando.

— Então vocês são parentes dos Clinton. Deve ser David, o filho dele, ele me falou sobre você. É uma bonita fazenda o que Johnson tem ali, mas vocês estão meio longe de lá, e essa floresta não é boa para acampamentos, tem muitos animais selvagens. — O avô falava de forma simpática. — Do outro lado é bem melhor, principalmente para crianças.

— Estamos de férias familiares. Essa é minha mulher Bela, e meu filho John, minha caçula Ellen, e os amiguinhos deles.

Naruto olhou por baixo do chapéu à medida que o homem apontava. Não gostou muito desse tal de David, ele tinha um tom de voz que a vó diria que era... Como era a palavra?

Presunçosa.

Isso! A mulher não parecia ruim, parecia bem... Mãe. A menina Ellen também não. Ela era da idade de Naruto, e embora estivesse olhando sua cicatriz, ela corou um pouco e afundou o rosto no cachorro que ela segurava, que também olhava Naruto com curiosidade. Agora, os outros três meninos que o incomodaram. Deviam ter 10 anos ou mais, e ficavam empurrando uns aos outros. Naruto não queria ficar perto deles.

— Esse é meu neto. — O avô falou sem tirá-lo de trás de si.

— Hum, isso foi uma coisa bem feia no rosto dele ham?. — O homem falou sem tato e Naruto se encolheu.

— David! — a mulher o repreendeu. E então olhou Naruto com pena— Tadinho. Ele é tão calado.

— Se aqui não é bom para crianças, o que seu neto faz aqui?

Homem desagradável.

O avô apenas riu: — Naru conhece essa floresta, quem sabe melhor do que eu. Os animais o conhecem e o respeitam.

O homem olhou o avô como se ele fosse louco. Não era de se estranhar que aquele menino tinha o rosto assim, com certeza atacado por algum animal. Ainda assim... era um rosto lindo.

O homem piscou, tentando disfarçar seu olhar fixo no garotinho escondido atrás do homem maluco. O analisando. Os azuis se encontraram com os seus para logo se esconder debaixo do chapéu.

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